No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado nesta quinta-feira (8), o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) alerta para o câncer ósseo, que representa apenas 2% dos tipos de câncer conhecidos e muitas vezes é esquecido pela própria comunidade médica. Sem prevenção e com alto índice de mortalidade, geralmente o tumor considerado raro é confundido com outras doenças reumáticas.
Sem tanta informação disponível como nos casos de câncer de mama, pulmão e próstata, são prevenidos com exames periódicos, o tumor no esqueleto é identificado por muita dor em ossos longos, como braços, coluna, coxa e bacia. "Não tem como você fazer nenhum exame preventivo rotineiramente. A única forma que tem de diagnosticar precocemente é suspeitando dele”, aponta o doutor Marcelo Souza, ortopedista do serviço de ortopedia oncológica do HCP.
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Além da dor intensa com realce à noite ou ao se mexer, outros sintomas desse tipo de câncer são o inchaço nas articulações, presença de nódulos, osso que se quebram facilmente, febre, perda de peso sem razão aparente e cansaço.
Pelo quadro sintomático, muitos pacientes acreditam ser uma simples tendinite e acabam mascarando o câncer com remédios e fisioterapia, que não resolvem o problema. Para evitar a confusão, Marcelo sugere atendimento especializado e a realização de uma radiografia "bem feita". "“Não é ressonância, tomografia, nada dessas coisas sofisticadas", comentou.
O médico explica que o reumatismo, na maioria das vezes, são doenças autoimunes, que com o tempo afetam as articulações. Enquanto a osteoporose é a perda de massa óssea, muito comum na velhice, sobretudo nas mulheres depois da menopausa. Já o tumor maligno que causa o câncer ósseo é um desarranjo da renovação celular.
Ao longo de 2020, mesmo em meio à pandemia, o HCP realizou 14.656 consultas mensais, segundo dados do DATASUS. O hospital também efetuou 469 procedimentos cirúrgicos, 4.768 quimioterapias e 173 radioterapias mensalmente.
Sobre o tratamento após a confirmação, Marcelo lembra que o câncer é uma doença que precisa de cuidados particulares em cada caso. “Da mesma forma que outros tumores, existem diversos tipos de câncer ósseo. Uns precisam ser tratados apenas por cirurgias, outros tratados com quimioterapia, outros com rádio e outros combinando. É uma mesclagem de possibilidades de acordo com o tipo do tumor”, concluiu.