O ex-presidente Barack Obama condenou nesta quinta-feira o uso de forças federais por Donald Trump para reprimir protestos contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos.
"Hoje testemunhamos com nossos próprios olhos como policiais se ajoelham no pescoço de negros americanos", disse Obama durante o funeral do congressista John Lewis, um símbolo da luta pelos direitos civis dos afro-americanos, referindo-se à morte do cidadão George Floyd por ação de um policial branco em março em Minneapolis.
"Podemos testemunhar nosso governo federal enviando agentes que usam gás lacrimogêneo e espancam manifestantes pacíficos com cassetetes", disse.
Obama não mencionou Trump pelo nome, mas foi claro nas referências que fez ao presidente republicano, que usou tropas da Guarda Nacional para retirar manifestantes antirracistas da Praça Lafayette, em frente à Casa Branca em Washigton, e que enviou agentes recentemente para Portland, Oregon.
Obama (2009-2017) também criticou as tentativas republicanas de suprimir a votação da minoria e os repetidos ataques de Trump à votação por correio.
"Enquanto estamos sentados aqui, há pessoas no poder que estão fazendo todo o possível para desencorajar as pessoas a votar, fechando os centros de votação e atacando minorias e estudantes com leis restritivas de identidade e atacando nossos direitos de voto com precisão cirúrgica, até prejudicando o serviço postal no período que antecede uma eleição que dependerá da votação por correio para que as pessoas não fiquem doentes" pela pandemia de coronavírus, disse Obama.
Trump lançou outro ataque à votação por correio nesta quinta-feira, que deverá desempenhar um papel maior nas eleições de novembro devido ao coronavírus.
"Com a votação universal pelo correio (não a votação ausente, que é boa), a votação de 2020 será a eleição mais IMPRECISA E FRAUDULENTA e da história. Uma grande vergonha para os Estados Unidos", disse Trump em uma postagem no Twitter.
"Atrasar as eleições até que as pessoas possam votar adequadamente, com segurança?", perguntou.
Em homenagem a Lewis, que morreu em 17 de julho aos 80 anos de idade, Obama disse que o ex-congressista democrata fez "tudo o que pôde para preservar essa democracia e, enquanto respirarmos em nossos corpos, precisamos continuar com sua causa".