Tópicos | Festival de Teatro Infantil

Realizado de forma ininterrupta há 16 anos, o Festival Estudantil de Teatro e Dança, fundado e realizado pelo produtor Pedro Portugal, está correndo risco de não ter a próxima edição. A falta de apoio financeiro para pagar os custos de realização do evento é a principal razão das dificuldades de manutenção do evento.

O festival vem ajudando a formar, revelar e apoiar novos talentos das artes cênicas em Pernambuco, incentivando ao mesmo tempo a cultura e a educação. “Várias pessoas muito importantes passaram no festival estudantil”, ressalta o produtor.

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Apesar da importância do festival, ano após ano as dificuldades para conseguir aportes financeiros seguem as mesmas. Entre a escassez de editais de incentivo à cultura, falta de apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e de patrocínio privado tanto diretamente como através da Lei Rouanet, Pedro afirma que vem tendo que arcar sozinho com as despesas necessárias para a realização do festival, que tem 10 dias de duração todos os anos. 

“Em Pernambuco só tem um edital, o Funcultura, e em 16 anos conseguimos 3 vezes passar no Funcultura, então a dificuldade é muito grande. Eu não aguento mais fazer um evento desse porte sem apoio, fica muito difícil”, disse o produtor do festival ao LeiaJá

As dificuldades, de acordo com ele, não são recentes e nem têm a ver com a crise econômica pela qual o país vem passando, mas com uma falta de interesse dos governantes em dar suporte às artes e à educação: “A dificuldade é que a educação e a cultura no brasil não são levadas a sério, ninguém investe”, afirma Pedro, que também se queixa da má distribuição dos recursos financeiros públicos. “Sempre tem dinheiro para os mesmos. Só dois ou três festivais têm apoio e os outros não. Não estou desmerecendo os outros, eles merecem e nós também”, argumenta. 

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As férias escolares estão chegando ao fim, assim como as programações culturais que fizeram a alegria da garotada durante todo o mês de julho. O Festival de Teatro para Criança se encerra no próximo domingo (2), com a peça Meu Reino Por Um Drama. O espetáculo entra em cena no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, neste sábado (1º) e domingo (2), às 16h30.

Considerado como um dos mais conceituados espetáculos infantis de Pernambuco,  a fábula musical narra a história de uma Abelha Rainha, que entra em crise por achar que a sua vida é boa demais e sai em busca de novas experiência. O humor, o drama e a música estão presentes em todas as situações vivenciadas pelas personagens. 

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Os ingressos para o espetáculo Meu Reino Por Um Drama custam R$ 20, com opção de meia-entrada. Os tickets estão à venda na bilheteria do teatro.

Serviço

Espetáculo Meu Reino Por Um Drama

Sabádo (1º) e Domingo (2) l 16h30

Teatro Luis Mendonça (Av. Boa Viagem, S/N - Boa Viagem)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

(81) 3355 9821

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A vontade de contribuir para a conscientização de um mundo melhor é a essência do espetáculo Chiquinho, o caranguejo ensacolado, da Métron Produções, encenado neste sábado (7) no Teatro Marco Camarotti, Sesc Santo Amaro. A peça faz parte da programação do Festival de Teatro Infantil de Pernambuco, que acontece até o final deste mês.

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Com incentivo do Funcultura, Chiquinho, o caranguejo ensacolado conta a história de Jerimum, um peixe que nadava tranquilamente com sua amiga Estrela até ser atingido por uma garrafa pet. Ao mesmo tempo, um caranguejo chamado Chiquinho quase morre asfixiado depois de ficar preso em uma sacola plástica. Unidos por um acidente em comum (fruto do lixo humano), os dois se unem a outras criaturas marinhas para lançar uma "manguefestação" em prol da preservação da natureza.

O espetáculo, que explora técnicas de interpretação, canto e manipulação de bonecos, ensina a fazer a diferença em um mundo cada vez mais tomado pelo consumo despreocupado e com o impacto que o lixo pode trazer à natureza. "É importante que as crianças absorvam a mensagem da peça para que possam crescer com a ideia formada sobre o respeito à natureza", disse o ator Andelson, intérprete do caranguejo Chiquinho.

A interação com a plateia é um dos aspectos positivos do espetáculo, a começar pelo formato. Além das cadeiras para o público em geral, esteiras são colocadas no chão para aproximar a criançada do elenco, trasmitindo a sensação de que elas fazem parte da história. Um dos momentos mais lúdicos é, sem dúvida, quando Chiquinho convida as crianças ao palco na hora de salvar o peixe Jerimum do acidente com a garrafa pet. O público também é estimulado a cantar junto com os personagens, bater palmas e responder questionamentos que levam a lições ambientais.

Para além dos palcos - Inicialmente pensado para espaços alternativos como praças, quadras e salas de aula, Chiquinho, o caranguejo ensacolado estreou em 2011 e já realizou mais de 40 apresentações fora dos teatros. Segundo Ruy Aguiar (abaixo), responsável pela adaptação do texto e direção do espetáculo, o teatro foi a última estrutura pensada para a realização da peça. "A ideia inicial era que fosse um espetáculo itinerante. Já levamos até para Itamaracá e Porto de Galinhas. Esta é a terceira apresentação que fazemos em um teatro. A partir dessa mudança, a peça tornou-se versátil, pois começamos a pensar na iluminação, em elementos de cenografia e outros aspectos que até então não eram explorados".

A adaptação para o teatro possibilitou o uso de um cenário ecologicamente sustentável, coerente com a proposta da peça. "Nós usamos o menor número de recursos possíveis. Objetos foram reutilizados de outros espetáculos e readaptados à montagem e ao figurino dos atores", contou o diretor. Um cenário simples, montado com panos verdes para dar a ideia do fundo do mar foi montado para a peça. Embalagens de produtos compõem o vestuário de alguns personagens.

A montagem no formato teatral funciona no aspecto lúdico, pois leva não só crianças, mas também adultos a embarcarem com grande intensidade na viagem do caranguejo Chiquinho. Os pais que estiveram presentes com seus filhos não esconderam a sintonia com o espetáculo. Risos e participação em todos os momentos da peça podiam ser percebidos. "Achei a peça maravilhosa. O cuidado com o meio ambiente é trabalhado de maneira bastante rica e significativa. A interação com o público, nem se fala", declarou a professora Suzana Prado, que levou os dois filhos, Lucas, de quatro anos, e Bia, de oito, para assistir a peça. Suzana foi ao Teatro Marco Camarotti não só para se divertir com os filhos, mas também para conferir o aspecto didático do espetáculo que vai ao encontro do trabalho que desenvolve na escola que ensina.

A montagem de Chiquinho, o caranguejo ensolarado alcança a proposta de transmitir uma reflexão. "É sempre um desafio trabalhar para o público infantil. A criança é um ser humano lúdico que precisa se divertir, mas também ser abordada com reflexões e mensagens. Eu busco entender um pouco desse universo misterioso infantil", afirma o diretor Ruy. Ao final do espetáculo, Edivane Bactista, responsável pelo roteiro da peça, agradeceu a presença da plateia e ressaltou a importância de reunir famílias pernambucanas para comungar uma mensagem consciente num momento em que o mundo é tão tecnológico e corrido. Sempre atentas, as crianças entenderam o recado da peça e não hesitaram ao serem questionadas sobre a lição aprendida: "jogar o lixo no lugar certo, respeitar a natureza e ajudar os amigos" eram algumas das frases ditas pelos pequenos.

O Festival de Teatro Infantil vai até o dia 29 de julho, com uma programação dividida entre os teatros de Santa Isabel, Luiz Mendonça, Marco Camarotti e Barreto Júnior. Ao todo, 15 espetáculos e 28 apresentações voltadas às crianças compõem a programação do mês de julho. Para conferir a programação completa, acesse o site do festival.

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