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O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) anunciou, nesta quinta-feira (1º), a indicação do militante Tomás Agra como pré-candidato a vereador do Recife em um evento que marcava os 4 anos da Campanha Mãos Solidárias, no Armazém do Campo. Tomás começou sua trajetória no movimento estudantil, atuou como advogado popular no movimento e depois, nas fileiras do MST, tem atuado na luta pelo combate à fome na capital pernambucana.

O evento contou com a presença de Rosa Amorim, deputada estadual e militante do MST, além da participação de lideranças de diversas comunidades e bairros da capital pernambucana.
"Recife é uma das capitais mais desiguais do país e o MST vem lutando contra isso há anos através das ações de solidariedade. Agora queremos atuar na Câmara dos Vereadores para garantir o combate à fome e à pobreza aqui na capital através do poder público", destacou o pré-candidato.

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A cerimônia de filiação de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores (PT), nesta sexta-feira (2), deve receber cerca de mil pessoas, a capacidade máxima do salão da Casa de Portugal. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a chefe nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem discursar. O deputado federal Guilherme Boulos e a ex-prefeita também deverão ter um momento de fala no encontro.

O ato será dinâmico e com pronunciamentos breves, de acordo com petistas envolvidos na organização. A data escolhida foi combinada com Lula, que fazia questão de estar presente.

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Passada a cerimônia de filiação, Boulos e Marta já combinaram o primeiro ato juntos da pré-campanha. A dupla decidiu que o bairro de Parelheiros, localizado no extremo sul da cidade, sediará o encontro, que deve ser amplo, com a presença e participação da população. Chamada de "Martalândia", a região é estratégica por ser o reduto eleitoral da ex-prefeita. A data do encontro ainda não está definida.

Além disso, para depois do carnaval, os dois estão organizando uma plenária com os movimentos sociais. Trata-se de um encontro menor e com pessoas mais específicas.

Retorno ao PT

Foi o presidente Lula que convenceu Marta a retornar ao PT, partido que deixou após mais de 30 anos de filiação. No inicio de janeiro, o petista chamou a ex-prefeita para uma conversa no Palácio do Planalto. Após o diálogo, ela topou retornar a legenda e ainda ser a vice na chapa de Guilherme Boulos.

Para viver esta empreitada, porém, a ex-prefeita precisou pedir demissão do cargo de secretaria Municipal de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição e é o principal adversário de Boulos. Marta explica que tomou a iniciativa com o objetivo de acabar com o bolsonarismo na capital.

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) está oficialmente fora da disputa pela Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Ele confirmou a informação ao Estadão depois de o PRD, partido com o qual estava flertando uma candidatura, anunciar Padre Kelmon como pré-candidato nesta terça-feira, 30.

"A pedido do presidente (Bolsonaro), eu me comprometi a não sair do PL e, por outro lado, em função da decisão do Valdemar (Costa Neto, presidente da legenda), o partido não abre mão de apoiar o Nunes. Então, fico fora", declarou o deputado. Segundo ele, o PL não ofereceu a legenda, nem uma carta de anuência para que deixasse o partido, rumo ao PRD, sem perder o mandato.

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Essa é a segunda vez que o ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL) desiste da candidatura. A primeira foi em junho do ano passado. Na ocasião, o deputado desagradou o PL ao "queimar a largada" e anunciar a candidatura sem autorização do partido, que já negociava apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Em outubro, declarou que estava "de volta ao jogo". A sua esperança era a simpatia de Bolsonaro, que chegou a pedir "Salles prefeito" na saída de um evento do PL em Brasília, e a articulação com o PRD. A relação próxima não foi suficiente para barrar a negociação entre o partido e o MDB em São Paulo.

Na segunda-feira, 29, Nunes recebeu do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, uma lista de potenciais candidatos a vice na sua chapa pela reeleição. Quem larga na frente é o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota e nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além da definição do apoio a Nunes, o PL não concordou com a saída de Salles para disputar o pleito pelo PRD, sigla criada a partir da fusão entre o PTB e o Patriota, fechando de vez as portas para a sua candidatura. O deputado precisava de uma carta de anuência da direção nacional para se desfiliar sem perder o mandato na Câmara.

Segundo apurou o Estadão, a justificativa para o PL não liberá-lo é que a sua presença na campanha "só ajudaria o Boulos" - o deputado Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes nas pesquisas e que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT em 2024.

Salles é um crítico ferrenho de Nunes, a quem acusa de não defender as pautas do bolsonarismo, e disputaria o mesmo eleitorado de centro e direita, o que passaria pelo desgaste do adversário no primeiro turno. Em levantamento feito no ano passado, o deputado aparecia com mais ataques a Nunes do que a Boulos no "fogo cruzado" das redes sociais.

"Esse Nunes não dá. Ponto. Mais Centrão é tudo de que o Brasil não precisa. Origem de todos os nossos problemas", declarou em um dos posts. Ele também criticou diversas vezes a aproximação do PL com o prefeito. "Quem com os porcos anda, farelo come", afirmou após a primeira desistência.

As conversas avançadas entre PL e MDB abriram caminho para o PRD lançar Padre Kelmon como pré-candidato a prefeito de São Paulo. O político ganhou notoriedade nas eleições presidenciais de 2022 ao fazer "dobradinhas" com Bolsonaro e distribuir artilharia pesada contra Lula e PT na pauta de costumes e com viés religioso.

O Estadão tentou esclarecer com o PRD qual será o papel de Padre Kelmon em um eventual embate com Nunes e Boulos e se a estratégia de "dobradinhas" deve se repetir em outubro, mas não obteve resposta com lideranças do partido.

Para Salles, o PL tinha condições de vencer em São Paulo sem aceitar a candidatura de Nunes. "Há uma diferença da esquerda e da direita quando se relaciona com o Centrão. A esquerda, em geral, compra o Centrão, e a direita se curva. Infelizmente, em vez de a gente convencer o Centrão a agir como a gente quer, a gente se curva ao Centrão. Essa turma gosta de fazer negócio, não tem jeito."

O deputado defende agora o nome do coronel Mello como a vice na chapa. "Se isso é suficiente para fazer o Nunes ganhar do Boulos eu já não sei, mas ele é um bom nome que eu gosto muito". Salles não respondeu se espera ver Bolsonaro no palanque do prefeito; ele próprio pretende ficar neutro. "Não vou me meter, nem apoiar ninguém", disse.

Padre Kelmon (PRD), ex-candidato à presidência da República nas eleições de 2022, confirmou ao Estadão nesta terça-feira, 30, que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O sacerdote cristão disse ainda que o Pastor Manoel Lopes Ferreira Junior (PRD) será seu vice na chapa. Os detalhes sobre a oficialização da candidatura não foram ainda definidos, segundo a assessoria de seu partido.

O religioso disse que vive há 22 anos em São Paulo e que a chapa, formada por ele e pelo pastor evangélico, é a "união dos cristãos em defesa dos valores e princípios", e que, juntos, irão combater "ideologias de viés comunistas".

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"Nós estamos inaugurando um novo jeito de se fazer política no Brasil, chega de política egocêntrica. Queremos introduzir a política ‘Cristocêntrica’."

Nas últimas eleições, Padre Kelmon se tornou candidato após a impugnação pela Justiça Eleitoral do ex-deputado Roberto Jefferson na disputa. Atualmente, o ex-parlamentar cumpre pena na prisão.

Vestindo insígnias e trajes religiosos, Padre Kelmon chamou a atenção do público durante os debates. Ele também ficou conhecido por tumultuar os confrontos entre os presidenciáveis. O postulante ao Palácio do Planalto bateu boca com o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi repreendido pelo jornalista William Bonner, da TV Globo. "Peço desculpas ao público", disse o apresentador após o candidato interromper Lula reiteradas vezes.

Neste mesmo debate, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) taxou Kelmon de "padre de festa junina". A fala teve grande repercussão e se tornou o assunto mais comentado nas redes sociais naquele fim de primeiro turno.

Na campanha eleitoral, o político afirmava ser membro da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil, porém, em dezembro do mesmo ano, a instituição desligou Kelmon e o proibiu de ministrar missas em nome da igreja.

'Candidato laranja'

Em todos os debates que participou, Padre Kelmon elogiou o candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e atacou Luiz Inácio Lula da Silva, com quem chegou a discutir fora dos microfones. O petista o chamou de "laranja". Após a fala, candidato da direita negou que tenha servido de apoio ao Bolsonaro.

Questionado por jornalistas se não seria mais lógico o então Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) apoiar à reeleição de Bolsonaro do que "fazer dobradinha" com o presidente, Padre Kelmon se exaltou e disse que a profissional estava enganada.

Padre sairá como candidato pelo PRD

Neste pleito, Padre Kelmon se candidatará em nova sigla, o Partido da Renovação Democrática (PRD). A legenda é fruto da fusão do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) com o Patriota. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no fim do ano passado a iniciativa.

Os dois partidos, orientados politicamente à direita, optaram pela fusão como uma forma de não serem afetados pela cláusula de barreira. A medida exige que os partidos alcancem no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados a nível nacional ou elejam 11 deputados federais para que tenham direito a acessar recursos públicos do fundo partidário e a propaganda gratuita em rádio e TV nas eleições.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ser contra a candidatura da deputada federal Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura de São Paulo. Na disputa, o PT apoia o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que terá como vice a ex-prefeita Marta Suplicy, que se filiará ao PT nesta semana. De acordo com o chefe do Executivo, a prioridade na eleição da capital é derrotar o bolsonarismo.

"Será maravilhosa a disputa política democrática. Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando", declarou em entrevista à Rádio CBN Pernambuco, nesta terça-feira, 30. "Se os dois forem para o segundo turno, aí sim vai ter divergência, mas o que precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo."

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O presidente negou qualquer esforço para fazer com que Tabata desistisse do pleito. "Jamais iria tentar corrompê-la com cargo para que ela não seja candidata", comentou.

Pernambuco

Saindo de São Paulo, Lula comentou a eleição na capital de Pernambuco, Recife. Em sua avaliação, é preciso trabalhar na aliança PT-PSB "com muito carinho a nível nacional". Pernambuco, por exemplo, é um Estado que o presidente avalia ter condições de realizar a aliança política.

"Acho que João Campos [prefeito de Recife] tem clareza de que é importante uma aliança com o PT, então o que eu espero é que eles façam uma composição de chapa", disse. Na fala, o petista comentou ser importante ouvir o prefeito da capital pernambucana para esclarecer se João Campos tem ambições para ser governador do Estado em 2026.

"Isso tem que ser acertado em uma mesa de conversa, não é nem em Brasília, é em Pernambuco. O companheiro João Campos está tendo um trabalho extraordinário, é uma surpresa agradabilíssima para o povo de Recife", elogiou. "Acho que vai ser possível a gente construir essa aliança."

O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), defende que Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, seja o candidato do partido à Prefeitura do Rio de Janeiro. Os membros do PSB que conhecem e apoiam essa proposta argumentam que a ausência de um candidato do PT na capital fluminense fortalece a viabilidade da candidatura de Cappelli.

França compartilhou nessa segunda-feira (29), uma foto de Cappelli no X (antigo Twitter), que pode ser interpretada como um indício de uma possível pré-candidatura do secretário-executivo.

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A legenda da postagem diz: "RJ: Hora de separar os homens dos meninos."

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Em dezembro, o ministro antecipou a filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSB por meio de uma publicação semelhante.

Dentro do partido, há a percepção de que a segurança pública será um tema central nas eleições deste ano, algo atípico em disputas municipais. A atuação de Cappelli nessa área é considerada um trunfo valioso para a campanha, conta um auxiliar de França, que destacou ainda que o secretário-executivo é carioca.

Saída do Ministério da Justiça

Cappelli, por sua vez, anunciou nesta segunda-feira que vai deixar o Ministério da Justiça nesta semana. "Fiz o melhor que pude pela democracia e pelo Brasil", escreveu no X.

Sua saída ocorre na esteira da troca de comando na pasta, com Ricardo Lewandowski assumindo a Justiça.

Além de uma possível candidatura à Prefeitura, Cappelli poderá voltar ao Rio como secretário municipal. Isso porque, como mostrou a Coluna do Estadão, Cappelli recebeu convite do prefeito Eduardo Paes para assumir a Secretaria Municipal de Ordem Pública.

Uma decisão, obviamente, inviabilizaria a outra, já que Paes é candidato à reeleição. Porém, ao menos por enquanto, seus correligionários afirmam que ele não pretende deixar o Distrito Federal, onde poderia ser candidato ao governo ou Senado em 2026.

Questionado pelo Estadão sobre o seu futuro político e as duas hipóteses no Rio de Janeiro, Cappelli afirmou que ainda "não há nada definido" e que também não está com pressa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu detalhes, nesta terça-feira (30), sobre como foi o jantar entre ele e a família Campos durante sua última passagem por Pernambuco. Lula cumpriu agenda no Estado no dia 18 e 19 de janeiro, neste meio tempo, ele jantou com Renata, viúva do ex-governador Eduardo Campos, e os filhos, João, prefeito do Recife; Pedro, deputado federal; Eduarda e José, além da primeira-dama, Janja da Silva. Segundo o mandatário nacional, o encontro foi familiar e não político.

“O jantar foi um encontro de família. Tinha uma relação com [Miguel] Arraes e Madalena, depois que ele se foi, ficou com Eduardo Campos, foi uma relação muito forte, um companheiro da mais alta qualidade. Foi meu ministro da Ciência e Tecnologia. A gente era muito parceiro. Eu ia muito na casa do Eduardo. Naquele jantar não discutimos política”, garantiu o presidente, em entrevista ao jornalista Elielson Lima, da CBN.

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Havia uma expectativa de que Lula tivesse discutido com a família Campos sobre as eleições no Recife. De acordo com ele, foi falado sobre assuntos familiares e a vida dos filhos de Eduardo. A disputa municipal deve traçar uma conversa posterior ente Lula e João. O líder nacional do PT terá um desafio no município, fechar um acordo para que o partido garanta a vice-prefeitura, já que a legenda quer ser protagonista da corrida municipal.

“Já disse para o João Campos que eu vou conversar com ele sobre política: ‘vou convidar você para conversar sobre o projeto político daqui para frente’. E também com a governadora [Raquel Lyra], vou conversar sobre política”, afirmou.

Durante a entrevista, Lula disse que João Campos é “bem preparado” e projetou uma aliança entre as legendas, mas disse que a decisão deve sair do diretório local do PT. "João Campos está tendo um trabalho extraordinário e está sendo uma surpresa agradabilíssima pro povo de Recife. Jovem talentoso. Ele tem, ao mesmo tempo, ‘matutez’ do avô, Miguel Arraes, e a sabedoria de Eduardo Campos. Ele é muito preparado politicamente, extraordinário gestor, competente para montar uma equipe e ele está com a cabeça política muito no lugar", elogiou.

“Eu acho que Pernambuco é um estado em que a gente tem condições de fazer aliança política. É importante lembrar que, na última reunião para o Governo do Estado, o companheiro Humberto Costa, que estava no meio do mandato no Senado, portanto, poderia ser candidato a governador que não iria perder nada, ele [se] retirou [da disputa] para que a gente fizesse aliança com o PSB. Acho que o João Campos tem clareza de que é importante uma aliança com o PT.  O que eu espero é que eles façam uma composição de chapa”, acrescentou o presidente.

Apesar da expectativa para a junção dos partidos, Lula disse, inclusive, que não tem um nome para indicar para a vice-prefeitura.

“Eles têm que se acertar em Pernambuco, porque eu não tenho nome para indicar, mas é importante que a gente ouça o prefeito [João]. Há duas visões importantes. Uma é saber se João Campos vai ser candidato a governador em 2026, aí, quem for candidato a vice, será prefeito de verdade [pois João se ausentaria da Prefeitura para se candidatar]. Temos que levar em conta isso na conversa com ele. Se ele não for candidato a governador, e for terminar o mandato dele até 2028, o vice pode ser um. Se ele for disputar as eleições, o candidato é outro. Isso tem que ser acertado em uma mesa de conversa, não em Brasília, mas em Pernambuco”, argumentou Lula.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou uma cartilha com bandeiras obrigatórias para apoiar candidatos a prefeito e vereador e reforçar a polarização com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições municipais deste ano.

Bolsonaro se juntou a seus três filhos políticos, nesse domingo (28), para uma live nas redes sociais. A família usou a transmissão para divulgar o lançamento de um curso de preparação de candidatos conservadores, inspirado nos cursos virtuais do escritor Olavo de Carvalho, morto em 2022.

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Reprodução/Redes Sociais

Às 19h50, a live registrou audiência de 443.352 pessoas assistindo, somando as redes de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho "03" do ex-presidente. A lista de bandeiras inclui respeito à Constituição, posições contra o aborto, contra a legalização das drogas, a liberdade de expressão e o armamento da população.

Bolsonaro abandonou o cenário amador das lives que promoveu durante o mandato no Palácio da Alvorada. Desta vez, câmeras e microfones profissionais, dos mesmos usados em podcasts na internet, mas sem intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A bandeira do Brasil seguiu sendo exposta em cima da mesa.

"Vai ter a disputa Bolsonaro versus a esquerda. Busquem aqueles candidatos que tenham referência, esses princípios, que o presidente Bolsonaro criou dentro do nosso partido", afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Na defesa dos valores da família, por exemplo, Jair Bolsonaro afirmou que "não é contra duas pessoas se amarem, mas isso não é para ir dentro da sala de aula". Na parte da liberdade de expressão, o ex-presidente se posicionou contra o Projeto de Lei das Fake News, em tramitação na Câmara. "Você vai perder sua liberdade também", disse à audiência.

A aposta da família Bolsonaro é formar candidatos e simpatizantes da direita para eleger políticos de oposição a Lula. O ex-presidente dedicou diversos momento da live para criticar o petista. Ele fez até uma "sugestão" ao presidente: "falar do seu governo, não ficar criticando Jair Bolsonaro". "Parece até que o Lula vai dormir, aproveitar que ele está recém-casado, em vez de falar eu te amo, ele fala Bolsonaro, aí a live brocha."

Outra proposta defendida pelo ex-presidente é a defesa do agronegócio, em uma tentativa de vincular o setor à direita, em oposição ao atual governo, citando ações e declarações de Lula que desagradaram ao setor. "O que leva uma pessoa a falar que o agro é fascista? O que leva uma pessoa a facilitar ações do MST, levando terror ao campo? O que leva uma pessoa, meses depois do Parlamento votar por quase unanimidade a questão do marco temporal, o governo vetar?"

O principal foco do grupo, na palavras do ex-presidente, será nas Câmaras de Vereadores. A intenção é eleger o maior número de parlamentares nas cidades brasileiras. Bolsonaro usou a live para elogiar o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e mandou um "abraço" para o dirigente.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, se reúne nesta segunda-feira, 29, com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) para indicar Ricardo Nascimento de Mello Araújo, coronel da reserva da Polícia Militar, como vice na chapa pela disputa da capital paulista. O militar é uma escolha de Jair Bolsonaro (PL) para a vaga, e o aceite do nome dele por Nunes vai selar a aliança entre o prefeito e o ex-presidente.

Fiel seguidor de Bolsonaro, Mello Araújo seria uma espécie de preposto de Bolsonaro numa eventual nova gestão de Nunes. O prefeito, por sua vez, ganharia um reforço na pauta da segurança pública durante a campanha, com atração, sobretudo, do eleitor bolsonarista.

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O coronel foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa pública federal, na gestão do ex-presidente desde outubro de 2020. Em janeiro de 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi exonerado do cargo. Antes, comandou a Rota, batalhão especial da Polícia Militar de São Paulo, entre 2017 e 2019.

Ao Estadão, Valdemar confirmou neste domingo, 28, que o nome do coronel será colocado na mesa de Nunes na reunião marcada para as 8h30. Segundo ele, a segurança pública será o assunto prioritário do encontro.

A sugestão de Mello Araújo para composição da chapa será analisada pelos partidos que já firmaram aliança pela reeleição de Nunes, de acordo com o prefeito. A pré-campanha do emedebista tem, até o momento, o apoio do Republicamos, sigla do governador Tarcísio de Freitas, do Solidariedade e do PP.

"Está meio cedo ainda (para definição do vice), a eleição está longe, estão antecipando. Mas a gente aguarda amanhã o que o Valdemar vai trazer para depois colocar para os partidos que são da coligação", disse Ricardo Nunes neste domingo, antes de participar de ato em memória às vítimas do holocausto, promovido por Confederação Israelita do Brasil, Federação Israelita do Estado de São Paulo e Congregação Israelita Paulista.

Bolsonaro e Nunes alternaram momentos de proximidade e distanciamento durante o ano passado. Em dezembro, o ex-presidente chegou a dizer que apoiaria o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente de seu governo, na eleição municipal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus três filhos que possuem mandatos estão organizando um evento on-line para coordenar seus apoiadores para as eleições municipais deste ano. Chamado de "Evento Conservador 2024", a live será transmitida no próximo domingo, 28, às 19h, e tem o objetivo de, além de organizar a base bolsonarista, preparar futuros candidatos e criar influenciadores para atuarem localmente regidos pelas pautas do grupo.

"Chegou o momento de prepararmos os candidatos e as lideranças locais para este ano tão decisivo", diz a página oficial para inscrições no evento, que ocorrerá no canal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Youtube. A inscrição "cruzada" orienta que o participante entre em um grupo de transmissão de WhatsApp para participar do evento, onde receberá informações sobre a live e "conteúdos especiais".

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O encontro será conduzido por Bolsonaro, o pai, o deputado Eduardo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O último, desde os anos 2000 na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, deve concorrer ao seu sétimo mandato em outubro.

As transmissões ao vivo foram amplamente utilizadas por Bolsonaro durante o período que ocupou a Presidência da República, para divulgar suas ações, se comunicar com seus seguidores mais fiéis e atacar oponentes. Em outubro de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou três ações que pediam a inelegibilidade do ex-presidente em razão do uso dos Palácios do Planalto e do Alvorada para fazer transmissões ao vivo e conceder entrevistas durante a campanha eleitoral.

A avaliação dos ministros foi a de que Bolsonaro cometeu irregularidades, mas a conduta não foi grave a ponto de atrair inelegibilidade. Dias depois, a Corte eleitoral aprovou regras para serem usadas como referência em casos semelhantes no futuro.

Há cinco dias da data marcada, participantes do evento dos Bolsonaro já estão se manifestando na caixa de comentários na página onde será transmitida a live. Mensagens como "já estava demorando para retornarmos à luta", "o voto impresso é a única saída" e "vamos tomar logo o nosso país" estampam no chat desde a manhã desta terça-feira, 23.

O PT aposta no peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da máquina federal para reverter o fiasco da eleição de 2020, quando não conseguiu eleger prefeitos para nenhuma das 26 capitais brasileiras. O cenário, porém, é desafiador novamente: embora tenha nomes competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera as pesquisas eleitorais ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que o partido encontra de formar novas lideranças.

Ao mesmo tempo, pré-candidatos apoiados pela sigla, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes (PSD-RJ), estão na frente em São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores colégios eleitorais, mesmo caso de João Campos (PSB-PE) no Recife.

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O partido caminha para apoiar Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba (PR) e Marcus Alexandre (MDB-AC) em Rio Branco (AC) - este último deixou o PT sob o argumento de trabalhar na Justiça Eleitoral, mas meses depois se filiou ao MDB para disputar a eleição. Ambos também lideram nas respectivas cidades, de acordo com dados do agregador de pesquisas produzido pelo Ipespe e divulgado pela CNN Brasil no final do ano passado.

O PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de partidos da base do governo Lula.

A disputa mais acirrada é em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria 15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD), conforme o agregador. Ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, ela é filha do ex-prefeito Davi Accorsi, que governou a capital goiana nos anos 90.

O cenário eleitoral pode ficar ainda mais favorável à petista, pois ela negocia para Cardoso desistir de se candidatar e o PSD apoiá-la. A exemplo de petistas em outras capitais, Accorsi quer formar uma frente ampla de partidos. "De fato iniciamos um diálogo sobre o processo eleitoral em Goiânia, mas ainda muito inicial. Seguimos com as pré-candidaturas, mas acredito que devemos construir uma frente ampla para cuidar da cidade", disse ela sobre a possível aliança com o senador.

Coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirma que, embora o partido deseje administrar várias capitais, há outros objetivos em jogo, como projetar novos nomes e lideranças na sigla.

Para o cientista político Rodrigo Prando, o PT sempre buscou uma hegemonia no campo da esquerda, mas dessa vez há a leitura que é melhor apoiar outros partidos quando não houver petistas competitivos para não perder espaço para a direita nas prefeituras.

"O PT tem uma enorme dependência de Lula, de seu carisma e força política e eleitoral e isso, de certa forma, atrapalhou o surgimento de novas lideranças no partido. Quando alguém desponta com capacidade de renovar e liderar o partido, há 'fogo amigo' de inúmeras alas do PT", diz o professor do Mackenzie.

Lula adotará cautela em cidades com mais de uma candidatura da base governista

O PT prevê que Lula será ativo e estará no palanque dos candidatos, sejam eles petistas ou aliados de outras siglas. A exceção serão as capitais onde partidos da base do governo tenham mais de um candidato. O presidente disse que nestes casos não pode ser "acintoso" no apoio a um dos nomes.

"Eu não vou me jogar para criar conflito. Eu tenho que saber que sou o presidente e que eu tenho que fazer um jogo mais ou menos acertado para que não traga problema depois, quando terminar as eleições, aqui no Congresso Nacional", disse Lula em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA), na terça-feira, 23.

A regra não se aplica a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos mesmo com as pré-candidaturas de Tabata Amaral (PSB-SP) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), cujos partidos fazem parte do governo.

Em Belo Horizonte, a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) divide espaço com a do prefeito Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula contra Bolsonaro, e a da também deputada Duda Salabert (PDT), além da federação PSOL-Rede, que também terá candidato.

Segundo pesquisa AtlasIntel realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, o bolsonarista Bruno Engler (PL), atualmente deputado estadual, lidera a corrida na capital mineira com 31,4%, seguido de Correia, com 21%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

"A expectativa é que a gente tenha um apoio do presidente Lula, compreendendo isso que ele tem dito (sobre os partidos da base)", disse o candidato do PT belo-horizontino. "Quem representa o governo Lula e o enfrentamento ao bolsonarismo é a minha candidatura", acrescentou.

A disputa contra o bolsonarismo também é a tônica da eleição em Porto Alegre (RS) na visão de Maria do Rosário (PT), deputada federal e pré-candidata do PT na cidade. Ela diz que o prefeito Sebastião Melo (MDB) aderiu ao bolsonarismo, assim como o vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) que se filiou ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O presidente vai ajudar, mas quem tem que mostrar competência para ganhar a eleição é quem é candidato", disse a petista. Ela aparece com 26%, contra 33% de Melo no agregador do Ipespe. Como é tradição na capital gaúcha, a esquerda não está unida, pois Juliana Brizola (PDT) também é candidata.

Diferente de 2023, onde priorizou viagens ao exterior, Lula direcionará o foco para viagens domésticas com o objetivo de divulgar ações de seu governo e tentar impulsionar as candidaturas locais. No primeiro giro, ele focou no Nordeste, onde passou por Bahia e Pernambuco, antes de chegar a Fortaleza (CE).

A capital cearense é um dos poucos locais onde há disputa interna no PT. A deputada Luizianne Lins, que governou a cidade por dois mandatos, disputa a indicação com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Luizianne foi barrada de subir ao palco no evento com Lula, enquanto Leitão esteve ao lado do presidente.

Na pesquisa AtlasIntel, o presidente da Alece está em terceiro lugar, com 14,2%, atrás do prefeito José Sarto (PDT), com 25,6%, e Capitão Wagner (União), que tem 28,6%. A margem é de 3 pontos percentuais. A pesquisa não testou o nome de Luizianne Lins, mas a deputada aparece em segundo lugar no agregador do Ipespe, com 21% contra 33% de Wagner.

"Caso eu não venha a ser o escolhido, eu irei não só empunhar bandeira, mas pedir voto para aquele que for escolhido dentro do meu partido, porque sou uma pessoa que acredito em projeto, não acredito apenas em pessoas", disse Leitão em entrevista ao jornal O Povo na terça-feira, 23. O Estadão não conseguiu falar com Luizianne Lins em mais de uma ocasião porque, segundo a assessoria, ela cumpria agendas no interior do Ceará.

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) lançou nesta sexta-feira, 26, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O anúncio foi feito em uma publicação no X (antigo Twitter). Weintraub está rompido com Jair Bolsonaro (PL) desde 2022, quando o ex-presidente rechaçou apoiá-lo na disputa pelo governo paulista, e se tornou crítico do clã Bolsonaro.

Apesar de filiado ao Partido da Mulher Brasileira, Weintraub afirmou que sua estratégia será judicializar a possibilidade uma candidatura independente. A legislação brasileira não permite que um candidato dispute a eleição sem filiação partidária. A Constituição Federal de 1988, artigo 14, parágrafo 3º, inciso V, diz que a filiação partidária é condição para a elegibilidade.

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Weintraub já vinha manifestando interesse na disputa desde novembro do ano passado. "Se o partido me der o número, eu vou", afirmou na ocasião. Agora, no entanto, não quer mais a via partidária. A candidatura avulsa não tem precedentes na história recente das eleições brasileiras. A Constituição Federal é clara quanto ao tema e a proibição já é expressa pelo Código Eleitoral desde 1945. Questionado, o ex-ministro não esclareceu a peça processual que será utilizada para ajuizar o tema.

Ele diz ter alinhado o tema junto aos dirigentes do PMB e que, na Justiça, será representado pela organização Farol da Liberdade. "Até hoje nunca foi feito, mas acho que temos as condições de conseguir", disse Abraham Weintraub sobre a judicialização para a candidatura independente.

Durante a judicialização, ele permanecerá filiado ao PMB. A iniciativa de se lançar como candidato independente não guarda relação com algum descontentamento de Weintraub com a atual sigla. "Não tenho nada de mal para falar do PMB, só boas palavras, mas o caminho que seguiremos será avulso", disse o ex-ministro ao Estadão.

Se a estratégia jurídica não viabilizar a candidatura avulsa, Weintraub diz "não ver espaço nenhum para um partido pequeno" como o PMB abarcar o seu projeto. E, fora da disputa, ele não projeta apoio em nenhum dos pré-candidatos que despontam para a eleição. "(Ricardo) Nunes fechou acordo com todos os partidos da cidade de São Paulo. Não haverá espaço para lançar ninguém que não esteja alinhado ou com ele ou com (Guilherme) Boulos, ninguém independente. Não posso depender dessas grandes estruturas", disse o ex-ministro da Educação.

Em 2016, o advogado Rodrigo Mezzomo tentou se candidatar de forma avulsa à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral.

Em live, Weintraub pediu ajuda financeira para financiar ações judiciais

Através de uma live no YouTube realizada na noite desta sexta-feira, 26, Weintraub lançou a sua pré-candidatura e disse que irá pleitear judicialmente o número eleitoral 37, que atualmente não é utilizado por nenhum partido. Logo no início da transmissão, o ex-ministro disse que "provavelmente não irá ganhar" a disputa para prefeito caso a sua candidatura independente seja permitida pela Justiça Eleitoral.

Weintraub também pediu ajuda financeira para o financiamento de ações judiciais e também para a elaboração de materiais de campanha. Ao falar sobre a ideia de candidatura avulsa, Weintraub disse que as legendas se transformaram em empresas a sua postulação à Prefeitura seria um "grito de liberdade". "Hoje, a atividade política dos partidos ficaram muito pragmáticas", disse.

Quem é Abraham Weintraub?

Abraham Weintraub foi o segundo ministro da Educação da gestão de Jair Bolsonaro. Ele deixou a pasta após 14 meses no cargo, após a divulgação de um vídeo em que chamava magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) de "vagabundos" durante uma reunião ministerial. Por uma trégua entre o ex-presidente e o STF, foi demitido da pasta e, depois, nomeado para um cargo de direção do Banco Mundial.

Em abril de 2022, renunciou ao cargo no Banco Mundial para disputar a eleição para governador de São Paulo. Ele foi preterido por Bolsonaro, que preferiu apoiar a candidatura de outro ministro de sua gestão, Tarcísio de Freitas. Ele concorreu, então, o cargo de deputado federal. Teve 4.057 votos e não conseguiu se eleger.

Desde que rompeu com o bolsonarismo, vem pesando cada vez mais nos ataques ao ex-aliado. Em junho de 2023, Weintraub comparou a postura do ex-presidente a de um "cafetão", depois de aliados políticos de Bolsonaro divulgarem uma vaquinha de arrecadação de fundos para pagar multas de processos. O ex-ministro critica Jair Bolsonaro sobretudo pela aproximação com políticos do Centrão.

Recife e Olinda, além de cidades-irmãs, são polos centrais de grandes comemorações na Região Metropolitana (RMR), como o carnaval, e reúnem juntas mais de 6 milhões de foliões, cerca de três vezes mais do que o número de habitantes de toda a RMR. O planejamento massivo, além dos investimentos feitos pelo poder público nas cidades, durante o reinado de Momo, pode servir como um termômetro para compreender a aceitação da população em relação à gestão atual.  

As datas comemorativas têm um peso relativo para medir os níveis de aprovação e rejeição, mas certamente não são os únicos fatores que definem o que pode ser esperado para o período eleitoral. Em outubro deste ano, eleitores de todo o país vão às urnas para escolher os prefeitos e vereadores de cada um dos mais de 5 mil municípios do território nacional. 

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Segundo a cientista política, Priscila Lapa, os critérios de avaliação da população não se baseiam unicamente nas festas organizadas pelas cidades, tendo em vista que a política concentra uma série de fatores, mas pode ser determinante em algumas situações. “As pessoas não querem saber muito disso quando elas estão focadas numa comemoração, numa celebração. Agora, sem sombra de dúvida, quando as pessoas se sentem recompensadas, felizes, elas se sentem à vontade e elas recompensam em avaliação positiva”, ponderou a especialista. 

“Talvez não o suficiente para impactar, decidir um processo eleitoral, porque um processo eleitoral é formado por um conjunto de variáveis mais amplas, que também envolve a racionalidade, digamos assim, do eleitor, mas de uma maneira geral cria uma maré positiva que pode ajudar a criar um sentimento positivo na população em relação ao governante direto. A população tende a identificar como responsável por essa realização, da mesma forma o aceite negativo, quando algo é malsucedido, quando você tem um sentimento de frustração em relação a esse momento”, continuou. 

Para João Campos, vantagem; para Lupércio, desafio 

Diante dos cenários criados, algumas previsões são levantadas por Lapa. A prefeitura do Recife, que espera circular cerca de R$ 2,4 bilhões na economia local, aproveitou a onda da popularidade do prefeito João Campos (PSB) nas redes sociais para ter uma maior aceitação do público em relação às atrações e festas programadas. “No caso do prefeito João Campos, uma visão majoritariamente positiva de aprovação à sua gestão já está difundida na sociedade da cidade do Recife e uma boa festa de Carnaval acaba corroborando um sentimento que já estava presente”, pontuo. 

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Por outro lado, as mesmas oportunidades são vistas com outros olhos quando se trata do carnaval de Olinda, tendo em vista a percepção do público diante da gestão do prefeito Professor Lupércio (PSD). Mesmo com investimento total de R$ 8 milhões, e uma alta expectativa de público, o chefe do Executivo municipal não é visto com bons olhos pelos olindenses. “Da mesma forma que apenas uma festividade carnavalesca pode não ser suficiente para criar o mesmo efeito positivo, no caso do gestor de Olinda, que encontra algumas dificuldades em fazer entregas em seu mandato. Ele não performa tão bem quanto, neste momento, o prefeito de Recife performa”, observou Lapa. 

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Papel do estado 

Já em relação ao governo estadual, que fornece estruturas mais amplas, mas igualmente cruciais, como segurança pública, a cientista política afirma que a situação se torna mais desafiadora, justamente porque a população pode não identificar, não responsabilizar diretamente a gestão pelo sucesso ou insucesso de uma festa de Carnaval. “Então é possível que a Governadora não seja de forma direta, tão afetada a sua imagem em decorrência das festividades de Carnaval”, avaliou Lapa em relação ao trabalho da governadora Raquel Lyra (PSDB). 

No entanto, a gestão Lyra ainda pode ser avaliada na organização do carnaval no estado, tendo em vista o poder que ela representa para os municípios. De maneira prática, o estado de Pernambuco enfrenta uma situação de segurança pública com as manifestações da Polícia Civil, que instituiu operação padrão como forma de reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial.  

“Por exemplo, você pode criar uma narrativa dos aliados de que não receberam a atenção suficiente, não receberam os recursos suficientes pra fazer uma boa festividade e isso pode afetar essa relação a partir de uma narrativa que pode ser construída de que a governadora não cuidou devidamente”, concluiu. 

 

A deputada federal e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB-SP), ofereceu um café da manhã, nesta quinta-feira (25), aniversário da capital paulista, para marcar sua entrada na corrida eleitoral de 2024. Servidos de cuscuz, ovos mexidos e café, preparados por sua própria mãe, Amaral recebeu correligionários como o apresentador de TV Datena, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, e demais apoiadores e pré-candidatos a vereadores. 

Em seu discurso, a parlamentar aproveito a comemoração do aniversário da cidade para apontar as desigualdades sociais contra a população. “Tem duas cidades fazendo aniversário hoje”, declarou. 

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“A gente tem as melhores faculdades da América Latina. Tem mesmo e tem que ter. Mas tem também escolas que não alfabetizam”, continuou Amaral. 

José Luiz Datena (PSB), que ainda não confirma se vai entrar na corrida como vice, enalteceu a atuação da deputada federal, por apresentar boas ideias, e pelo seu papel na política nacional. “É muito importante ela ser uma candidata mulher, porque precisamos de mais mulheres na política brasileira”, disse. 

O evento ainda contou com a presença virtual do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que mandou uma mensagem curta com votos de confiança na disputa eleitoral. 

Até o momento, São Paulo conta com três pré-candidatos confirmados. Além da pessebista, Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Lula (PT), e Ricardo Nunes (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deverão entrar na corrida do segundo semestre. 

 

Um grupo integrado por movimentos sociais, entidades, associações e partidos do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, lança, neste sábado, o Movimento Unidos Pra Mudar. O evento será às 18h, em Ponte dos Carvalhos.

O ato deve reunir lideranças partidárias, líderes religiosos, vereadores, representantes da sociedade civil que estão unidos para fortalecer e dialogar um modelo de gestão pública focada na participação popular e implementação de políticas públicas para a população cabense.

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A iniciativa é de oposição ao atual governo da cidade e visa construir um programa popular priorizando o desenvolvimento humano, social, econômico com foco no turismo, gestão participativa, colaborativa e na perspectiva da preservação do meio ambiente e sustentabilidade, segurança incentivando à tecnologia e à inovação entre outras temáticas.

O Cabo de Santo Agostinho amarga a 5ª colocação como a cidade mais violenta do Brasil, conforme aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública com a média de 8,1 assassinatos por 100 mil habitantes.

“A falta de planejamento estratégico na educação, saúde, na infraestrutura, nos programas sociais, no lazer, dentre outros problemas tem causado a miserabilidade da nossa população afetando a dignidade e equidade. Basta verificarmos a situação da educação municipal, nossos filhos sofrem com a falta de material escolar, merenda de péssima qualidade e reformas intermináveis nas unidades escolares. Enfim, precisamos de uma cidade que atenda as reais necessidades da população”, afirma a nota do movimento.

Outra finalidade do Movimento é realizar a construção de um programa em conjunto com a população através de plenárias temáticas, regionalizadas, por todo o município, definindo até maio de 2024 as prioridades e demandas para a mudança do cenário político, econômico e social no Cabo.

Além disso, devem também definir o nome das candidaturas a prefeito e vice, tendo os pré-candidatos do Movimento Unidos Pra Mudar Dr. Zé Carlos, Jamerson Batera, Tereza da Bomboniere, Gessé Valério, Luciano da Oficina, Dr. Celso, João da Turbina e Daniel Paluca.

 

Os dois principais nomes que vão disputar a Prefeitura de São Paulo este ano vão comemorar o aniversário da cidade no mesmo lugar, o Mercado Municipal, mas não devem se encontrar. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) participa de agenda no local às 10 horas e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), chega às 14h45. O Mercadão completa nesta quinta-feira 91 anos de inauguração.

Antes de ir ao Mercado, Nunes participa de agenda com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Os dois vão anunciar novas medidas de requalificação do Centro. Como adiantou a Coluna do Estadão, a dupla deve aproveitar o aniversário da capital paulista para turbinar a ideia de recuperação da região central da cidade, que deve figurar como bandeira eleitoral dos dois.

Segundo informações da Coluna, devem ser liberados R$ 120 milhões em linhas de crédito para empreendedores do Centro.

Outras ações que serão anunciadas pelo prefeito e pelo governador incluem a inauguração do Edifício Sede dos Corpos Artísticos da Fundação Theatro Municipal, a criação do 1° Distrito Turístico Urbano e a entrega das primeiras unidades habitacionais do Residencial João Octaviano Machado Neto.

Para Lula, disputa em São Paulo espelha confronto de 2022

Na terça-feira, 23, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a disputa eleitoral em São Paulo é "muito especial" por ser uma "confrontação direta entre o ex-presidente (Jair Bolsonaro) e o atual presidente; entre eu e a figura".

Lula disse ainda ter ficado muito feliz em ter convencido a ex-prefeita da cidade Marta Suplicy a ser vice na chapa de Boulos, citando que ela terá que se filiar ao PT.

Em resposta, Nunes afirmou que a capital paulista não é um "ringue". "Aqui em São Paulo não é ringue, aqui a preocupação é cuidar da cidade", reagiu.

Sobre Marta, o prefeito declarou ter ficado "muito chateado" com a saída dela da Secretaria de Relações Internacionais. "A minha esposa, Regina, muito amiga dela, chorou", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu apoio aos candidatos nas eleições municipais dependerá de cidade a cidade, mas que São Paulo é um caso atípico por classificar ser uma disputa entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro. No caso da capital paulista, o chefe do Executivo disse estar otimista com a vitória da chapa Guilherme Boulos e Marta Suplicy.

"Eu tenho que levar em conta que, se tiver dois candidatos da base do governo disputando eleição, eu tenho que dar um tratamento mais respeitoso", disse em entrevista ao programa "Bom Dia com Mário Kertész", da Rádio Metrópole de Salvador (BA) nesta terça-feira, 23. "Tenho candidato em todas as capitais, em todas as cidades, sobretudo se for candidato do PT, de partido aliado, que faz parte da base. Em algumas cidades, vamos ter candidatos que não são do PT e eu vou apoiar, que não são do PSB partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, e eu vou apoiar. Isso vai depender de cidade a cidade", comentou.

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Ao falar sobre a eleição na capital de São Paulo, Lula classificou que a disputa é "muito especial" por ser uma "confrontação direta entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual presidente; entre eu e a figura", recusando-se a citar o nome de Jair Bolsonaro. Lula disse ter ficado muito feliz em ter convencido Marta a ser vice na chapa de Boulos, citando que ela terá que se filiar ao PT.

"Acho que temos condições em ganhar as eleições em muitas capitais, vamos fazer alianças em vários Estados", comentou. Ele, contudo, ponderou que seu apoio terá que ser "mais ou menos acertado" para evitar qualquer conflito posterior com o Congresso Nacional.

Na fala, o chefe do Executivo disse que as eleições municipais irão, de certa forma, ser uma continuidade da eleição presidencial de 2022. "A disputa é entre um governo que coloca o povo em 1º lugar para tentar resolver os problemas dele e o governo das fake news", classificou.

Já em relação aos vereadores, Lula avaliou que o PT precisará levar em conta a importância de eleger vereador. "Um vereador em uma cidade faz a diferença para o partido naquela cidade", disse.

A decisão de apoiar ou não o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de outubro, agravou a crise no PSDB paulistano. A maior parte do diretório municipal defende o embarque no projeto de reeleição de Nunes. O diretório nacional, por outro lado, quer lançar candidato próprio. Entre as duas alternativas, há, ainda, a possibilidade de apoiar a deputada Tabata Amaral (PSB).

Ações de dois tucanos no fim semana reforçaram a divisão da sigla. Orlando Faria, então presidente do diretório municipal, renunciou ao mandato. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do prefeito.

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Já o vereador João Jorge, vice-presidente da Câmara Municipal, é entusiasta da campanha de Nunes. Descontente com a indefinição dos tucanos sobre a eleição na capital, Jorge afirmou que vai deixar a sigla em que esteve nos últimos 32 anos.

'Sobrevivência'

Ao Estadão, Orlando Faria disse que a saída do comando do diretório municipal foi de natureza pessoal e profissional. Afirmou ser defensor de uma candidatura tucana à Prefeitura por "questão de sobrevivência". "Tem que ter uma candidatura para pautar o debate", declarou ele. No entanto, sem candidato próprio, por questões programáticas, tinha na pré-candidatura do PSB uma via para o partido. "Para mim, era uma possibilidade", disse Faria sobre as tratativas com Tabata Amaral, com quem se encontrou em novembro passado.

Orlando Faria chegou ao comando do PSDB paulistano em meio ao "fogo amigo" entre as alas do partido ligadas a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente nacional da legenda, e a João Doria, ex-governador de São Paulo. Leite determinou a troca de comando no diretório da capital paulista em outubro de 2023, substituindo o dirigente eleito Fernando Alfredo, aliado de Bruno Covas e Doria. Orlando Faria, Leite e o deputado Aécio Neves (MG), influente na Executiva nacional, são adeptos de uma candidatura própria.

Diante do impasse surgiu até uma sondagem a um egresso do partido. Segundo a Coluna do Estadão, Andrea Matarazzo informou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, de uma sondagem feita pelos tucanos para disputar a Prefeitura por sua antiga sigla. Matarazzo saiu do PSDB em 2016.

"Eu saio com o coração partido", disse João Jorge ao Estadão sobre a desfiliação da sigla que o abrigou por mais de três décadas. O anúncio antecede a janela partidária, período em que os políticos podem mudar de agremiação sem perder os mandatos eletivos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) delimitou o período de 7 de março a 5 de abril para essas movimentações.

'Puxando a fila'

Há o risco de que João Jorge, tucano histórico, seja o primeiro de uma leva a deixar a sigla na janela - ele mesmo, aliás, fala em estar "puxando a fila" numa bancada que é, por enquanto, a maior da Câmara Municipal de São Paulo. "Eu converso com os oito (vereadores) e estamos muito preocupados. Pode levar mesmo a uma debandada grande da bancada. O PSDB deixou de ser uma legenda atraente, mais repele do que atrai o eleitor", afirmou.

Segundo Jorge, os vereadores tucanos querem honrar os acordos selados por uma gestão iniciada pelo próprio PSDB. "A bancada toda, de maneira unânime, quer apoiar o Ricardo Nunes, muito por conta do projeto iniciado com Bruno Covas. Temos um compromisso com essa administração", disse o vereador.

Nunes era o vice e assumiu com a morte de Covas. Os tucanos não deverão compor a chapa que disputará a reeleição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Novo confirmou a pré-candidatura do deputado federal cassado Deltan Dallagnol (PR) à prefeitura de Curitiba. O partido enviou aos principais institutos de pesquisa do Brasil pedindo que ele fosse incluído nos levantamentos. O documento é assinado por Lucas Santos, presidente do diretório da legenda no Paraná.

A confirmação da indicação do ex-procurador da Lava Jato deverá se dar na convenção partidária, a ser realizada no segundo semestre.

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Deltan concluiu a mudança do Podemos para o Novo em setembro de 2023 para assumir o cargo de embaixador nacional da legenda. Ele recebe R$ 41 mil pela função.

Como mostrou o Estadão, o Novo teve o maior número de filiações em um único mês no partido desde junho de 2019, logo após a chega do ex-deputado federal. Foram 1.720 novos membros registrados em outubro, um ano após a chegada dele.

Em novembro, ele falou que poderia ser candidato à prefeitura da capital paranaense. "Vamos para a linha de frente dessa batalha junto com a população guerreira da República de Curitiba, que sempre apoiou a Lava Jato", disse Deltan, em referência à operação que lançou seu nome nacionalmente. "O Novo está em primeiro lugar nas pesquisas e tem excelentes nomes que podem ser lançados."

Será a segunda tentativa de Deltan na política. Na primeira tentativa, foi eleito o deputado federal mais votado do Paraná, em 2022. Foram 344.917 votos naquele pleito.

A jornada na Câmara, porém, foi curta. Ele foi cassado em maio pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em decisão unânime, e exerceu a função, pela última vez, nos primeiros dias de junho.

A decisão da Corte eleitoral poderá ter efeitos neste ano. Em setembro do ano passado, quando se filiou ao Novo, o ex-deputado foi questionado sobre a perda de seus direitos políticos.

Na ocasião, Deltan Dallagnol disse que, segundo vários juristas, ele não perdeu a capacidade de concorrer, uma vez que somente a candidatura foi anulada.

Uma corrente majoritária de entendimento, porém, o considera inelegível por oito anos. Caberá à Justiça Eleitoral definir sobre a questão no momento de uma eventual tentativa de concorrer.

A decisão de apoiar ou não o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de outubro agravou a crise no PSDB paulistano. A maior parte do Diretório Municipal defende embarcar no projeto de reeleição de Nunes. O Diretório Nacional, por outro lado, quer lançar candidato próprio. Entre as duas alternativas, há ainda a possibilidade de apoiar Tabata Amaral, pré-candidata pelo PSB.

Ações de dois tucanos neste fim semana reforçaram a divisão da sigla. Orlando Faria, então presidente do Diretório Municipal, renunciou ao mandato. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do mandatário.

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Já o vereador João Jorge, vice-presidente da Câmara Municipal, por outro lado, é entusiasta da campanha de Nunes. Insatisfeito com as indefinição dos tucanos sobre a eleição na capital em 2024, ele afirmou que vai deixar a sigla em que esteve nos últimos 32 anos.

Ao Estadão, Orlando Faria afirma que a saída do Diretório Municipal foi de natureza pessoal e profissional. Diz ainda que era adepto de um candidato tucano à Prefeitura por "questão de sobrevivência". "Tem que ter uma candidatura para pautar o debate", disse Faria. No entanto, sem candidato próprio, por questões programáticas, tinha na pré-candidatura do PSB uma via para o partido. "Para mim, era uma possibilidade", diz Orlando Faria sobre as tratativas com Tabata Amaral, com quem se encontrou em novembro do ano passado.

Faria chegou ao comando do PSDB paulistano em meio ao "fogo amigo" entre as alas do partido ligadas a Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional da legenda, e a João Doria, ex-governador de São Paulo. Leite determinou a troca de comando no diretório da capital paulista em outubro de 2023, substituindo o dirigente eleito Fernando Alfredo, aliado de Bruno Covas e Doria. Orlando Faria, Leite e o deputado federal Aécio Neves (MG), ligado à Executiva nacional, eram adeptos de uma candidatura própria.

Em meio ao impasse entre candidato próprio, apoio a Nunes ou a Tabata Amaral, surgiu até sondagem a um egresso do partido. A Coluna do Estadão mostrou que Andrea Matarazzo informou ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, sobre uma sondagem dos tucanos para disputar a Prefeitura de São Paulo por sua antiga sigla. Ele saiu dos quadros tucanos em 2016.

Debandada na janela partidária

"Eu saio com o coração partido", diz João Jorge ao Estadão sobre a desfiliação da sigla que o abrigou por mais de três décadas. O anúncio antecede a janela partidária, período em que os políticos podem mudar de agremiação sem perderem os mandatos eletivos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) delimitou o período de 7 de março a 5 de abril para essas movimentações.

Há o risco que João Jorge, tucano histórico, seja o primeiro de uma leva a deixar a sigla na janela - ele mesmo, aliás, fala em estar "puxando a fila" numa bancada que é, por enquanto, a maior da Câmara Municipal de São Paulo. "Eu converso com os oito (vereadores) e estamos muito preocupados. Pode levar mesmo a uma debandada grande da bancada. O PSDB deixou de ser uma legenda atraente, mais repele do que atrai o eleitor", afirma João Jorge.

Segundo Jorge, os vereadores tucanos querem honrar os acordos selados por uma gestão iniciada pelo próprio PSDB "A bancada toda, de maneira unânime, quer apoiar o Ricardo Nunes, muito por conta do projeto iniciado com Bruno Covas. Temos um compromisso com essa administração", diz o vereador.

Ricardo Nunes era o vice de Covas, mas, em busca da reeleição, é esperado que os tucanos não angariem nem mesmo a composição de chapa. "O PSDB tem manifestado, desde o começo, que quer fazer a indicação do vice, mas temos que entender o partido perdeu força", diz João Jorge. "Me parece muito que caminha para o governador Tarcísio e o ex-presidente Jair Bolsonaro fazerem a indicação. Todos os partidos gostariam de indicar o vice, mas vamos apoiar o que mais agregar eleitoralmente", completa o vereador.

A esse imbróglio quanto, soma-se o impasse que, por enquanto, deixa os correligionários sem direção. "Acho que o pior cenário é a indefinição", diz Orlando Faria sobre a possível debandada. A falta de uma diretriz definida, para o ex-dirigente na capital, causa instabilidade em eventual acordo com os vereadores.

Crise no Estado assola o partido

O partido também está próximo de uma convenção que irá definir o comando da sigla no Estado de São Paulo, a principal base tucana. A Coluna do Estadão teve acesso a um documento que escancara a "lavação de roupa suja" entre os dirigentes. Paulo Serra, prefeito de Santo André e presidente da Comissão Provisória Estadual, argumenta que o partido não tem estrutura administrativa para realizar o pleito.

Além da questão burocrática, Paulo Serra alegou que a indefinição na eleição paulistana deveria ser pavimentada antes da convenção. "Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital", analisou o prefeito no documento.

Os impasses na capital e no Estado assolam as principais bases do PSDB e tornam ainda mais delicada a situação do partido, que já foi o principal grupo de oposição aos governos do PT. Em 2022, numa composição inédita desde a redemocratização, os tucanos não tiveram candidato à Presidência da República - a senadora Mara Gabrilli compôs chapa com Simone Tebet. Além disso, num golpe sobretudo simbólico, o PSDB perdeu a eleição para o governo do Estado de São Paulo, que estava há 28 anos sob o comando do grupo, sem sequer levar Rodrigo Garcia ao segundo turno do pleito.

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