Visando entender as características e dificuldades sofridas por quem está na linha de frente do segmento de educação neste período da pandemia do novo coronavírus, a ONG de educação empreendedora para jovens e crianças Junior Achievement está fazendo uma pesquisa por meio de um formulário on-line. O levantamento pretende avaliar o grau de dificuldade que alunos e professores têm para acessar conteúdos digitais.
O intuito é entender quais fatores externos podem causar impacto na entrega da educação de qualidade no país e apontar, a partir da experiência de quem usa o ensino público no Brasil, as reais necessidades para que haja melhoria no segmento e os essenciais passos a serem dados. O estudo começou a partir da observação dos problemas para acessar as aulas a distância, que vão além da falta de acesso à internet: utilização de equipamentos inadequados, restrição de sinal de internet e também docentes sem capacitação para realizar aulas a distância.
##RECOMENDA##Segundo a Junior Achievement, os problemas de acesso à educação básica podem gerar uma grande evasão escolar na rede pública de ensino durante e depois da pandemia. “A sensação de um ano perdido e a necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar são fatores que impactam diretamente no desempenho escolar”, alega a presidente da Junior Achievement Rio de Janeiro, Graziella Castilho.
De acordo com Graziella, a partir dos resultados do levantamento, a Junior Achievement, em parceria com a ONG Parceiros da Educação, desenvolverá um plano de ação chamado de “@educação+digital – reduzindo desigualdades”, com o objetivo de assegurar que 15 mil alunos da rede pública de ensino consigam dar seguimento aos estudos e que docentes estejam adequadamente qualificados para o modelo digital de ensino.
“Nós nos tornamos digitais de um dia para o outro com a chegada da pandemia, mas o processo de digitalização é muito longo e complicado, pois não houve uma preparação para isso. Os alunos não sabem estudar totalmente on-line, mesmo que tenham todos os recursos para isso, pois estão acostumados a estudar uma vida inteira presencialmente. Além disso, o educador está há décadas ensinando dentro de sala de aula e também não está habituado com o universo digital. Mesmo considerando esses fatores, observamos que os problemas educacionais vão muito além da acessibilidade digital e queremos fomentar esta lacuna. Ajudar a preparar um setor que precisa de auxílio urgentemente, afinal as crianças e jovens de hoje serão nossos trabalhadores de amanhã e eles precisam estar preparados. Sem uma boa educação de base, eles terão ainda mais dificuldades no futuro”, finaliza Graziella.