Tópicos | Faces do Subúrbio

Reverenciar aqueles que vieram antes abrindo portas e caminhos para as novas gerações, esse é o mote do novo single d’Acria: ‘Boombap’. Na faixa, mestres do Hip Hop nacional e internacional, além de nomes importantes da cultura popular pernambucana, são lembrados em uma espécie de agradecimento e homenagem. A música conta ainda com a participação do rapper Zé Brown, ele próprio um desses mestres que fizeram escola na cena musical de Pernambuco à frente do Faces do Subúrbio e, posteriormente, com seu trabalho solo. 

Esta não é a primeira vez que os rappers pernambucanos se encontram musicalmente. Eles já haviam gravado juntos em 2017, no projeto Cypher D’cria. O que, segundo Filipe Massa Acria, não faz esse novo encontro menos importante. “Acompanho o Face do Subúrbio de miliano, sou fãzaço, e é uma realização muito grande ter ele (Zé Brown) no feat. (sic)”, disse o rapper em entrevista ao LeiaJá. 

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A faixa foi gravada de forma independente, no estúdio de LF Beatmaker, que também assina a produção do trabalho. Reverenciando aqueles que vieram primeiro, a música cita grandes nomes do Hip Hop e da cultura pernambucana como uma espécie de agradecimento pelo abrir de portas. “A proposta é resgatar a raiz do rap, o seu primeiro gênero, o boombap, e falar de quem pavimentou a pista pra gente tá trilhando hoje. Ele (Zé Brown) é um exemplo e eu falo de outros nomes clássicos do hip hop, ele fala de nomes da cultura popular, tem essa homenagem aos dinossauros do Hip Hop nacional e internacional”, comenta Filipe. 

'Boombap' é o primeiro de uma série de lançamentos d’Acria programados para este segundo semestre. Nos próximos, o músico deve aventurar-se em outras vertentes do rap como o drill. A faixa já está disponível em todas as plataformas de streaming.  

 

Na Zona Norte do Recife, um dos bairros de maior população da cidade, Casa Amarela, tem sido sinônimo de resistência desde sua formação. Segundo o historiador Pereira da Costa, ali se levantou, em 1630, o forte real do Bom Jesus - hoje Sítio Trindade - para proteger o interior de Pernambuco contra os holandeses.

Ao redor da fortaleza instalou-se um povoado e no início do século 20 iniciou-se a ocupação dos morros ao redor, entre eles, Morro da Conceição, Alto José Bonifácio e Alto José do Pinho. A população dessas localidades se organizou e, como não poderia deixar de ser, criou suas próprias expressões culturais, transformando-se em símbolo da cultura musical do Recife. Os morros do Recife são emissores de uma das 'Vozes da Periferia', que o LeiaJá apresenta nesta serie especial de reportagens.

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O manguebitt de Chico Science ‘desceu’ de Peixinhos, em Olinda, onde nasceu, e no Alto José do Pinho encontrou solo fértil para se multiplicar. Berço de várias manifestações populares - o Alto conta com o Maracatu Estrela Brilhante do Recife, o afoxé Ylê de Egbá e a escola de samba Unidos de Escailabe, só para citar alguns exemplos -, e com uma forte cena punk no início dos anos 1980, lá surgiram bandas como Matalanamão, Faces do Subúrbio e Devotos, que não só levaram sua comunidade para outros lugares da cidade como também serviram de exemplo para o surgimento de outras cenas Recife afora.

Devotos é referência no Alto e fora deleA Devotos, de Cannibal, Neilton e Celo, inclusive, é citada por 10 entre 10 jovens entusiastas da música na cidade, como grande responsável pela valorização da produção artística local. Em 2018, a banda completa 30 anos como uma das mais importantes da cena hardcore do país. Mas, a resistência da Zona Norte extrapola qualquer convenção ou limitação, sobretudo de ritmos. Grande celeiro cultural, o bairro agrega artistas do rock, do samba, hip hop e do reggae, entre outras vertentes.

Logo ali ao lado, na Bomba do Hemetério, a produção cultural fervilha com inúmeras agremiações de cultura popular como a Escola Gigante do Samba, a nação de Maracatu Raízes de África, a Tribo Canindé e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH), comandada pelo Maestro Forró. 

*No vídeo, o Maestro Forró e a OPBH dividem o palco com os 'vizinhos', Cannibal, da banda Devotos, e o Mestre Walter de França, ex- mestre de apito da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife e, agora, líder da Nação Raízes de África, da Bomba do Hemetério. 

 

Tem samba no Alto

Nilson Freitas, J.J., Xande Melo, Mano Black e Jamelão do Cavaco, nascidos e criados no Alto, escolheram o samba como estilo de vida e ferramenta de trabalho. Com o grupo Sambstar, formado há 22 anos, eles levam suas vivências e a alegria característica da comunidade para todo o Brasil e o mundo, fazendo parcerias, inclusive, com grandes artistas nacionais, como Roberto Menescal. "Isso aí é um orgulho que a gente leva no peito, onde chegar, nos quatro cantos do mundo, dizer que é da Zona Norte, do Alto Zé do Pinho, da periferia  e que fazemos uma música universal", diz com sorriso largo, o vocalista do grupo, Jamelão do Cavaco.

O quinteto de sambistas se julga privilegiado por ser ‘cria’ de um chão tão fértil em cultura e arte; para os músicos, não haveria outro caminho a seguir que não o da música vindo de um lugar como o Alto. "Aqui é um celeiro de música popular, tem samba, frevo, maracatu, afoxé, caboclinho, tem o repente, embolada, tem MC, já vou contando quase 11", enumera J.J.

E, vindos da periferia, fazem questão de levá-la à frente em seu trabalho: "A nossa linguagem musical é a linguagem da periferia, a gente tanto canta aqui como canta nos maiores eventos que tem e a linguagem é a popular, não tem como ser diferente", diz Jamelão.

Vindos de um lugar com tamanha diversidade cultural, os músicos convivem bem com todas as cenas surgidas e desenvolvidas ali. Eles acreditam que o vulto que os MCs de brega vêm tomando, como o próprio MC Troinha, originário do Alto, é legítimo e que eles representam sua comunidade tanto quanto qualquer outro artista originado ali, como afirma o vocalista Jamelão: "Embora o ritmo seja criticado por muitos, não pela massa, mas pela ‘crítica’ da mídia comum, os meninos estão de parabéns. Existem pessoas inteligentes por trás, eles também são muito inteligentes, eu tenho mais é que bater palmas e desejar sucesso. Representam a comunidade né? Por isso que estão aí nas cabeças".

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*Imagens: Rafael Bandeira

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As pessoas que foram ao Baile Perfumado, no Prado, na noite desta sexta-feira (25), tiveram a oportunidade de conferir shows de atrações que marcam a música brasileira. De um lado, Criolo apresentou os novos singles e seu rap com batidas orgânicas - o grande estilo do artista. Do outro, a Mundo Livre S/A fez um show no melhor manguebeat, transitando pelos 25 anos de carreira e nas músicas do último trabalho produzido em parceria com a Nação Zumbi - lançado no ano passado.

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Durante os intervalos, o DJ Damata levou ao público hits de Jorge Ben Jor, Racionais, Damian Marley e Thayde, entre outros grupos. Das atrações principais, a primeira a se apresentar seria a Mundo Livre S/A, mas de acordo com a produção a programação foi alterada a pedidos dos artistas. Criolo subiu ao palco ao lado do MC Dandan e de sua banda de apoio às 0h e foi logo direto ao ponto com o single Duas de Cinco, lançado gratuitamente pela internet em outubro passado. A música, que traz a essência do rapper paulista, com pitadas de crítica social às instituições políticas e às classes mais favorecidas, ainda não havia sido tocada ao vivo no Recife.

“Agradeço pela presença de todos vocês. Essa cidade é maravilhosa. Tem várias coisas acontecendo hoje, muita coisa boa, mas vocês estão aqui. Muito obrigado”, disse Criolo, para em seguida emendar com músicas do premiado disco Nó na Orelha (2011), como Subirusdoistiozin, Freguês da Meia Noite, Não Existe Amor em SP, Sucrilhos e Samba Sambei. “O que eu posso dizer de Criolo é que ele é a renovação no cenário do hip hop nacional. Um cara que traz uma proposta diferente e que é boa, não é ruim para o movimento nem é ruim para os artistas. Muito pelo contrário, iusso significa que com o decorrer dos anos o rap brasileiro evoluiu e continua a evoluir, obedecendo, claro, os estilos próprios”, disse o rapper pernambucano Tiger, ex-vocalista do grupo Face dos Subúrbios. 

O rapper paulista, que fez 1h20 de apresentação com direito à paródia da música Cálice, de Chico Buarque, seguiu com Mariô, Grajauex, Bogotá e faixas do primeiro álbum da carreira, o Ainda Há Tempo, lançado em 2006, como Demorô e a canção que leva o mesmo nome do disco – última música do show. No meio do espetáculo teve tempo de divulgar a música Cóccix-ência, também divulgada em outubro na internet. “Eu acompanho a carreira de Criolo desde o lançamento do álbum Ainda Há Tempo. O cara tem apresentado um trabalho perfeito, ainda mais após o Nó na Orelha. Desde muito tempo atrás eu curto muito rap e Criolo é um precursor do bom rap brasileiro”, comentou o fã Germano Brito, 24 anos.

Mundo Livre S/A começou a tocar às 2h mas um bom público ficou para conferir a performance dos mangueboys, que deram início ao show com Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada, versão do projeto Mundo Livre S/A vs Nação Zumbi. Depois seguiram com Free World e Constelação Carioca. “Essa música faz parte do disco Novas Lendas Da Etnia Toshi Babaa (2011) e é uma parceria com o grande parceiro carioca, meu brother BNegão”, explicou Fred Zeroquatro, vocalista da banda, durante a apresentação. A banda prosseguiu com Pastilhas Coloridas, Ela é Indie, e outras faixas do trabalho em parceria com a Nação Zumbi, como Etnia e No Olimpo

O Festival Pré-AMP, promovido pela Associação Musical Pernambucana, chega a sua décima edição buscando se renovar como festival revelador de novos talentos da música contemporânea do Recife. Única mostra competitiva voltada à cena local independente, o evento premia os três primeiros colocados com shows remunerados na grade do Carnaval do Recife. O primeiro colocado ainda ganha a gravação de um CD e uma apresentação no próximo Festival de Inverno de Garanhuns.

Dividida em duas fases, a competição começa com 15 bandas, que se apresentam, cinco por dia, na própria sexta (25), sábado (26) e domingo (27) no Pátio de São Pedro. Cinco grupos vão para a final, que acontece dia 31 na Rua da Moeda. Três escolhidos por um corpo de jurados (uma por dia) mais duas escolhidas por meio do voto popular. Além das concorrentes, também se apresentam o DJ Renato L, o grupo Faces do Subúrbio e a banda Cascabulho. A vencedora da última edição do festival, Babi Jaques e os Sicilianos, toca na final e lança o disco gravado com o prêmio recebido.

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A comissão julgadora decidirá os vencedores lavando em consideração cinco critérios: execução, originalidade, performance, profissionalismo e estética. O público poderá escolher seus preferidos para a final levando documento com foto e votando apenas nas bandas que se apresentaram no dia. Na final, não há voto popular. Mais de cem bandas se inscreveram para esta edição do festival.

Programação
Pátio de São Pedro (São José)

Sexta (25), 19h
Feiticeiro Julião
Addis Abeba Dub
A Cria
Ahorta
Cambembes
Atração: DJ Renato L e convidados

Sábado (26), 19h
Gudicarmas
Pé de Índio e a Raiz do Vento
Tambor da Terra
bandavoou
Tadeu Jr
Atração: Faces do Subúrbio

Domingo (27), 19h
Relato Consciente
Dunas do Barato
Projeto Armazém
Tagore
André Maria
Atração: Cascabulho

Rua da Moeda (Bairro do Recife)
Cinco bandas finalistas
Atração: Babi Jaques e os Sicilianos

O rapper pernambucano Zé Brown, fundador do grupo Faces do Subúrbio, embarcou nesta quinta (14) para a França, onde passa uma temporada de seis dias. Brown esteve no país europeu recentemente para fazer seis shows e realizar oficinas de rima. "Pensei fazer oficina de rima para o povo da França, foi bem interessante", afirmou Zé Bronw ao LeiaJá, antes de viajar.

O cantor vai a França desta vez para fazer dois shows com a banda SKW Trio, do músico e produtor Skowa, que é um dos integrantes do Trio Mocotó. A parceria entre Brown e Skowa é antiga: foi o paulista que produziu o disco Repente, rap, repente, lançado pelo pernambucano em 2008. As apresentações acontecem nas cidades de Toulouse e Paris. A França não é o único país para o qual Zé Brown já levou sua rima. O rapper já esteve em Cuba, Suécia, Alemanha e Espanha.

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Brown retomou a Faces do Subúrbio em companhia do guitarrista Onir, com uma nova formação no ano passado e já faz planos com a banda: "O Faces está se preparando para gravar um CD de inéditas e com certeza fazer um turnê", adianta o músico.

Os DJs Valdir Português e Edinho Jacaré, residentes da Cubana do Clube Bela Vista prometem agitar o Vapor 48, no bairro de São José, no Recife, nesta sexta (25). Eles são os convidados do DJ 440 para mais uma edição de A Noite dos DJs Maliciosos. A festa, dedicada às músicas brasileiras e latinas será transformada num verdadeiro baile de música cubana ao som de salsa, lambada, cumbia e guitarradas.

O DJ 440, também comanda a pickup de projetos como a Terça do Vinil e o Baile Tangolomango. Os ingressos estão sendo vendidos pelo site Eventick e custam R$ 15,00. Na hora, eles saem por R$ 20,00.

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Serviço:

Noite dos DJs Maliciosos - Com DJ 440 e os DJs da Cubana do Clube Bela Vista.

Sexta-feira (25), a partir das 23h.

Bar Vapor 48, no Cais das Cinco Pontas, 145, bairro de São José.

R$ 15 (antecipados) e R$ 20 (portaria).



Duas grandes festas do Roof Tebas se unem nesta sexta (25) ao som dos DJs Cláudio N, Guthera e Daniel "Moloko". Altos Brotos Vs Tony Montana irá agitar o terraço do edifício a partir das 22h ao som de muito groove e "fuleiragens" de vinil.

Serviço:

Altos Brotos VS Tony Montana

Sexta 25/05

Local: Ed. Tebas (Avenida Nossa Senhora do Carmo, 60, Bairro do Recife)

Horário: 22h

Preço: R$ 20,00 (mulheres pagam R$ 15,00 até meia-noite).

Atrações: DJs Claudio N, Guthera e Daniel "Moloko" Aragão  

 

A Casa do Cachorro Preto, em Olinda, apresenta no próximo sábado (26) o lançamento do DVD "Árvore", primeiro da banda Quarto Astral. Gravado de forma independente e colaborativa na Praia do Paraíso, litoral sul de Pernambuco, o dvd apresenta o trabalho autoral do grupo, que tem influências de Pink Floyd, Jimmy Hendrix e Led Zepellin. Com o seu rock and roll progressivo psicodélico, a banda apresenta canções que falam de questões morais, natureza e sensações. A noite ainda contará com a participação da banda Mabombe, que fará um show de abertura, além do DJ Ravi Moreno, com um set dedicado ao rock e a psicodelia. Na Galeria, a exposição Pinturas de Mascaro estará aberta a visitação.    

Serviço:

A Casa do Cachorro Preto (Rua 13 de maio, 99 – Olinda – Cidade Alta – ao lado do MAC)

Quarto Astral - Lançamento do DVD Árvore

Dia 26 de Maio – Programação

19:00 hs - Abertura do espaço - Dj Ravi Moreno

20:30 hs - Show da Mabombe

22:00 hs - Show da Quarto Astral

23:30 hs - Dj Ravi Moreno

Ingresso: R$10

Ingresso + DVD/CD: R$25



Olinda também recebe, no próximo sábado (26) no Mercado Eufrásio Barbosa, o Encontro Escubadaivem de Música e  Arte, que conta com o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). O Festival está em sua segunda edição e irá reunir bandas oriundas da mesma área periférica  do Recife, o Alto Zé do Pinho. Devotos, Faces do Subúrbio e o rapper Tiger irão se apresentar a partir das 18h, além da banda Nômades.

Nos intervalos, o som será comandado pelos DJs Charles e Beto. Tendo como lema “Lazer de  Qualidade e Informação com Consciência”, o festival irá reunir, no mesmo espaço, diversas linguagens culturais como poesia, teatro, circo, exposição de fotografia , feira de arte, mostra de grafitti, exibição de vídeos e batalha de b.boys com o intuito de estimular a contribuição e engajamento social e ambiental dessas atividades.A  entrada é gratuita, mas haverá o recebimento de alimentos não  perecíveis, que serão doados para o Movimento Pró-Criança, uma entidade  sem fins lucrativos.

Serviço:

Escubadaivem

Sábado 26/05

Local: Mercado Eufrásio (Olinda)

Horário: 18h30

Preço: 1 kg de alimento não perecível

Atrações: Devotos, Faces do Subúrbio, Nômades, Tiger, DJs Charles e Beto, Movimentos culturais, teatros, entre outras atrações

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