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Os Estados Unidos vão tentar expulsar o Irã de uma comissão da ONU para os direitos das mulheres – disse a vice-presidente americana, Kamala Harris, nesta quarta-feira (2), destacando a "coragem" dos protestos contra o governo desse Estado islâmico.

Harris afirmou que Washington trabalhará com outras nações para expulsar o Irã da Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher da ONU, cujos membros são eleitos por períodos de quatro anos.

"O Irã mostrou, por meio da negação dos direitos das mulheres e da brutal repressão contra seu próprio povo que não é apto para servir nesta Comissão", frisou Harris, em um comunicado.

Sua presença nesse comitê "desacredita a integridade dos membros e o trabalho para avançar seu mandato", acrescentou.

O Irã é palco dos maiores protestos desde a Revolução Islâmica de 1979, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, sob custódia da polícia moral.

"A todos aqueles que protestam, reitero que vemos e ouvimos vocês. Sua coragem me inspira, e (inspira) tanta gente ao redor do mundo", completou Harris.

Os Estados Unidos e seus aliados europeus impuseram uma série de sanções ao Irã pelos protestos e ajudaram a restaurar o acesso à Internet interrompido pelas autoridades.

Levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela ONU Mulheres sobre direitos políticos das mulheres coloca o Brasil em 9º lugar entre 11 países da América Latina. Os dados fazem parte do projeto Atenea, analisa 40 indicadores categorizados em oito dimensões relacionadas ao tema e, a partir desses dados, calcula o Índice de Paridade Política (IPP).

Segundo o documento, o país está entre os piores indicadores da América Latina no que diz respeito aos direitos políticos das mulheres e à paridade política entre homens e mulheres. Pela análise dos indicadores, o Brasil atingiu 39,5, acima apenas de Chile e Panamá. Os países que alcançaram os maiores índices foram: México (66,2), Bolívia (64) e Peru (60,1).

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Ao todo, participaram do levantamento os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e Uruguai.

Brasil

Segundo o documento, uma das particularidades do caso brasileiro, “que apresentou desafios específicos, é o seu sistema partidário, bastante fragmentado e com grande número de partidos”. Em 2018, 30 partidos foram eleitos. Esse foi o maior número de siglas representadas na Câmara dos Deputados desde a redemocratização do país. 

“Além de serem muitos, os partidos têm alta autonomia para sua organização, majoritariamente concentrada nas lideranças partidárias, o que gera um universo muito amplo”, aponta o levantamento.

“Outra particularidade é que o Brasil passou recentemente por mudanças institucionais nos organismos de políticas para mulheres e nas respectivas agendas. Por exemplo, a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do Governo Federal, criada em 2003 como órgão vinculado à Presidência da República, passou por uma série de transformações, até que chegasse ao desenho atual, de constituir uma das secretarias do atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (2019)."

O diagnóstico ressaltou ainda que, embora o Brasil seja uma unidade, para efeitos de comparação regional no âmbito do Atenea, sua organização federativa permite variações nas realidades locais.

“Ainda assim, verifica-se, no país, uma notável concentração de autoridade no governo federal, sendo a União o principal financiador das políticas públicas, além de ser a instância que define a regulamentação e coordena as ações estatais, principalmente na articulação entre os distintos níveis de governo”, argumentou o estudo.

O levantamento destaca ainda que a Constituição Federal de 1988 incluiu o princípio da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, “mas ele não se traduz em garantias constitucionais específicas para a paridade política”.

“Do mesmo modo, a adesão, e até mesmo a ratificação, em alguns casos, de instrumentos internacionais, ainda não gerou, no Brasil, dispositivos legais específicos para garantir a igualdade entre mulheres e homens, uma vida livre da violência baseada no gênero, ou a prevenção e punição do assédio e da violência política”, afirma a publicação.

Por outro lado, a maior pontuação do país é alcançada no indicador da participação das mulheres nas eleições.

“Considerado o universo dos eleitores registrados e que estão identificados por sexo, as mulheres correspondem a 52,5% das pessoas registradas como eleitoras no país. Entre as pessoas que efetivamente votaram nas eleições de 2018, as mulheres responderam por 52,9%. No caso dos homens, a taxa de registro eleitoral é de 47,5%, mas o comparecimento foi de 47,1%. Há, portanto, uma diferença de 5,8 pontos percentuais entre as taxas de comparecimento de mulheres e homens”, ressalta o levantamento.

Diagnóstico

Para a ONU Mulheres, o diagnóstico elaborado pelo estudo aprofunda a discussão dos desafios à participação política das mulheres no país.

“O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em direção à paridade de gênero e, para isso, é fundamental que ocorram mudanças institucionais, sejam estabelecidos compromissos sólidos e atuação coordenada entre distintas entidades, para que seja possível produzir e incrementar avanços em cada uma das oito dimensões abordadas”, afirma a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya.

O Atenea é um mecanismo criado para acelerar a participação política das mulheres em países da América Latina e do Caribe, criado em 2014 com o objetivo de gerar mudanças mais sustentáveis para alcançar a paridade de gênero na esfera política.

O projeto reúne informações sistemáticas, periódicas, comparáveis e sensíveis a gênero sobre a presença de mulheres nas diferentes áreas de participação política, e apresenta recomendações para mudanças que possam contribuir para uma superação das desigualdades.

Recomendações

A partir das evidências resultantes da aplicação do Índice de Paridade Política, e das informações e análises complementares apresentadas no diagnóstico, foram apresentadas recomendações para que se torne possível produzir, incrementar e aperfeiçoar avanços em cada uma das dimensões abordadas.

- Impulsionar ações que promovam o acesso das mulheres negras e indígenas ao poder político a partir de uma perspectiva interseccional, enfrentando o sério déficit existente em termos de raça/cor/etnia e as barreiras/fatores impostas pelo racismo estrutural.

- Promover e intensificar o controle público sobre os partidos políticos, com ações de fiscalização e punição diante do descumprimento da legislação de cotas.

- Além da dimensão eleitoral, é preciso implementar transformações que garantam às representantes a efetividade no exercício do poder político no mandato, combatendo a divisão sexual do trabalho político.

- Promover ações de enfrentamento à violência política contra as mulheres nas suas diversas formas e meios de manifestação.

- Impulsionar o fortalecimento de lideranças políticas por meio de alianças entre diferentes redes e atores comprometidos com a igualdade de gênero (movimentos feministas e de mulheres, legisladores, jornalistas, academia, organismos internacionais, etc).

O vereador do Recife Carlos Gueiros (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que o Estado não deveria ter políticas públicas especiais para as minorias. A postura dele foi exposta ao ser questionado pela imprensa sobre a falta de mulheres na nova composição da Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores eleita hoje.

O PSB indicou Gueiros para permanecer na 1ª vice-presidência da Casa, mas a vereadora Nathália de Menudo reivindicou o posto ao partido sob a justificativa de um acordo anterior e da ausência feminina na direção, mas a legenda negou.

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Indagado como avaliava o fato da Mesa Diretora não ter nenhuma vereadora, Gueiros foi taxativo e deixou claro que não há porque seguir proporcionalidade de gênero na Casa, apenas partidária.

“Eu digo sempre o seguinte: quem presidiu a primeira sessão dessa legislatura foi uma mulher [Michele Collins], mas isso não aconteceu por ela ser mulher não e sim porque foi a mais votada. O regimento diz que o mais votado, mulher ou homem, seja o que for, é quem preside a sessão. Então a gente precisa acabar com essa história de se olhar com privilégio para a minoria”, disparou o pessebista.

“A mulher hoje não precisa de ter proteção não, pelo contrário. A Michele [Collins] foi a mais votada, a Aline Mariano líder [do governo] aqui, escolhida pela bancada, e não é obrigatoriamente ela ser líder não e foi. E tinha muitos homens, ela preteriu os homens”, completou.

Perguntado se achava equilibrada a composição da Câmara com apenas seis vereadoras, ele reforçou à crítica.  “Não acho que existam seis mulheres e tantos homens, eu vejo que existem 39 vereadores. A Lei não faz distinção. Dá prioridade para candidatar-se, agora na hora que se elege passa a ser igual”, argumentou.

Carlos Gueiros também emendou o posicionamento dizendo que o “Estado não deveria ter nenhuma política especial para a minoria”. “Então a gente precisa acabar com de criar secretaria para LGBT, para idoso... Por que? Todos nós somos iguais, não existe diferença. Eu sou um idoso, não quero diferenciação para mim não. As mulheres tem muito mais condições para ser melhores. Tratamento e respeito aprendi desde pequeno, sempre dou prioridade as mulheres, mas é questão de educação”, disse.

O pensamento de Gueiros comunga com o que foi dito recentemente pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que chamou de “coitadismo” as ações de movimento sociais direcionados para a minoria. Questionado se tinha o mesmo alinhamento, o vereador ironizou.  

“Ele me ouviu. Antes dele dizer isso, eu já dizia isso”, destacou. “Todos nós somos iguais perante a Lei, quem diz isso é a Constituição. Então você tem prioridades em atendimento, numa fila de caixa para pagar, não é tratamento especial. Essa eu defendo”, concluiu.  

Duas militantes feministas presas na Arábia Saudita por defender o direito das mulheres a dirigir foram encaminhadas a um tribunal especializado em casos de terrorismo, informaram ativistas nesta quinta-feira. A decisão foi tomada após um interrogatório às duas mulheres em Al-Ahsa, na província oriental do país, afirmaram as mesmas fontes, que pediram anonimato.

Lujain Hathlul foi detida em 1º de dezembro na fronteira com os Emirados Árabes quando tentava entrar na Arábia Saudita ao volante de seu veículo, desafiando a proibição de dirigir para as mulheres imposta no país. Maysaa Alamudi, jornalista saudita que chegou à fronteira para apoiá-la, também foi presa.

Os ativistas que informaram da mudança do caso a um tribunal antiterrorista desconhecem as acusações feitas atualmente contra as duas mulheres, mas disseram que podem estar relacionadas a suas atividades nas redes sociais.

As duas têm milhares de seguidores no Twitter (Hathlul, 228.000, e Alamudi, 131.000). Alamudi apresenta ainda um programa no Youtube sobre a proibição de as mulheres dirigirem.

A Arábia Saudita está na lista dos "inimigos da internet" feita pela ONG Repórteres sem Fronteiras por exercer uma "censura implacável".

O VII Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero segue com inscrições abertas até o dia 16 deste mês. O intuito da ação é estimular a produção crítica sobre as relações de gênero, contribuindo assim para a promoção dos direitos das mulheres. Podem participar estudantes e professores dos níveis médio e técnico subsequente, bem como graduandos e pós-graduandos.

O Prêmio é uma promoção da Secretaria Estadual da Mulher de Pernambuco, em trabalho conjunto com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Os interessados em participar devem se inscrever pela internet.

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As categorias para disputa são artigos científicos, relatos de experiência pedagógica, projetos de experiência pedagógica, redações e roteiros para documentário digital de curta-metragem. Serão distribuídos prêmios em dinheiro que podem chegar a R$ 8 mil, porém, quem vencer a categoria vídeo-documentário receberá a quantia de R$ 20 mil.  

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