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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), responsável pelo ingresso de muitos estudantes ao ensino superior, estabeleceu, ao longo de suas edições, algumas alterações para avaliar melhor o conhecimento dos vestibulandos. Dentre essas mudanças, são exigidas dos candidatos algumas competências e habilidades.

Em entrevista ao LeiaJá, o professor e diretor de inovação pedagógica, Vinícius Freaza, da 'Evolucional', startup de educação inovadora, explica como funcionam as competências e habilidades cobradas no Enem: “Podemos dizer que uma competência é um conjunto de habilidades específicas que, se dominadas, tornarão o vestibulando competente ou proficiente em relação ao recorte da área de conhecimento que foi avaliado”.

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Para o docente, "o vestibulando precisa compreender que cada questão da prova do Enem envolverá uma habilidade específica, que poderá ou não ser cobrada novamente em outra questão". Ele acrescenta: "Ao resolver com sucesso as alternativas que cobram diferentes habilidades de uma mesma competência, indiretamente ele estará validando o seu domínio sobre ela”.

Como não ser surpreendido no Enem?

Entender como o Enem avalia as competências e habilidades dos participantes através das questões pode garantir uma boa nota na prova e, posteriormente, a tão sonhada vaga em uma universidade. Para isso, Freaza exemplifica por meio da competência 3, da habilidade 8, em Ciências da Natureza, quais são os tipos de questões mais comuns que podem cair a partir dela para os estudantes não serem surpreendidos na hora da prova.

Na matriz do Enem, a competência 3 exige que os vestibulandos associem intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações científico-tecnológicos. A habilidade 8 dessa competência pede para identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.

“No caso da habilidade 8, qualquer questão que peça para o estudante identificar uma etapa ou substância em um processo de transformação, está avaliando essa habilidade. Isso é muito comum, por exemplo, em questões de química, quando uma equação é fornecida no texto da questão, mas com alguma etapa ou composto faltante, para ser reconhecido pelo aluno”, comenta.

Veja o exemplo em uma questão do Enem: Questão 124 Enem

Resolução: O gabarito correto é letra “B”. “Pois, nessa questão, o vestibulando precisaria identificar a substância A da equação. Para isso ele deveria entender que para obter os produtos (lado direito da equação), a molécula da substância PET deveria passar por uma etapa de quebra e formação de novas substâncias pela reação com a substância A. Comparando os átomos presentes em todas as substância dos produtos, com os átomos presentes nos reagentes, ele poderia identificar a substância A”, ensina Freaza.

Ele ainda pontua: “A habilidade 8 citada está sendo avaliada nessa questão pois, em um processo de reciclagem, o vestibulando precisaria identificar a etapa de um processo químico”.

Como tirar uma boa nota?

Para obter uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio, segundo o docente, os estudantes precisam fazer a leitura, analisar as questões e identificar as mais fáceis. “As habilidades do Enem, e por consequência as competências a que elas se relacionam, possuem diferentes complexidades. Como o Enem é corrigido pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), o candidato precisa demonstrar que ele domina as habilidades básicas ou menos complexas, antes de dominar as de maior complexidade. Na prática, isso significa que o candidato terá melhor desempenho se acertar um maior número de questões fáceis na prova em relação às difíceis. Uma questão fácil é aquela que possui resolução mais direta e que, na própria leitura do texto base e do enunciado, o candidato já conseguirá resolvê-la”, finaliza.

Em plena dedicação aos estudos, os vestibulandos que prestarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sabem que toda ajuda é essencial neste momento para garantir uma boa nota e conquistar a tão sonhada vaga em uma instituição de ensino superior. Pensando nisso, o LeiaJá conversou com o professor e diretor de inovação pedagógica, Vinícius Freaza, da 'Evolucional', startup de educação inovadora, para esclarecer as dúvidas dos estudantes. Confira, a seguir, a entrevista:

Por onde começar a prova?

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“Para responder essa pergunta, primeiro é necessário dizer que o Enem tem uma metodologia de correção chamada de Teoria de Resposta ao Item (TRI). Em resumo, essa metodologia não considera apenas o número de questões que o estudante acerta, mas ela considera, para pontuar o vestibulando, o conjunto de acertos que ele teve. E, quando a gente analisa essa metodologia, nós entendemos que os estudantes que acertam o maior número de questões fáceis, têm um desempenho melhor, uma nota melhor. Indo direto ao ponto, os vestibulandos devem, prioritariamente, identificar as questões mais fáceis do exame e começar por elas”, explica.

O professor Vinícius Freaza revela dicas importantes para os estudantes. Foto: Reprodução/Facebook Vinícius Freaza

Como identificar as questões mais fáceis?

“O conceito de fácil e difícil é relativo. O aluno tem que entender o que é mais fácil para ele, por isso que essa busca tem que ser quase intuitiva. Mas existem alguns macetes para o estudante conseguir identificar as questões mais fáceis, uma dessas técnicas é ler a pergunta da questão. As questões do Enem têm uma estrutura muito definida, ou seja, um texto base, uma pergunta e as alternativas. Muitas vezes as questões fáceis são identificadas quando o estudante lê a pergunta e já entende o que a questão está querendo dele. Uma das dicas é o estudante direcionar o seu olhar primeiro para a pergunta e já tentar prever se ele consegue responder aquela questão direto. Se ele conseguir fazer isso, já pode considerar esse item fácil”, conta.

Em quanto tempo cada questão deve ser respondida?

“O Enem é uma prova muito longa, uma maratona. São 180 questões em dois dias, mais uma redação. Embora o tempo também seja longo, quando a gente pensa no tempo em que ele tem por questão, é um tempo bastante reduzido, ou seja, em média são três minutos por questão. Qual é a minha dica, é que o estudante vá para a prova com uma estratégia definida em termos de número de questões que ele vai fazer e o tempo em que ele vai levar para responder essas afirmativas. Por exemplo, como o estudante tem, em média, três minutos por questão, ele sabe que naquele bloco só pode gastar, no máximo, 15 minutos. Assim, os estudantes conseguem olhar para aquele universo de cinco questões e decidir quais das afirmativas são as mais fáceis, logo, ele vai de bloco em bloco fazendo só as questões mais fáceis e depois volta para fazer as difíceis”, esclarece.

É melhor fazer a redação ou as questões primeiro?

“A minha principal dica para os estudantes que vão fazer a prova no dia da redação, é definir a estratégia que irá utilizar. Por isso, é muito importante que os vestibulandos façam simulados, porque é através dos simulados que eles vão testar as estratégias. Eles podem fazer um simulado, por exemplo, para ir fazer a redação primeiro e as questões depois, como também eles podem fazer outro simulado para testar a estratégia de fazer o contrário. Mas eu aconselho não tomar essa decisão na hora da prova”, comenta.

Deu branco, o que fazer?

“O Enem é uma maratona com muitas questões e conteúdos diferentes, por isso é muito comum, em um determinado momento da prova, o candidato não conseguir processar toda informação. A minha dica é, sem medo, pule essa questão, deixe ela para depois e vá fazendo outras afirmativas. É muito comum os candidatos que tinham esquecido alguma coisa, ao avançarem na prova e irem fazendo outras questões, em um determinado momento relembram daquele conteúdo e voltam para responder”, aconselha o professor.

Quais são as dicas para ter uma boa nota no Enem?

“Primeiramente, o estudante precisa estar habituado com o formato da prova do Enem. Uma dica para se habituar é fazer simulados e provas anteriores, isso ajuda muito. A segunda dica é não deixar questões em branco, mesmo aquelas que não tenha conseguido resolver. Se apenas tiver aquele tempo para passar as respostas para o gabarito, chute as questões sem medo. Obviamente, só faça isso se o recurso de tempo estiver esgotado, pois a pontuação de um chute conta mais do que uma questão em branco”, conclui.

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