A penúltima noite da 22ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns levou milhares de pessoas ao palco da Esplanada Guadalajara. A festa começou com um show da Lux Time, mas até a madrugada se apresentaram ainda o paulista Marcelo Jeneci, Lenine, Milton Nascimento e Antúlio Madureira.
Jeneci subiu ao palco às 22h30 com a sanfona em mãos e falou da expectativa em participar do festival. “Sempre ouvi que a Guadalajara recebia 60 mil pessoas, mas não imaginava que ia ver tanta gente”, disse, surpreso. Depois de cantar um de seus maiores sucessos, Felicidade, Jeneci falou sobre a experiência de gravar o clipe em Sairé, cidade do interior pernambucano, onde nasceu seu pai. “Não sei se vocês sabem que eu gosto muito daqui”.
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Jeneci aproveitou a apresentação e agradeceu ao músico Dominguinhos. “Quando eu comecei a tocar, ele me deu uma sanfona”, contou. Em conversa com o LeiaJá, o paulista contou da satisfação em ver o público realmente conectado com o que estava acontecendo no palco e sobre novos projetos. “Pretendo gravar um projeto novo no começo de 2013, a ideia é que seja lançado ainda no primeiro semestre do ano”, revela.
Depois de Jeneci, foi a vez de Lenine animar a noite “Eu já perdi as contas de quantas vezes estive aqui e é sempre muito caloroso, apesar do frio, aliás, nem estou com frio”, brincou o músico enquanto tirava o casaco no palco, sob aplausos e gritos dos fãs. No repertório, muitas canções do seu último trabalho, Chão, e sucessos de sua carreira - A ponte, Na rede, Relampeando, Jack soul brasileiro, Paciência e Leão do Norte levaram ao delírio um público que acompanhou cada canção letra por letra. Lenine deixou o palco e ficou a sensação de que todo o tempo seria pouco para a ótima interação com os fãs.
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A atração mais esperada da noite, Milton Nascimento, subiu ao palco por volta da 1h25 da madrugada e proporcionou à platéia um espetáculo digno da expectativa coletiva: sucessos, músicos entrosados e arranjos emocionantes. Bola de meia, bola de gude, Coração de estudante, Caçador de mim, Faca amolada, Chegadas e partidas, O sol e Para Lennon e McCartney foram alguns dos sucessos interpretados por Milton que não poderiam ter ficado de fora.
O público ainda acompanhou a banda em Canção da América, a pedido de Milton: “Hoje é o dia do amigo e eu gostaria que vocês cantassem essa”, pediu. O músico acompanhou, emocionado, seu público cantando uma das maiores composições de sua carreira. Num show de pouca conversa e muitos acordes, o artista emocionou muitas pessoas na platéia com suas clássicas interpretações.
Antúlio Madureira encerrou a penúltima noite do Festival subindo ao palco às 3h20 da madrugada. Mesmo com problemas técnicos no início do show, ele mostrou ao público - que resistiu à chuva e prestigiou seu show - porque é considerado um dos maiores instrumentistas de Pernambuco, utilizando instrumentos de corda, sopro e até um serrote na execução das músicas.
Conhecido por construir muitos de seus próprios instrumentos, Antúlio apresentou canções suas, que já fazem parte do pensamento coletivo, como Paço da ema e Cavaleiro do sol, música tema do filme de Guel Arraes, Auto da Compadecida, além de canções populares, como Maracatu Imperial. O músico ainda prestou uma homenagem a Luiz Gonzaga, o homenageado desta edição do FIG, interpretando Assum Preto, Sabiá, Pagode Russo e Xote das meninas.
A 22ª edição do FIG chega ao fim neste sábado, após dez dias de festival.