Pesquisadores das Universidades Federal (UFPE) e Rural (UFRPE) de Pernambuco fizeram uma descoberta de um fóssil de pterossauro até hoje nunca visto no mundo. Nesta quinta-feira (2), em coletiva realizada na reitoria da instituição, os pesquisadores envolvidos mostraram o material encontrado no Sítio São Gonçalo, em Santana do Cariri, no Ceará. O terreno é característico por lá já terem sido coletadas diversas espécies de animais pré-históricos.
Cientificamente denominado de Maaradactylus kellneri, a espécie viveu há cerca de 111 milhões de anos, sendo um representante da Era Mesozoica. O fato é marcante pois esta é a primeira vez que uma espécie de pterossauro é descrita por um grupo de especialistas localizado no Nordeste do Brasil. O fóssil ficará guardado no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, onde foi localizado.
##RECOMENDA##“Todo fóssil é único e precisamos ter todo o cuidado para não perder ou até quebrar estes materiais. O material foi coletado em 2010 e de lá para cá foram várias pesquisas e estudos sobre a espécie. E ontem (quarta-feira) o estudo foi publicado na revista científica Zootaxa, da Nova Zelândia”, explicou a professora Juliana Sayão, que analisou o fóssil em dissertação de Mestrado na UFPE.
Foram encontrados cinco fragmentos do crânio e da mandíbula do dinossauro. Segundo Renan Bantim, então estudante de Ciências Biológicas durante a pesquisa, o estudo sobre o animal revelou detalhes curiosos. “Visualizamos que se tratava de um animal jovem que não tinha completado a maturidade óssea. Tinha cerca de seis metros da ponta de uma asa para outra e a crista no crânio nos faz acreditar que se tratava de uma espécie piscívora (que se alimenta de peixes), pois ele utilizava para mergulhar na Bacia do Araripe”, afirmou Bantim.
A Bacia, que corresponde a uma área de cerca de 10 mil km², é um dos cinco mais importantes depósitos de pterossauros no mundo. Outras 23 espécies já foram encontradas na área, desde a década de 1970.