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O presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje (4) um decreto suspendendo a participação do país no tratado de desarmamento nuclear INF, assinado durante a Guerra Fria, informou o serviço de imprensa do Kremlin em nota oficial.

“Dada a necessidade de tomar medidas urgentes seguindo a violação das obrigações dos Estados Unidos sob o tratado, assinado pela União Soviética e pelos Estados Unidos em 8 de dezembro de 1987. O compromisso da Rússia com o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário [INF, na sigla em inglês] está, de agora em diante, suspenso até que os Estados Unidos se manifestem sobre a violação das obrigações sob o tratado ou até o tratado ser revogado”, diz o decreto.

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O Ministério de Relações Exteriores da Rússia foi instruído a mandar um comunicado da suspensão aos Estados Unidos. Segundo o Kremlin, o decreto entrou em vigor imediatamente após a assinatura.

Tratado

O tratado INF entrou em vigor em 1º de junho de 1988. Ele se aplica a mísseis baseados em terra de médio alcance (1 mil a 5 mil quilômetros) e de curto alcance (500 a 1 mil quilômetros). Ao longo das últimas três décadas, os Estados Unidos acusaram a Rússia de violar o acordo diversas vezes, com o governo de Moscou desmentindo as acusações.

Em 1º de fevereiro, o presidente norte-americano, Donald Trump, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Michael Pompeo, anunciaram a suspensão das obrigações de Washington sob o tratado INF a partir do dia seguinte. O governo norte-americano prometeu retirar-se definitivamente do acordo em seis meses a menos que a Rússia cumpra o acordo de forma “real e verificável”.

Em 2 de fevereiro, Putin anunciou que o governo de Moscou também estava suspendendo a participação no acordo. Ele deu instruções para interromper conversas iniciais com Washington sobre o assunto e enfatizou que os Estados Unidos precisariam mostrar disposição para um diálogo igual e substantivo.

Em 20 de fevereiro, Putin disse em discurso ao parlamento russo que o país “terá de desenvolver e instalar armas que podem ser usadas não apenas contra áreas das quais uma ameaça direta virá, mas também contra territórios onde estão localizados centros de decisão”. Ele também destacou que os Estados Unidos têm insistentemente ignorado o tratado INF ao instalar lançadores de mísseis na Romênia e na Polônia.

* Com informações da agência pública Tass, da Rússia

Emissários de grande parte dos países com tecnologia nuclear se reúnem a partir de hoje na sede das Nações Unidas para tentar progredir o Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT, na sigla em inglês).

A reunião acontece ao mesmo tempo em que EUA, Rússia, Alemanha, China, França e Reino Unidos iniciam mais uma rodada de negociações com sobre o acordo nuclear com o Irã. Israel, na condição de observador, também participa pela primeira vez em quase duas décadas como observador.

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Diplomatas, entretanto, afirmam que não se esperam muitos avanços da reunião, que acontece em meio a uma retomada do clima de Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia, países que juntos respondem por mais de 90% das cerca de 16 mil ogivas existentes atualmente.

"Eu sei tão bem quanto qualquer um que temos um longo caminho a percorrer" para se chegar a um mundo sem ameaça nuclear, disse Kerry. "Sabemos também que podemos retroceder ainda mais."

Kerry, entretanto, disse enxergar "potencial para progressos históricos" na questão do desarmamento. "Se pudermos fazer isso acontecer, o mundo será um lugar mais seguro."

Sobre o Irã, o secretário de Estado comentou que a negociação "ainda está longe de acabar e falta consenso sobre pontos importantes". Ele irá se reunir com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, pela primeira vez desde 02 de abril, quando as duas partes definiram parte das diretrizes básicas sobre o acordo final, que precisa ser fechado até o final de junho. Fonte: Associated Press.

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