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Policiais da pequena cidade italiana de Bojano, localizada na região sul da Itália, libertaram uma mulher que foi escrava da família por 22 anos, anunciaram as autoridades da província de Campobasso nesta segunda-feira (12).

Em entrevista à ANSA, o comandante da polícia local, Edgard Pica, informou que a mulher - que tem 67 anos atualmente - foi libertada na última semana e que, desde então, telefona diariamente para os agentes para agradecer por ter sido retirada da residência.

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"Ela falou só quando entendeu que nós não a levaríamos mais de volta àquela casa. Se sentiu livre e, naquele momento, contou tudo que sofreu nesses anos e também assinou o processo legal", disse o comandante.

Conforme os relatos, tudo começou em 1995 quando a mulher ficou viúva e, para não viver sozinha, aceitou o convite de um irmão para morar com ele na casa que era dos pais. O homem morava no local com sua esposa. No início, ela ficou no quarto dos genitores e viveu em tranquilidade, mas pouco a pouco, a situação foi se deteriorando.

Pouco tempo depois, a mulher foi obrigada a ir para um quarto construído para ela ao lado de um galpão, que não tinha sistema de aquecimento. A construção tinha apenas como ser trancada pelo lado de fora e, assim, ela era impedida de deixar o local se os parentes não estivessem na residência.

Por anos, não recebeu cuidados médicos e ia esporadicamente a uma cabeleireira sob supervisão da cunhada. No mais, ela não podia sequer ir ao cemitério visitar o túmulo do marido ou conversar com os vizinhos.

Durante esse período, foi vítima de agressões físicas e psicológicas e contou que só podia tomar banho em um tanque no galpão uma vez ao mês. Ela ainda não podia usar o banheiro da residência.

No entanto, há alguns meses, uma denúncia chegou à polícia local, que começou a investigar o caso. Os agentes inclusive usaram um sobrevoo na área da residência para verificar se havia alguém morando ao lado da casa. Na última semana, a mulher foi levada para a delegacia, onde foi acompanhada por um consultor jurídico indicado pela Procuradoria de Campobasso.

"A resiliência da mulher agora idosa foi colocada à prova por muitos anos, mas ela conseguiu suportar as gravíssimas violações sofridas, como a perda da liberdade pessoal, de falar e de autocuidar, mostrando um desejo de viver tal e de sair dessa situação que a fez buscar todas as chances de pedir ajuda, com tentativas que ficaram tempo demais sem serem escutadas", acrescentou o chefe da polícia.

O irmão e a cunhada vão responder em liberdade pelos crimes de maus-tratos e de sequestro. O casal tem filhos que não moram no local e que, no momento, são considerados estranhos ao caso.

Da Ansa

Uma funcionária das Lojas Americanas da cidade de Tucano, na Bahia, foi chamada de "negrinha escrava" por uma cliente. A suspeita será investigada pelo crime de injúria racial. O fato aconteceu no dia 26 de agosto deste ano, mas as imagens só viralizaram nas redes sociais nesta quinta-feira (1º). 

A Polícia Civil ainda não deu detalhes sobre as circunstâncias do crime, mas pelo vídeo nota-se que a suspeita estava no caixa de pagamento durante a discussão. Não dá pra saber como tudo começou, mas percebe-se a vítima retrucando a suspeita, que a chamou de bandida.

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Segundo o G1, imagens das câmeras de segurança da loja foram recolhidas para auxiliar nas investigações. Com o dedo em riste, a cliente passa a humilhar a funcionária. "Se enxergue, se coloque no seu lugar, garota, antes de olhar para mim". A vítima então chama a cliente de louca e escuta de volta respostas ofensas racistas. 

"Eu te processo antes de você me processar de 'neguinha'. Você me chamou de louca e eu te chamei de 'neguinha escrava", diz a suspeita cometendo injúria racial. 

Confira o vídeo

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O LeiaJá solicitou posicionamento da Americanas e, até a publicação deste material, não havia recebido resposta. O espaço segue aberto. 

 Em depoimento ao Ministério do Trabalho, a ex-patroa de Madalena Santiago da Silva, resgatada em março do ano passado após 54 anos em condições de trabalho análogo à escravidão, disse que não pagava salário por considerar a doméstica uma irmã. A trabalhadora, de 62, chocou o Brasil durante uma entrevista em que chorou e se recusou a pegar na mão de uma repórter branca. A informação foi divulgada pelo G1.

A ex-patroa Sônia Seixas Leal é investigada por maus-tratos e a filha Cristiane Seixas teria ficado com R$ 20 mil da aposentadoria da doméstica, além de fazer empréstimos em seu nome. 

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Carta indicou crimes

Parte dos crimes cometidos em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia, foram expostos em uma carta escrita pelo pai de Cristiane em 2018, antes de morrer em 2020. Ele apontou que Madalena servia a filha como uma "escrava". 

"Queria bem como se fosse a sua própria mãe. Então qual o agradecimento e gratidão: retirou toda a sua pequena poupança, produto de uma aposentaria de 35 anos de trabalho. Não satisfeita no seu instinto perverso, ainda teve a crueldade de consignar empréstimos na sua aposentaria que variam de 48,60 a 70 meses. Doloroso!", manifestou. 

Bloqueio de bens

O Ministério tem entre 10 e 12 autos de infração por cada irregularidade cometida, indicou a auditoria Liana Durão. A Justiça do Trabalho bloqueou cerca de R$ 1 milhão em bens para garantir as verbas rescisórias e os danos morais à doméstica. 

Enquanto os processos correm na Justiça, Madalena recebe seguro desemprego e um salário mínimo da ação cautelar do Ministério.  

Após tomar conhecimento que uma idosa, de 61 anos, era mantida como escrava por uma de suas gerentes, em um imóvel em Pinheiros, bairro nobre da Zona Oeste de São Paulo, a Avon afastou a funcionária e garantiu que vai acolher a doméstica. Na quinta-feira (18), a executiva Mariah Corazza Üstündag, de 29, foi presa em flagrante, mas solta em seguida após pagar fiança de R$ 2.100.

Nessa sexta-feira (26), a marca de cosméticos fez um comunicado para reforçar o compromisso com os direitos humanos e contra a atitude da executiva. “Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”, diz a publicação.

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Com a repercussão do caso envolvendo sua prisão, Mariah deletou o Linkedin, mas a conta informava que ela estudou na Universidade de São Paulo (USP) e era gerente global da Avon no setor de “inovação em fragrância”. A patroa é filha da reconhecida cosmetóloga Sônia Corazza.

A idosa foi encontrada sozinha pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), após ser abandonada pelos patrões em um quarto nos fundos do terreno. No local onde foi mantida, ela estava sem acesso a banheiro e alimentação.Contratada desde 1998, não recebia salário regular desde 2011 e ganha uma quantia em torno de R$ 250. 

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Uma mulher conseguiu na Justiça uma indenização de R$ 1 milhão contra a família que a criou. Segundo Solange, de 39 anos, ela vivia em situação análoga à escravidão. As informações são do G1.

A decisão foi proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo. Ainda cabe recurso no Tribunal Superior de Trabalho (TS). O advogado da família já informou que irá recorrer.

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Em seu relato, a mulher conta ter ido morar na casa da família aos sete anos através de uma adoção não oficial. Ela acredita que a mãe decidiu entregá-la por estar garantindo melhores condições de vida para a filha.

Na nova casa, Solange recebeu o nome de Karina, sendo apresentada aos membros da família como um misto de filha e empregada. Já na primeira semana, ela foi colocada para dormir em um banheiro entre o box e o vaso sanitário. Essa situação só mudou após ela contrair uma infecção.

Além disso, ela era proibida de brincar com o neto dos patrões e não frequentava a escola, apesar da patroa ser professora aposentada. Solange não podia usar papel higiênico, sendo obrigada a utilizar jornal. Aos 18 anos, ela foi registrada como empregada doméstica para o pagamento do INSS, porém o salário nunca era entregue. Ela viveu na casa até os 36 anos.

Solange deixou a residência no dia em que uma das netas das da patroa a acusou de estar fazendo orgia com o enfermeiro que frequentava o local. "A neta gritou que eu estava fazendo orgia dentro do quarto. Ela disse enquanto o enfermeiro estiver aí você não volta mais. E chamou o sobrinho dela", a mulher contou ao G1.

Hoje, Solange tem namorado, algo que era proibido, e trabalha em uma empresa que oferece faxinas. A empregada doméstica ainda faz faxinas para os antigos patrões, que atualmente pagam corretamente pelos serviços. "Eu não vou lá porque eu gosto de ver eles, eu vou lá para trabalhar, ganhar meu salário, eu saí de lá sem nada", explica.

Na primeira instância, o juiz entendeu que não havia trabalho análogo ao escravo, mas um trabalho proibido por ela ser menor de idade. Já na segunda instância, três juízes reconheceram se tratar de um trabalho análogo ao escravo.

O Tribunal fixou um valor de R$ 1 milhão de indenização a ser pago em 21 anos. Os advogados de Solange acreditam que os fatos e as provas não deverão ser reexaminados, podendo haver apenas discussão em relação ao valor. Já a defesa da família diz nunca ter havido relação análoga à escravidão.

"Mammy", a simpática e teimosa escrava que cuidava com zelo de Scarlett O'Hara em "... E o vento levou", virou a personagem principal de um romance lançado com o consentimento dos herdeiros da escritora Margaret Mitchell, que publicou seu famoso livro em 1936. O livro "Ruth's journey" (A jornada de Ruth, em tradução livre), escrito por Donald McCaig e publicado este mês nos Estados Unidos pela Atria Books, não é uma continuação de "... E o vento levou", e sim a história que o precede, a chamada "prequência".

"É a reconstrução da vida de uma personagem famosa, cuja contribuição não foi devidamente apreciada ainda", declarou à AFP o escritor americano de 74 anos. No livro de Mitchell, que inspirou o filme cult de mesmo nome e que celebra este ano o 75º aniversário, Mammy sequer tem um nome real, afirma ainda o autor. Mitchell chegou a ser acusada de racismo, mas, "na época, seria provavelmente impossível que uma escritora branca considerasse os negros tão importantes ou reais como os brancos", explicou McCaig.

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É assim que "Mammy" vira Ruth, em referência ao personagem bíblico que é símbolo da fé e fidelidade. A partir de uma menção às origens francesas da ama de leite de Scarlett, o autor imaginou a infância em Saint-Domingue - ex-colônia francesa que virou o Haiti - da futura babá, uma órfã acolhida por um casal de franceses. Expulsos pelos levantes separatistas, o casal se exila nos Estados Unidos, em Savannah (Geórgia), onde a francesa fica viúva e volta a se casar, dando à luz Ellen Robillard, a futura senhora O'Hara, mãe de Scarlett. "Mammy" viverá sua própria vida antes de se ocupar e se dedicar à pequena Scarlett.

Metade da história

"Houve milhares de 'mammys' no sul americano, muitas delas não tinham nome (nos romances), milhares de mulheres que criaram como seus os filhos dos brancos ricos", explica ainda o autor. "Para mim, a ausência da voz de Mammy, de sua história, de sua personalidade em '... E o vento levou', foi um grande vazio, é como se o livro contasse a metade da história", complementou.

"A babá é uma personagem trágica, mas que jamais perde a esperança. É determinada e muito digna, mas não é uma rebelde", conclui. A história do livro, cuja terceira parte é narrada do ponto de vista da escrava, termina justamente uma semana depois da famosa festa do início do romance de Margaret Mitchell.

A pedido dos herdeiros de Mitchell, McCaig escreveu em 2007 "O clã de Rhett Butler", também derivado de "... E o vento levou", e que conta os tormentos amorosos de Scarlett e Rhett durante a Guerra da Secessão. Junto a "Scarlett", de Alexandra Ripley e publicado em 1991, este é um dos únicos dois romances até agora autorizados pela família de Mitchell, que faleceu em 1949.

O maior desafio ante um livro icônico "é ser respeitoso com o original e, ao mesmo tempo, ter algo extra a acrescentar", comentou o autor, acrescentando ter trabalhado com uma grande liberdade por parte dos herdeiros de Mitchell. O livro é dedicado a Hattie McDaniel, a primeira atriz negra americana a ganhar um Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1939 por sua brilhante interpretação de Mammy no filme baseado no livro.

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás denunciou hoje, em ação penal à Justiça Federal, a pastora W.F.M.B., por ter mantido em sua casa, durante 19 meses em Goiânia, uma criança xavante, menor de 14 anos, em condição análoga à de escrava.

A menina, que é da tribo de São Marcos, em Barra do Garças (MT), habitou, entre os meses de maio de 2009 e novembro de 2010, um sobrado do Setor Coimbra, bairro próximo ao Centro. Ela foi apelidada de "mucama" - sinônimo de criada, serva, escrava ou doméstica.

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"O trabalho doméstico infantil de menores de 16 anos foi incluído na lista das piores formas de atividades que exploram as crianças", disse o procurador Daniel Resende Salgado. O Código Penal prevê, para o crime e agravantes somados, até 16 anos de reclusão.

Daniel Salgado afirmou que optou em manter sob sigilo o nome da menina, divulgar as iniciais da mulher, e omitir a denominação neo-pentecostal.

Contou, ainda, que ouviu a menina por meio de intérpretes. E a criança xavante, hoje com 13 anos de idade, relatou como era ameaçada e castigada caso não executasse os trabalhos domésticos diários: lavar as louças, cozinhar, passar roupas, lavar o piso do sobrado e distribuir folhetos da Igreja às sexta-feiras.

O caso veio à tona em dezembro de 2010, disse o procurador, quando professoras viram hematomas pelo corpo da menina. Apatia, tristeza, indisposição, faltas constantes e o caderno com o "dever de casa" incompleto também chamaram atenção na Escola JK, em Goiânia."A partir da revelação das ameaças e espancamentos, elas denunciaram o caso à Policia Civil".

O processo de exclusão da menina xavante teve início em maio de 2009. O pai da menina, então com 11 anos de idade, estava em Goiânia para tratamento médico de outra filha, na Casa do Índio, no setor Coimbra. Alertado sobre o risco de violação da menina, por outros índios de outras tribos, encontrou na Igreja e na pastora o abrigo ideal para a menina crescer, estudar e ter segurança. Libertada pela Polícia Civil, ela foi entregue ao seu grupo indígena, na região leste do Mato Grosso.

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