Festival Estudantil de Teatro e Dança ameaçado de acabar

De acordo com o produtor e fundador Pedro Portugal, a falta de recursos financeiros representa uma ameaça à continuidade do tradicional evento que há 16 anos ajuda a revelar talentos para as artes cênicas de Pernambuco

por Lara Tôrres seg, 17/09/2018 - 12:35

Realizado de forma ininterrupta há 16 anos, o Festival Estudantil de Teatro e Dança, fundado e realizado pelo produtor Pedro Portugal, está correndo risco de não ter a próxima edição. A falta de apoio financeiro para pagar os custos de realização do evento é a principal razão das dificuldades de manutenção do evento.

O festival vem ajudando a formar, revelar e apoiar novos talentos das artes cênicas em Pernambuco, incentivando ao mesmo tempo a cultura e a educação. “Várias pessoas muito importantes passaram no festival estudantil”, ressalta o produtor.

Apesar da importância do festival, ano após ano as dificuldades para conseguir aportes financeiros seguem as mesmas. Entre a escassez de editais de incentivo à cultura, falta de apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e de patrocínio privado tanto diretamente como através da Lei Rouanet, Pedro afirma que vem tendo que arcar sozinho com as despesas necessárias para a realização do festival, que tem 10 dias de duração todos os anos. 

“Em Pernambuco só tem um edital, o Funcultura, e em 16 anos conseguimos 3 vezes passar no Funcultura, então a dificuldade é muito grande. Eu não aguento mais fazer um evento desse porte sem apoio, fica muito difícil”, disse o produtor do festival ao LeiaJá

As dificuldades, de acordo com ele, não são recentes e nem têm a ver com a crise econômica pela qual o país vem passando, mas com uma falta de interesse dos governantes em dar suporte às artes e à educação: “A dificuldade é que a educação e a cultura no brasil não são levadas a sério, ninguém investe”, afirma Pedro, que também se queixa da má distribuição dos recursos financeiros públicos. “Sempre tem dinheiro para os mesmos. Só dois ou três festivais têm apoio e os outros não. Não estou desmerecendo os outros, eles merecem e nós também”, argumenta. 

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