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O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada escolheu ficar em silêncio durante audiência na Justiça Federal do Paraná, na sexta-feira, 30. O executivo está preso desde o início de julho durante a 15ª fase da Operação Lava Jato. Jorge Zelada é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

"Quanto a juntada de mídias na data de ontem (29), não acesso à defesa, e, por isso, a orientação da defesa que, por ora, ele não responda as indagações do juízo nem das partes", argumentou o advogado do ex-diretor da estatal. Jorge Zelada substituiu Nestor Cerveró - condenado em duas ações penais na Lava Jato - na direção da área Internacional em 2008. Indicado por lideranças do PMDB, ele permaneceu no setor até julho de 2012.

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Denúncia da Procuradoria da República acusa Jorge Zelada de recebimento de propina envolvendo o contrato do navio sonda Titanium Explorer, da Petrobrás. A força-tarefa da Lava Jato descobriu quase 12 milhões de euros em uma conta secreta de Zelada no Principado de Mônaco.

Um e-mail interceptado pela Polícia Federal, revelado na semana passada, indica que Jorge Zelada solicitou a transferência do dinheiro, em 25 de julho de 2014, de um banco na Suíça para outro em Mônaco, menos de quatro meses após a deflagração da Lava Jato. Relatório de análise da PF sustenta que a mensagem é ‘prova material’ de lavagem de dinheiro do ex-diretor da estatal.

Na semana passada, a Polícia Federal indiciou em mais um inquérito da Lava Jato Jorge Zelada e o operador de propinas do PMDB João Augusto Henriques. Eles são acusados por corrupção em contrato com a multinacional Subsea 7, antiga Acergy, na construção de um gasoduto da estatal, em 2007, no campo de petróleo Mexilhão, na bacia de Santos (SP).

Foram indiciados ainda o ex-diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, e seu ex-braço-direito Pedro Barusco - ambos cota do PT no esquema de corrupção na estatal - , e o ex-sócio de Henriques, Miloud Alain Hussene Daouadji.

O deputado federal Mendonça Filho (DEM) afirmou, nesta sexta-feira (14), que com a nova fase da Operação Lava Jato desencadeada hoje, não é possível mais adiar a convocação à CPMI da Petrobras do ex-diretor da estatal Renato Duque. Duque foi um dos presos pela Polícia Federal e há várias semanas parlamentares da oposição vem tentando a aprovar seu depoimento na comissão.

À frente da diretoria de Serviços entre 2003 e 2012, Renato Duque foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de receber propinas de contratos firmados pela empresa pública. O deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) é autor do requerimento de convocação de Duque apresentado desde que a comissão mista foi instalada em maio deste ano. 

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“Os fatos se mostraram maiores do que a operação abafa do governo, inclusive esta semana tentamos votar a convocação de Renato Duque na CPMI. Felizmente, a Justiça não está aparelhada e existe independência na atuação do Ministério Público e Polícia Federal que acabou prendendo o ex-diretor da Petrobras”, disse Mendonça. “Agora, mais do que nunca é essencial aprovarmos sua convocação. Mesmo preso, assim como foi com Paulo Roberto Costa, ele deve vir a CPMI, pois está clara a necessidade de apurarmos as conexões de Renato Duque na Petrobras. Como ele não assinou acordo de delação premiada está livre para falar e é o que o Brasil espera”, pontuou o democrata. 

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