Tópicos | Espaços culturais da RMR sofrem com obras intermináveis

Pernambuco sempre foi celeiro de grandes nomes do audiovisual, música, teatro e literatura.  São inúmeros os exemplos de artistas, pensadores, escritores que fizeram e fazem de Pernambuco uma força cultural. Foi com o intuito de resgatar e documentar a tão rica história cultural do Estado que nasceu, em outubro de 1970, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE). Na época foram registrados em áudio entrevistas com personalidades da política, arte e cultura pernambucana das décadas de 70 e 80, como Cícero Dias.

Durante as décadas seguintes, o MISPE se consolidou como o principal espaço voltado à guarda, restauração, manutenção, catalogação, divulgação da música, fotografia e audiovisual no Estado. Tornou-se o guardião de um acervo composto por mais de seis mil peças, entre filmes em película, partitura, discos, literatura, audiovisual, livros, cordéis e jornais. Em 2006, a TV Universitária doou todo o material jornalístico da emissora ao museu. Outra importante doação ao MISPE foi o acervo particular do fotógrafo e cineasta pernambucano Firmo Neto. Atitude semelhante foi tomada pela Rádio Clube, que entregou aos cuidados do museu mais de duas mil horas de gravação desde 1960.

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Durante 12 anos, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco funcionou na Casa da Cultura. Em 1992, passou para o casarão que fica na rua da Aurora. Em 2008, o tempo foi cruel com o MISPE, que por razões estruturais do prédio, voltou a funcionar temporariamente na Casa da Cultura. A reforma no antigo casarão começou em 2011 e se arrasta até os dias de hoje. O diretor do MISPE, Geraldo Pinto, em entrevista recente à imprensa, explicou que a demora em reformar o casarão se deve a problemas estruturais que demandam tempo, como a reforma no telhado e partes elétrica e hidráulica, além de diversas exigências de órgãos como o Corpo de Bombeiros.

O diretor do museu também informou que as mudanças estão em curso e que as obras devem ser terminadas em 2014. André Arararipe – diretor de gestão de equipamentos da Fundarpe, explicou que o projeto é utilizar os quatro andares do prédio, com exposições permanentes e sessões de cinema. Enquanto as obras não são concluídas, o diretor explica que o Mispe continua funcionando na Casa da Cultura do Recife, aberto apenas à pesquisadores, e que os funcionários estão trabalhando normalmente no acervo.

Procurada pelo LeiaJá, a Secult-PE/  Fundarpe não enviou resposta sobre a reforma do MISPE até o fechamento desta matéria.

*Edição: Felipe Mendes

O Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão dos Guararapes, foi inaugurado em setembro de 1947 com a exibição do filme O Canto do Mar, que contava com a atriz Yara Lins no elenco. Foi um momento importante para os moradores da cidade, que estava em plena expansão. “O cinema foi inaugurado com Jaboatão em pleno crescimento. Aqui passavam filmes muitos bons. Tinha aqueles românticos, faroeste, era uma época muito boa”, lembra com saudade José Luis Ferreira, de 77 anos.

O cinema fica na Praça Nossa senhora do Rosário, principal local de encontro de muitos moradores do centro do município. Em  2013, a prefeitura deixou de realizar o carnaval na cidade e prometeu que o dinheiro que originalmente seria gasto na folia de momo, cerca de R$ 500 mil, serviria para reformar o Cine Teatro Samuel Campelo.

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A demora na entrega do equipamento cultural vem deixando os moradores revoltados. “Venho aqui todos os dias. Encontro os amigos, jogo conversa fora e olho com saudade o cinema que frequentei. Era o único local de lazer da população. Tem muito tempo que está fechado. Fico triste com tudo isso”, diz Edson Carneiro de Almeida, morador.

A indignação fica explícita nas conversas em torno do cine teatro. “Como é possível ter um cinema como este, com uma obra que nunca termina”, comenta Antônio Santos. Palavras que são endossadas por quem passa em frente ao prédio, como o aposentado José Honésio. Ele vai à praça todos os dias encontrar os amigos. “Isso é uma vergonha, Jaboatão não merece que o Samuel Campelo fique sem funcionar tanto tempo, até quando isso vai continuar?”, desabafa.

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Felipe Bernardo, estudante que faz parte do cine clube Moscouzinho, também faz coro para a reabertura imediata do cinema. “A juventude precisa de lazer, de um cinema. A violência na cidade é muito grande. Quando falamos com os jovens, a grande maioria quer o cinema funcionando. Enquanto isso não acontece, passamos curtas e longas brasileiros nas praças”, explica Felipe.

Desde de Julho de 2011, jovens do movimento social Núcleo Educacionista de Jaboatão como Gérson Vicente, vêm acompanhando o andamento das obras. Os jovens não ficaram apenas no protesto, partiram para descobrir porque a reforma do Cine Teatro Samuel Campelo se arrasta por tanto tempo. O Ministério da Cultura repassou à Prefeitura cerca de R$ 500 mil. O restante não foi liberado por falta de documentos, como por exemplo o acervo fotográfico com a situação da obra e os últimos boletins de medições. Os documentos são do Portal Transparência Brasil”, diz Gerson Vicente, um dos líderes do movimento. Veja os documentos na galeria de imagens.

A prefeitura rebate as informações do grupo e afirma que não há pendências documentais em relação à obra do Cine Teatro Samuel Campelo. Leia a íntegra da nota oficial:

"A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes informa que o valor total da construção do Teatro Samuel Campelo é de R$ 5,6 milhões (infraestrututura e equipamentos), verbas do Ministério da Cultura e município. A previsão é de que as obras sejam concluídas até dezembro deste ano. Em relação às documentações o Governo Municipal esclarece que não há pendências e foi distribuída uma cópia aos integrantes do grupo Educacionista de Jaboatão, durante reunião realizada nesta terça-feira (15/10), na Casa da Cultura, em Jaboatão Centro.

O Samuel Campelo terá com capacidade para mais de 500 expectadores, além de contar com lugares preferenciais para pessoas com deficiência e também para obesas. Além disso, programações cinematográficas e apresentações teatrais variadas farão parte do cotidiano do espaço, transformando-o em ponto de formação e educação de jovens por meio de oficinas culturais."

*Edição: Felipe Mendes

Um dos patrimônios culturais de Pernambuco, o Teatro do Parque tem o título de Imóvel Especial de Preservação. O teatro - que também abriga exibições de cinema, espaço para aulas e jardim com café - está com as portas fechadas desde 2010, e continua abandonado. Segundo informações divulgadas em agosto deste ano pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a reforma está próxima e o teatro será entregue à população em agosto de 2015, quando completa 100 anos.

"Esperamos gastar cerca de R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, na reforma, já que as vistorias iniciais realizadas por arquitetos constataram que o local apresenta estrutura bem sólida, não sendo necessárias grandes intervenções '' disse, na época, o presidente da FCCR, Roberto Lessa. Contactada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife reafirmou a entrega do Teatro do Parque para agosto de 2015 e  que não há nenhuma informação nova. As obras ainda não foram iniciadas.

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Construído pelo comerciante português Bento de Aguiar, com o projeto de decoração dos pintores Henrique Elliot e Mário Nunes, o prédio que abriga o Parque tem arquitetura em art nouveau e foi inaugurado em 24 de agosto de 1915 com uma apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas. Grandes companhias brasileiras passaram pelo palco do teatro, como as de Vicente Celestino e Alda Garrido. No palco foram encenadas as primeiras peças em parceria entre Samuel Campelo e Valdemar de Oliveira.

O teatro passou pela primeira reforma em 1929, na gestão de Pelópidas da Silveira. Em 1995 foi novamente reformado. Nada foi feito em 18 anos, e o velho e bom teatro novamente pede socorro. No dia 24 de agosto desse ano, dia que marcou o 98º aniversário do Teatro do Parque, artistas se mobilizaram em protesto chamado de Ocuparque pedindo urgência na reforma.

''Não gostaria de receber um teatro maquiado, com obras por fazer, como já aconteceu com o Santa Isabel. É melhor que a reforma passe dois anos e saia bem feita, do que na pressa e cheia de problemas”, opina Leidson Ferraz, jornalista, escritor e pesquisador na área de teatro.

Joaquim Argemiro - Seu Miro, como é conhecido - tem há 36 anos um bar em frente ao Teatro do Parque. Ele lembra com saudade dos grandes espetáculos. “Aqui já foram encenadas grandes peças teatrais. Me lembro que Chico Anysio esteve no teatro e veio ao meu bar tomar um café. Ficamos batendo papo umas duas horas”, conta o comerciante. Seu Miro desconfia que a promessa da prefeitura de reabrir o teatro em agosto de 2015 não seja cumprida: “Teve um povo pedindo a reabertura do espaço. Logo, a prefeitura colocou uma placa dizendo que o teatro estava em obras. Só que até agora nenhuma telha entrou no prédio, sei não”, diz, descrente.

O LeiaJá teve acesso às dependências do Teatro do Parque, confira imagens exclusivas:

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*Edição: Felipe Mendes

A população precisa de locais em que possa exercer seu direito de acesso a bens culturais. Teatros, cinemas, museus, são espaços de encontro das pessoas com outras e com a cultura. Além da questão artística, os equipamentos culturais públicos, ao atrair um grande número de pessoas, também têm impacto na economia do entorno. Muitos são também patrimônio histórico e arquitetônico, trazendo mais uma dimensão para sua importância na vida da cidade.

O Recife e sua Região Metropolitana vêm sofrendo com casos crônicos de abandono de equipamentos culturais geridos pelo poder público. Alguns dos mais importantes espaços culturais - muitas vezes única opção de lazer e acesso à cultura da sua região - estão fechados há anos, quando não décadas, e alguns não têm sequer data para início das obras necessárias ao seu funcionamento. O LeiaJá foi ao Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes procurar saber como estão alguns dos mais importantes e simbólicos equipamentos culturais da Região Metropolitana.

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E o que encontrou foi espaços abandonados, obras que se arrastam há anos e promessas repetidas do poder público de entrega destes equipamentos culturais à população, que até agora não se concretizaram. Confira nesta reportagem especial como estão o Teatro do Parque e o Museu da Imagem e do Som - MISPE, no Recife, o Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão, e os cinemas Olinda e Duarte Coelho, em Olinda. Navegue pelos links para conferir as reportagens completas sobre todos estes espaços fechados para o acesso do público.

Em agosto deste ano, o Governo Federal contemplou o Estado de Pernambuco com R$ 171 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Cidades Históricas para restauração e manutenção de patrimônios históricos. Recife ficou com R$ 78,4 milhões, Olinda com R$ 61,8 milhões e Fernando de Noronha com R$ 30,8 milhões. Confira a lista completa neste link.

A lista de obras no Recife contempla mercados, igrejas e museus. Fernando de Noronha se resumiu à restauração, conservação e revitalização de fortes, ruínas e pátios seculares. Olinda foi a maior beneficiada, com um total de 14 projetos aprovados. Estão contemplados casarões, igrejas, praças, bicas, ruas, mosteiros, o Palácio dos Governadores e o Cine Duarte Coelho, no bairro do Varadouro.

Olinda

O LeiaJá visitou as obras do Cine Olinda, no Carmo, e descobriu que estão adiantadas. Segundo o mestre de obras Marcolino da Silva, 80% da reforma está terminada, faltando detalhes de acabamento. ''Concluímos a parte mais pesada, como paredes e as partes hidráulica e elétrica. Esperamos entregar até o final de novembro'', afirmou Marcolino da Silva. As obras do Cine Olinda são de responsabilidade do IPHAN e não estão incluídas no PAC - Cidades Históricas. Segundo Fernando Medeiros, responsável pela obra, ela estará concluída até o final de dezembro deste ano.

Já o Cine Duarte Coelho está totalmente abandonado. Sem ninguém trabalhando, entregue à própria sorte. Nossa equipe esteve no local e encontrou um prédio destruído pelo tempo, tomado pelo mato e cheio de pichações. “Aguardávamos ansiosos pelos filmes. Assisti muitos de humor e bang bang. Era muito bom. Fico triste quando vejo o estado do Cine Duarte Coelho. O que não pode é ficar do jeito que está. É uma vergonha'', lamenta José Laurentino Ferreira, de 73 anos. A Prefeitura de Olinda, através de nota, informou que o projeto está em fase de licitação e que após a aprovação do plano de execução pelo IPHAN, a obra levará 12 meses para ser concluída, sem informar o prazo para ter início.

Confira a matéria completa sobre os cinemas Olinda e Duarte Coelho

Recife

Apesar do clamor da classe artística, o Teatro do Parque - fechado desde 2010 - não foi contemplado com a verba do PAC - Cidades Históricas. A Prefeitura do Recife, no entanto, pretende investir cerca de R$ 1 milhão na reforma do prédio. O dinheiro é suficiente, garantiu o presidente da FCCR, Roberto Lessa, já que a estrutura do teatro está sólida e não precisa de grandes intervenções.

Até agora, a obra não teve início, o que gera desconfiança por parte dos comerciantes próximos ao teatro. ''Não vi até agora nem uma telha entrando no local. Lamento que ele fique parado, já que ganhamos um dinheirinho maior quando ele funciona”, diz Joaquim Argemiro, que há 36 anos tem um bar na frente do Teatro do Parque. “É muito estranho só ter uma placa de obras na porta e nenhum operário'', diz, desconfiado, o comerciante. A Prefeitura do Recife promete entregar o Teatro do Parque à população em agosto de 2015, quando completa 100 anos.

Confira a matéria completa sobre o Parque

Jaboatão

O Cine Teatro Samuel Campelo é outro exemplo na demora em entregar equipamentos fechados de volta ao uso da população. Já são duas décadas fechado. A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes promete entregar o espaço cultural em dezembro deste ano e a reforma tem um custo total de R$ 5,6 milhões. O dinheiro vem do Ministério da Cultura, com contrapartida de R$ 500 mil da prefeitura.

Desde julho de 2011, jovens do Centro do Movimento Social Núcleo Educacionista de Jaboatão vêm acompanhando o andamento das obras e do processo de liberação dos recursos. "As obras estão devagar, não andam. Tem muito tempo que a população reclama que não existe lazer na cidade. Constatamos que a prefeitura não entregou documentos essenciais ao Governo Federal. Diante disso, só foi liberada uma parcela de R$ 500 mil para o teatro”, informa Gérson Vicente, líder do Grupo. A prefeitura rebate a informação.

Confira a matéria completa sobre o Samuel Campelo

Imagem e som

Outro exemplo de espaço público importante para a cultura fechado há muitos anos é o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE). Desde 2007, o MISPE não está acessível à população. O casarão do início do século 19, que fica na Rua da Aurora, no centro do Recife, está abandonado e o acervo do museu abrigado na Casa da Cultura.

O LeiaJá esteve no local e não havia nenhuma pessoa trabalhando. A diretoria de gestão de equipamentos da Fundarpe informou à imprensa, em agosto desse ano, que a obra estava em curso, e que o prazo de entrega seria em 2014. Atualmente, o acervo do museu - que conta com mais de 6 mil peças - está disponível apenas a pesquisadores. E a situação não tem data para mudar.

Confira a matéria completa sobre o MISPE

*Edição: Felipe Mendes

O Cine Teatro Olinda, localizado em frente à Praça do Carmo, em Olinda, recebeu recursos de R$ 1,3 milhões. Mas este dinheiro não faz parte do PAC – Cidades Históricas, e sim de verbas do IPHAN. Promessa antiga da Prefeitura de Olinda, o cinema já teve diversas datas de inauguração, mas ainda está fechado. E a cidade patrimônio histórico e cultural continua sem ter nenhum cinema em funcionamento no seu território.

Ao visitar o local, o LeiaJá encontrou um canteiro de obras em pleno funcionamento. Segundo o mestre de obras Marcolino da Silva, 80% da restauração já está concluída, e o que falta agora é o acabamento. ''Toda parte hidráulica já está pronta, o telhado e tubulações de energia também. Faltam pintura e detalhes que devem levar ainda dois meses”, explica Marcolino. “Até o final de novembro vamos entregar o teatro”, afirma.

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Segundo o projeto de restauração, o Cine Olinda Convenções contará com uma sala de cinema e teatro-convenções, com capacidade máxima de 320 lugares, um auditório, sala multifuncional no piso inferior com capacidade de 80 lugares, uma sala multimídia, sala de reunião no piso superior com capacidade para 30 pessoas, uma cabine de projeção, sala para administração e um depósito, além de uma copa - lanchonete.

O mestre de obras tem uma relação pessoal com o Cine Teatro Olinda. ''Eu era pequeno, mas assistia a filmes infantis na matinê. Era muito bom”, recorda Marcolino. O Cinema também é parte da vida de José Laurentino de Brito, de 73 anos. Ele mora em Olinda desde 1957, no Bairro do Carmo, próximo ao Cine Olinda, local que utilizou várias vezes para se “divertir, levar a namorada e assistir bons filmes”. “No cinema passavam filmes românticos, de faroeste e humor, como os de Mazzaropi. Levei a namorada várias vezes ao cinema, tudo com muito respeito, lógico. Um lugar desses não merecia ficar tanto tempo parado. Será que desta vez sai mesmo?'', indaga o aposentado.

Um dos cinemas mais movimentados do Estado entre as décadas de 1930 e 1970, O imóvel estava em ruínas desde o início da década de 1970. Situado na avenida Sigismundo Gonçalves, bairro do Carmo – foi alvo de constante invasões. Após décadas de abandono, o equipamento cultural pode finalmente ter um final feliz e ressurgir majestoso. Segundo informou a Prefeitura de Olinda, a obra do Cine Olinda está sendo executada pelo IPHAN e que todas as informações deveriam ser obtidas junto ao órgão. O IPHAN que confirmou a informação da Prefeitura de Olinda, informou segundo Fernando Medeiros, responsável pela fiscalização da obra, que o prazo de entrega da obra está previsto para Dezembro deste ano.

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Cine Duarte Coelho: O abandono continua

Ainda em Olinda, outro cine teatro sofre com o completo abandono. A situação do Cine Duarte Coelho, que funcionava em um prédio histórico localizado na praça da Lapa, no Varadouro, é crítica. O espaço foi inaugurado em 1942 e funcionou como cinema até a década de 1980. Em 1998, a Prefeitura de Olinda anunciou R$ 800 mil para a reforma do cinema.

“No prédio tinha poltronas, carpetes e móveis. Começaram a reforma, mas depois ela foi abandonada. Roubaram tudo e o local virou ruínas”, diz, com tristeza, o Jornalista José Ataíde. Quem lembra com saudade do Cine Duarte Coelho é Mauro de Barros, 76 anos, morador da cidade histórica de Olinda desde 1936. O aposentado acompanhou a inauguração do cinema em 1942, quando foi exibido o filme Uma Noite no Rio, protagonizado por Carmem Miranda. “Assisti a vários filmes. Era muito bom. Bang bang, filmes românticos, de humor... Aqui frequentava a alta sociedade olindense”, relembra Mauro.

O Duarte Coelho pertencia às Empresas de Cinemas Reunidos, dirigidas por Benjamim Ramos. A sala de projeção funcionou ativamente durante as décadas de 1950 e 1960. No início da década de 80, o prêdio foi desapropriada pela Prefeitura de Olinda. Hoje a construção está na lista dos 14 projetos que receberam dinheiro do PAC - Cidades Históricas para obras de restauração.

Em entrevista à imprensa em agosto deste ano, o Secretário Municipal de Patrimônio de Olinda, Lucílio Varejão, informou que a reforma espera por licitação, e assim que a obra estiver pronta, abrigará uma escola de cineanimação com capacidade para 267 pessoas. Na época, o Secretário não informou quando a obra seria entregue à população.

Em nota enviada ao LeiaJá, a Prefeitura de Olinda informa que a Secretaria de Patrimônio e Cultura está encaminhando ao IPHAN o termo de referência para contratação da obra e que existe o prazo necessário para procedimento de licitação. A previsão de duração da obra é de 12 meses. A nota enviada pela Prefeitura não informa quando as intervenções terão início.

Leia a nota na íntegra:

"CINE DUARTE COELHO

1 - A Prefeitura de Olinda explica que o Cine Duarte Coelho foi inscrito no PAC das Cidades Históricas e está contemplado entre os 14 projetos que serão realizados no município.

2 - Com relação ao Cine Duarte Coelho ter sido retirado do PAC, a Prefeitura informa que a informação não procede.

3 -  Para as obras do Cine Duarte Coelho, a Secretaria de Patrimônio e Cultura esclarece que está encaminhando ao IPHAN o Termo de Referência para contração da obra de intervenção, conforme modelo de formatação estabelecido pelo PAC.  Após aprovação do IPHAN e prazo necessário para o procedimento licitatório, a previsão de duração da obra é de 12 meses.

CINE OLINDA

1- A Prefeitura esclarece que a obra do Cine Olinda está sendo executada pelo IPHAN e todas as informações sobre a obra, incluindo prazos, devem ser obtidas junto ao órgão.

2 - Não houve substituição de obras do Cine Duarte Coelho para o Cine Olinda. O primeiro foi contemplado pelo PAC e o segundo foi licitado pelo IPHAN em outro tipo de financiamento.

3 - O projeto de reconstrução do Cine Olinda prevê, além de cinema, espaço para funcionamento de um Centro de Convenções."

*Edição: Felipe Mendes

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