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A Polícia Federal investiga denúncias sobre supostas interferências políticas na superintendência de Alagoas e vazamentos de informações para lideranças políticas regionais durante as eleições. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) acusa o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) de aparelhar e interferir politicamente no órgão. O caso chegou à coordenação-geral de assuntos internos da Corregedoria da PF, em Brasília, onde tramita um inquérito aberto no fim do ano passado.

O senador foi chamado a prestar depoimento, no fim de março, na condição de testemunha. "Ele (Lira) anunciou para todos que estava nomeando a superintendente da Polícia Federal em Alagoas, se não me engano, em junho de 2022, Juliana de Sá Pereira Gonçalves, e que ela iria fazer a investigação de um fato que havia acontecido no âmbito da Assembleia Legislativa", disse Renan ao delegado Ramon Morais.

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A investigação resultou no afastamento, ainda em outubro, do governador e então candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB), apoiado por Renan Calheiros. Dantas foi investigado por suspeita de rachadinha na época em que era deputado estadual. A decisão partiu do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da PF. A operação Edema foi deflagrada durante a campanha de segundo turno da corrida estadual.

O senador também afirmou em depoimento que a delegada Juliana Sá permitiu que informações sobre a operação contra o prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP), aliado de Arthur Lira, fossem vazadas para o presidente da Câmara antes de a PF ir às ruas. Em agosto, o gestor municipal foi um dos presos na Operação Beco da Pecúnia, que apura desvio de recursos, lavagem de dinheiro e organização criminosa com verbas do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Uma coisa que eu acredito que jamais aconteceu na história das investigações sigilosas é que o advogado do prefeito Gilberto Gonçalves e do Arthur Lira, chamado Fábio Gomes, pediu um habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O advogado disse que o prefeito não poderia ser preso com base nas informações que recebeu. Recebeu de quem? Recebeu da superintendente, porque era ela que tinha relação com o deputado e foi levada para Alagoas para isso tudo", afirmou Renan.

Procurada pela reportagem, a delegada não se manifestou. Juliana de Sá foi superintendente da PF de Alagoas entre o início de agosto de 2022 e janeiro deste ano. Hoje, a função é exercida pela delegada Luciana Paiva Barbosa.

"Afirmações caluniosas"

Por outro lado, o grupo de Lira também acusa Renan de interferência na Polícia Federal. A atuação da polícia no período eleitoral de 2022 foi assunto de brigas públicas entre Renan Calheiros e Arthur Lira. Enquanto o senador falava em vazamentos e perseguição, o deputado dizia que o rival queria apenas abafar investigações. "Ficou claro o porquê de Renan ter pedido o afastamento do superintendente da PF em AL. Queria abafar a operação Edema. Ele sabe que hoje não há interferência na PF, como na época em que ele mandava e desmandava. Ao invés de combater a corrupção, Renan quer mesmo é abafá-la", publicou Lira, em sua conta no Twitter, no ano passado.

"Alagoas é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades. Pedi a troca do superintendente, cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo", respondeu o senador.

O advogado Fábio Gomes, que representa Arthur Lira e Gilberto Gonçalves, afirmou que as afirmações disseminadas por Renan Calheiros à PF e em entrevistas são caluniosas. Por isso, o deputado e o prefeito apresentaram uma notícia-crime contra o senador. Sobre a denúncia de informações privilegiadas da operação contra Gilberto Gonçalves, o advogado afirmou que um escrivão já disse em depoimento formal que deu acesso aos dados por email depois de formalmente solicitado o acesso às investigações. "Não existe, assim, nenhum tipo de vazamento favorecendo correligionário do deputado Arthur Lira", disse.

O advogado de Renan Calheiros, Igor Franco, afirmou que o inquérito tramita em sigilo e que não faria considerações.

O depoimento do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Naime, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro foi adiado. Naime apresentou um atestado médico para justificar a ausência na CPMI.

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A oitiva do ex-comandante do Departamento de Operações da corporação estava marcada para esta segunda-feira (26), às 14h. Com a ausência, a sessão da CPMI deve ser aberta e fechada logo na sequência, já que não terá depoimento.

Nesse domingo (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou o coronel a ficar em silêncio durante a sessão, em caso de perguntas que pudessem levar à autoincriminação, mas negou o pedido para não comparecer ao colegiado.

O coronel Jorge Naime foi preso em fevereiro pela Operação Lesa Pátria da PF que investiga os eventos de 8 de janeiro. Ele saiu de folga poucos dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro e é investigado por participação nos eventos. Ele teve a prisão preventiva decretada por risco de fuga e prejuízo às investigações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Naime, fique em silêncio durante o seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Por outro lado, na mesma decisão, o magistrado negou o pedido da defesa para que Naime não comparecesse à CPMI.

A oitiva do ex-comandante do Departamento de Operações da corporação está marcada para esta segunda-feira (26), às 14h. Segundo a decisão de Moraes, Jorge Naime poderá ficar calado diante de perguntas que possam levar à autoincriminação.

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Naime foi preso em fevereiro pela Operação Lesa Pátria da PF que investiga os eventos de 8 de janeiro. O coronel saiu de folga poucos dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro e é investigado por participação nos eventos. Ele teve a prisão preventiva decretada por risco de fuga e prejuízo às investigações.

Naime comparecerá à CPMI com escolta policial e falará na condição de testemunha. Como foi convocado para prestar depoimento, Jorge Naime não pode deixar de comparecer.

 

Condenado a nove anos e quatro meses de prisão por planejar um atentado com bomba próximo ao Aeroporto de Brasília, no final de dezembro de 2022, George Washington de Oliveira Sousa se recusou a responder todas as perguntas relacionadas ao crime que cometeu. Ele negou, no entanto, envolvimento com os atos golpistas do início deste ano, tema da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, em que ele participou nesta quinta-feira (22).

"Permanecerei calado", repetiu por diversas vezes, com um papel em mãos com instruções de como se portar em determinadas situações do depoimento. Ele, que estava acompanhado da advogada, não quis dizer onde comprou os explosivos, quem bancou sua viagem a Brasília ou se teve ajuda de outras pessoas para montar uma bomba.

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George Washington afirmou que o ato pelo qual foi condenado não tem relação com os ataques a prédios públicos em 8 de janeiro. "Eu já fui condenado, estou preso. E meu caso não tem nada a ver com o caso do dia 8, que corresponde a essa CPMI", disse ele.

Durante a sessão, ele preferiu não responder às perguntas da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Ele chegou sem algemas e acompanhado de uma advogada.

"Vale matar por uma causa política?", cobrou o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). "Nada a declarar, senhor", respondeu o depoente. "Quem é Jair Bolsonaro para você?", insistiu o parlamentar. "Nada a declarar."

Das poucas vezes em que resolveu falar, George Washington preferiu se defender e alegou que havia "infiltrados" entre os acampados no Quartel-General do Exército. "Eram muitos infiltrados. Quando eram descobertos, saíam e depois apareciam outros", afirmou. Ele também alegou que o próprio Exército identificava os infiltrados.

A Polícia Federal apontou que os extremistas que depredaram o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional no 8 de janeiro partiram do QG.

Um pedido de habeas corpus foi protocolado por George Washington no STF nesta quarta-feira (21). Até então, o relator, ministro Luiz Fux, não proferiu uma decisão.

George Washington também afirmou que o depoimento dado à polícia ainda no dia 24 de dezembro foi feito sob coação. A declaração provocou reação de integrantes da CPMI. Eliziane considerou que a denúncia "não tem fundamentação". "Ao longo de todo o processo, ele em nenhum momento fez essa denúncia. Não se sustenta", disse.

Além dele, a comissão ouviu Valdir Pires Dantas Filho e Renato Martins Carrijo, peritos autores do laudo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), e o delegado da PCDF Leonardo de Castro.

O perito Carrijo contou que foram usados dispositivos explosivos destinados à destruição de rochas em pedreiras. Ele explicou que o material parecia "degradado" e o detonador improvisado com itens que podem ter sido comprados pela internet.

George Washington atuou ao lado de Alan Diego dos Santos Rodrigues - condenado a cinco anos e quatro meses de prisão - para colocar uma bomba no eixo traseiro de um caminhão-tanque estacionado no Aeroporto de Brasília, que estava carregado de combustível de aviação. Antes de que o artefato fosse detonado, o motorista do caminhão percebeu a presença do explosivo, o retirou e acionou a polícia.

Segundo o delegado da PCDF, ele e Alan participaram da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, no dia 12 de dezembro, semanas antes do planejamento do atentado.

O artefato explosivo foi encontrado à margem da pista, no gramado de um canteiro central, na Estrada Parque Aeroporto. Imagens de circuito externo de câmeras apresentadas à CPMI exibem um veículo parando na rodovia e depositando o material na madrugada.

Carrijo estava de plantão no dia da operação e pediu para que Valdir Pires, de folga no dia, atuasse em parceria para apurar a possível existência de outros explosivos no entorno. A operação policial ainda encontrou cinco outros materiais explosivos dentro do carro de George Washington sem um dispositivo próprio para explosão. A investigação também localizou um arsenal "com um grande poder de fogo", segundo o delegado da PCDF, na casa.

Ainda de acordo com os peritos, três hipóteses foram especuladas caso o dispositivo explodisse: o não rompimento do caso do combustível - o mais improvável -, um incêndio causado pelo rompimento do casco ou, num cenário mais extremo, uma explosão que poderia lançar objetos a centenas de metros, com potencial de causar mortes.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, George Washington era um gerente de postos de combustíveis e confessou em depoimento à PCDF que planejou o atentado com bomba para chamar a atenção para o seu grupo. Ele fez parte do grupo de bolsonaristas que acamparam no QG do Exército e foi preso ainda nos últimos dias do ano passado.

Na fase da investigação policial, ele confessou que queria atingir um poste duplo de uma subestação de energia em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, para provocar falta de energia e dar "início ao caos que levaria a decretação de estado de sítio".

Houve tumulto antes mesmo da fala de George Washington. Duarte (PSB-MA) reclamou do depoimento de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), alegando que ele mentiu e deveria ser preso.

O presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil-BA) interrompeu o pronunciamento e falou que não admitiria discurso político em questões de ordem. Maia adicionou que não irá prender depoentes. "Essa presidência não será palco de circo em momento nenhum enquanto eu estiver presidente. Eu não vou prender ninguém para chamar a atenção da mídia", disse.

Na CPMI, petistas lembraram de Wellington Macedo de Souza, outro suspeito de participar do plano. Ele foi assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, então chefiado por Damares Alves (Republicanos-DF), agora senadora e participante do colegiado.

Um vídeo fazendo a associação de Wellington a Damares foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) na CPMI. Outros parlamentares jogaram o conteúdo nas redes. "Wellington nunca foi meu assessor. Vamos acabar já com essa narrativa. Ele trabalhou em uma secretaria ligada ao ministério", disse Damares.

Wellington foi denunciado pelo Ministério Público por envolvimento no planejamento do atentado. Ele não prestou depoimento, está foragido desde o dia da tentativa e rompeu a tornozeleira eletrônica que usava.

A confusão continuou depois da chegada de George Washington. O senador Jorge Seif (PL-SC) interrompeu a fala de Correia, que pediu para que ele calasse a boca. "Cala a boca é o c…", rebateu Seif.

Conselho de Ética

O deputado Abilio Brunini (PL-MT) interrompeu a fala de Correia. Maia ameaçou apresentar representação contra Abilio no Conselho de Ética caso as sucessivas intervenções em cima das falas de parlamentares continuassem.

"Eu não vou permitir que Vossa Excelência fique tumultuando esse trabalho aqui na CPMI. Se Vossa Excelência insistir com esse papel, vou fazer uma representação desta presidência contra Vossa Excelência no Conselho de Ética", disse Maia, com o dedo em riste. Abilio é uma presença constante na comissão mesmo não sendo membro.

Após acordo entre governo e oposição, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou, nesta terça-feira (20), a convocação de mais quatro pessoas. Além dos 36 nomes já convocados, deverão também prestar depoimento à CPMI, na condição de testemunhas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Marco Edson Gonçalves Dias e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Ambos foram indicados já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

  Também foram aprovadas as convocações de Renato Martins Carrijo, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), responsável pela elaboração do laudo sobre o exame do local onde foi encontrado artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro, e do coronel Jean Lawand Junior, ex-subchefe do Estado-Maior do Exército e atual adjunto do adido do Exército junto à Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos. 

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A convocação de Gonçalves Dias e de Saulo Moura da Cunha era uma reivindicação dos parlamentares da oposição. Apesar de requerimentos com esse mesmo objetivo terem sido rejeitados na semana passada, os senadores Sergio Moro (União-PR), Izalci Lucas (PSDB-DF), Magno Malta (PL-ES) e os deputados Delegado Ramagem (PL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL), Marco Feliciano (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) voltaram a apresentar o pedido. Eles querem esclarecimento, entre outras questões, sobre as informações enviadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o objetivo de alertar e prevenir autoridades e órgãos públicos dos ataques ocorridos em janeiro.

Já a convocação do coronel Jean Lawand Junior foi colocada em votação como item extra pauta de autoria da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e dos deputados Duarte (PSB-MA), Rogério Correia (PT-MG), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duda Salabert (PDT-MG) e Rafael Brito.   

Eles argumentaram ser necessário ouvi-lo “tendo em vista a recente divulgação pela imprensa de conversas telefônicas entre o convocado e o ex-ajudante de ordens da presidência da República, coronel Mauro Cid – o qual mantinha um grande vínculo de amizade – sobre a necessidade de deflagração de um golpe de Estado”, diz o deputado Duarte na justificação do requerimento. 

 O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), informou que até o dia 12 de julho só prestarão depoimento os convocados que estejam relacionados à fase cronológica inicial estabelecida pela relatora no plano de trabalho. 

— Isso é fruto de um entendimento nosso. Nós, inclusive, podemos considerar que a última sessão antes do recesso é no dia 12 de julho. Até lá, nós só ouviremos depoentes que estejam envolvidos em acontecimentos pré-8 de janeiro. Isso é um procedimento para que a gente dê tranquilidade a todos para saber como é o andamento das coisas — esclareceu. 

 Inquéritos em sigilo A CPMI terá acesso a inquéritos, processos e procedimentos decorrentes das investigações dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 e que estão em sigilo, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, com base na Súmula 14 da própria Corte, somente serão encaminhados os inquéritos que já tiveram todas as diligências finalizadas. Aqueles ainda pendentes de diligência deverão ser encaminhadas quando concluíds, num prazo de cerca de 45 dias, como explicou Arthur Maia.

   — A Súmula 14 informa que nós não podemos fazer o compartilhamento de inquéritos, de assuntos sigilosos que estejam sob segredo de Justiça, que estão com diligências pendentes. Então nós estamos acatando e incluindo a observância dessa Súmula 14 nesses requerimentos que vamos aprovar agora.

Foram aprovados cinco requerimentos para acesso desses inquéritos. Os pedidos partiram das senadoras Augusta Brito (PT-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Delegado Ramagem e Marco Feliciano.

Marcos do Val

O deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou questão de ordem com a solicitação de cerca de 16 parlamentares para que a direção da CPMI substitua o senador Marcos do Val (Podemos-ES) por outro integrante do seu partido. Ele argumentou que Marcos do Val é investigado pelo STF em inquérito relacionado aos ataques ocorridos em 8 de janeiro, o que, considerou ele, poderia comprometer o andamento das investigações da comissão. Arthur Maia indeferiu o pedido justificando que a presidência “não tem autoridade para incluir ou excluir um membro da CPMI”. Marcos do Val se defendeu, criticou a operação ocorrida na última sexta-feira (16) e apontou contradições nas investigações que o envolvem. 

*Da Agência Senado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento à Polícia Federal (PF). O ex-deputado Daniel Silveira também deverá ser ouvido. A data será marcada pela corporação.

A oitiva será realizada no âmbito dos desdobramentos da investigação que apura a reunião entre Bolsonaro e o senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre supostas tratativas de um golpe de Estado.

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Ontem (16), o senador foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação. Por determinação de Moraes, agentes da Polícia Federal (PF) estiveram no gabinete do parlamentar no Senado e nos endereços dele em Vitória.

Em fevereiro, Moraes determinou abertura de investigação para apurar as declarações do senador de que teria recebido uma proposta para participar de um golpe.

A investigação foi aberta após o senador declarar que a reunião com Bolsonaro e Silveira tinha como objetivo induzir o ministro Moraes a ”reconhecer” que ultrapassou as quatro linhas da Constituição com o ex-presidente da República. 

Após a realização das buscas, Marcos do Val declarou que as medidas foram tomadas após ter pedido a convocação de Moraes para depor na CPI dos Atos Golpistas no Congresso.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) colha o depoimento de Bruno Monteiro Aiub, o influencer Monark, em até cinco dias. O despacho complementa a decisão proferida ontem por Moraes, que derrubou os perfis do influencer nas redes sociais e o proibiu de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral sob pena de multa diária de R$10 mil.

O ministro já havia determinado a suspensão dos perfis de Monark devido a conteúdos que instigaram os atos golpistas de 8 de janeiro, mas o influenciador criou novas contas. No Rumble, onde ele criou um novo canal que já tem 287 mil seguidores, Monark publicou um vídeo levantando suspeitas sem fundamento sobre a higidez e transparência do sistema eleitoral e fala de um suposto esquema com participação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fraudar as eleições. No Instagram, o novo perfil tem 104 mil seguidores. No Twitter, 20,5 mil.

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O deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE) disse em depoimento à Polícia Federal que publicou nas redes sociais uma foto da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arrancada por vândalos no dia 8 de janeiro, como uma 'crítica ao ativismo judicial'.

Ele compartilhou a imagem com a legenda "Quem rir, vai preso". A publicação foi apagada minutos depois. O deputado disse ter percebido que a postagem poderia ser 'mal interpretada'. Fernandes negou, no entanto, que fosse um ataque pessoal ao ministro.

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O deputado também foi questionado sobre outra publicação, feita antes dos protestos. Ele divulgou, no dia 6 de janeiro, o ato que resultou na invasão do Palácio do Planalto e dos prédios do STF e do Congresso Nacional. "Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos Lá", disse.

Em depoimento, André Fernandes afirmou que a informação havia sido veiculada em um portal conservador, mas que ele próprio não compareceu aos protestos. Afirmou ainda que 'não possui insatisfações com os Poderes hoje constituídos na República', que não acredita na narrativa de que houve fraude na eleição e que não concorda com as tentativas de golpe.

"Em nenhum momento convidou, estimulou ou convocou manifestações em frente aos quartéis e a ocupação de prédios e a depredação de patrimônio não se trata de ação democrática", diz um trecho do termo de depoimento.

A Polícia Federal concluiu que André Fernandes incitou os atos golpistas. Ele foi um dos autores do pedido da CPI do 8 de janeiro. As conclusões da PF foram enviadas ao STF. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) dizer se vê elementos para denunciar o deputado. Moraes deu 15 dias para o órgão apresentar um parecer.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens no governo Bolsonaro, depôs à Polícia Federal nesta segunda-feira, 22, e respondeu todas as perguntas feitas pelos investigadores sobre caso das joias - revelado pelo Estadão. A investigação é conduzida pela superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Ele foi ouvido por videoconferência.

O depoimento estava previsto no dia em que ele foi preso preventivamente na Operação Venire - investigação sobre fraudes na carteira de vacinação de Bolsonaro -, por isso o procedimento precisou ser remarcado.

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Cid será interrogado pela segunda vez no inquérito. Ele já foi ouvido por cerca de três horas no início do mês passado, quando confirmou que recebeu um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar reaver as joias retidas pela Receita Federal.

Bolsonaro também já deu sua versão. O ex-presidente alegou que acionou seus auxiliares para evitar um suposto 'vexame diplomático' e que só ficou sabendo da existência das joias em 2022 - um ano após a apreensão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Gabriela Santiago Ribeiro Cid atribuiu fraudes em cartão de vacina ao marido, sinalizando que ele pode assumir a culpa pelos crimes investigados na Operação Venire, que também mira Bolsonaro

O conjunto de colar, anel, par de brincos e relógio em ouro branco e diamantes da marca suíça Chopard, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi um presente do regime da Arábia Saudita. Outros dois kits, com relógio, caneta, terço islâmico e abotoaduras, também vieram a público.

Uma comitiva do Ministério das Minas e Energia tentou entrar com joias no Brasil sem declará-las. A suspeita é que elas seriam destinadas a Bolsonaro, burlando a lei que obriga a restituição dos presentes ao acervo da União. A investigação é conduzida pelo delegado Adalto Machado.

Mauro Cid seria ouvido na semana passada em outro inquérito, sobre um esquema de fraudes em certificados de vacina da covid-19. Ele se apresentou na sede da PF, em Brasília, mas decidiu ficar em silêncio e não respondeu aos questionamentos dos investigadores.

No mesmo dia em que seu ajudante de ordens, o coronel Mauro Cid permaneceu em silêncio ao depor na Polícia Federal, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tentou se desvencilhar de irregularidades que o oficial possa ter cometido no caso dos cartões fraudados de vacinação. Bolsonaro disse "esperar" que Cid não tenha feito nada de errado.

"Não tenho conversado com ele (Cid). Vi que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele. Foi um excelente oficial do Exército brasileiro, é jovem ainda. Ele fez o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado", disse.

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Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro enquanto ainda atuava no Palácio do Planalto e foi convocado a prestar esclarecimentos à PF no inquérito que apura se houve adulteração de carteiras de vacinação da covid-19. O militar está preso preventivamente na Operação Venire, que tornou o caso público, no início de maio.

A polícia investiga inserções falsas sobre o cartão da vacina para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia. Bolsonaro se defendeu da hipótese. "Não tinha exigência para eu entrar nos EUA estar vacinado, meu Deus do céu", disse.

O ex-presidente, que veio ao Senado visitar o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ainda falou sobre as compras de Michelle em dinheiro vivo e sobre o caso das joias. "As compras dela é absorvente, uma comprinha pra filha, manicure, cabeleireiro. Eu sacava em média 20 mil por mês, outras coisas que pagava da minha conta pessoal. Eu nunca usei o cartão corporativo meu", afirmou.

Bolsonaro nega que as joias que ganhou de presente da Arábia Saudita - caso revelado pelo Estadão - tenham passado tanto ele como por sua esposa e nivelou o valor delas por baixo. "Ela nunca viu as joias. O que eu já tive de conhecimento, quando é uma joia para se vender no mercado específica de uma nação, o preço vai estar lá embaixo. Vai estar abaixo de R$ 2 milhões. É bastante valor? É. Mas está longe de R$ 16 milhões", disse.

Articulado com o Congresso, o deputado relativizou o apoio dado por 29 deputados ao voto de urgência ao arcabouço fiscal. "O PL é um partido grande. A gente não vai fazer uma oposição radical", amenizou. Ele ainda mantém diálogos sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, onde a oposição deve centrar a artilharia contra o governo, ao menos enquanto a CPMI do 8 de Janeiro ainda não inicia.

"O que eu tenho falado para parlamentares que devem compor é para fazer um trabalho sério. Ninguém chegar lá para lacrar, querer aparecer. É para ficar lá para buscar alternativas", afirmou Bolsonaro.

Com muitos deputados novatos, há uma sensação entre uma ala da oposição ao governo que os embates com os ministros em audiências no Senado estão tendo um efeito reverso e que alguns parlamentares, por irem despreparados, estariam passado vergonha.

A entrevista dada a jornalistas acabou após uma pessoa gritar "fora, Bolsonaro". Uma transeunte ainda rebateu com um "mito", termo usado para se referir ao ex-presidente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu à Polícia Federal que conversava com o major da reserva do Exército Ailton Barros Gonçalves - militar reformado que está no centro de apurações sobre 'tratativas para a execução de um golpe de Estado'. Em depoimento nesta terça, 16, Bolsonaro disse que mantinha conversas 'esporádicas' com Ailton, preso na Operação Venire - investigação sobre fraude no cartão de vacinação do ex-presidente. Ele foi confrontado com mensagens enviadas pelo major ao contato 'PR 01'.

Os diálogos colocaram Ailton na mira do inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro, podendo implicar ainda mais Bolsonaro nessa apuração, na qual o ex-presidente é investigado por suposta incitação ao levante radical.

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Como mostrou o Estadão, as mensagens de Ailton foram obtidas pela Polícia Federal a partir da quebra de sigilo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Ele é implicado em diferentes investigações no Supremo: já foi alvo do inquérito sobre atos antidemocráticos, passou a ser investigado no das milícias digitais e é ponto central de apuração sobre pagamentos envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O aliado de primeira hora do ex-presidente da República foi preso no bojo do inquérito sobre supostas fraudes na carteira de vacinação de Bolsonaro.

Em uma das mensagens usadas pela PF para questionar Bolsonaro, o major cita a mobilização de grupos que, segundo ele, 'organizaram' os atos antidemocráticos de 7 setembro de 2021. Em seguida, o bolsonarista mencionou a intenção de tais grupos em 'acampar em Brasília', em 31 março de 2022 - data em que aliados do ex-presidente comemoram o golpe militar de 1964 - 'até os 11 ministros do STF saírem de suas cadeiras'.

Ao 'PR 01', Ailton diz que é possível operar nos grupos 'para as pautas serem de seu interesse', sugerindo algumas propostas: "pau no Corno do Xandão sempre", "questão das urnas eletrônicas" e "impeachment do Corno do Xandão".

Ainda nos diálogos recuperados pela PF, o major afirma: "Coloco nas nossas pautas. Se quiser dou uma esticada aí acerto estas pautas e libero...". As mensagens foram posteriormente apagadas por Ailton, após ele dizer que 'pegou orientação com Cidinho' - o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O ex-presidente negou à PF ter orientado 'qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito'. Sobre a menção de Ailton a 'orientações' de Mauro Cid, Bolsonaro disse não conhecê-las e alegou 'duvidar' que seu ex-assessor teria 'dado reforço para as referidas pautas'.

A Polícia Federal já identificou, em outras investigações, mensagens golpistas enviadas por outros apoiadores de Bolsonaro a seu ajudante de ordens, como as do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos dizendo que 'As Forças Armadas precisavam entrar urgentemente'.

Antes de ser confrontado pela Polícia Federal com as mensagens interceptadas no celular de Mauro Cid, Bolsonaro foi questionado pelos investigadores se, por meio do ex-assessor, Ailton teria lhe procurado em busca de 'uma orientação para influenciar manifestantes a atacarem ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral'. O ex-chefe do Executivo alegou que 'nunca chegou a seu conhecimento' solicitações de Ailton Barros em tal sentido.

Em seguida, a PF apresentou uma série de mensagens enviadas por Ailton a Cid. Bolsonaro reafirmou que não teve conhecimento sobre as pautas antidemocráticas de Ailton. Em seguida, admitiu as conversas esporádicas com o major, mas negou manter 'relacionamento pessoal' com o militar reformado. Segundo Bolsonaro relatou aos investigadores, as aproximações de Ailton 'se davam principalmente em mementos de eleitorais'.

Ao requerer as diligências da Operação Venire, cumpridas no início do mês, a Polícia Federal classificou Ailton como 'um dos propagadores da ideologia professada' pelas milícias digitais sob investigação no STF.

O relator viu elemento de 'união' na atuação do grupo, 'seja nas redes sociais, seja na realização de inserções de dados falsos de vacinação contra a covid-19, ou no planejamento de um golpe de Estado': a atuação no sentido de 'proteger e garantir a permanência no poder das pessoas que representam a ideologia professada', no caso, Bolsonaro.

Na mesma linha, Alexandre de Moraes destacou como a 'milícia digital reverberou e amplificou a ideia de que as eleições foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores "resistirem" na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal'.

"Os arquivos de áudio e capturas de tela de mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp evidenciaram a arquitetura do plano criminoso pelo grupo investigado. Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, fato que demonstra a necessidade da pertinente autorização judicial para compartilhamento dos elementos informativos ora identificados com os autos do Inquérito 4923/DF", ressaltou o ministro ao usar as informações para abastecer o inquérito sobre os atos de 8 de janeiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento hoje à Polícia Federal na investigação sobre esquema de fraudes em dados de vacinação da Covid-19.

Segundo a PF, os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados "para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia". O celular do ex-presidente foi apreendido na Operação Venire, no último dia 3.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, na investigação sobre um esquema de fraudes em dados de vacinação da Covid-19.

Bolsonaro é o principal investigado no inquérito. A PF já identificou que os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados. O celular pessoal de Bolsonaro foi apreendido.

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Ele nega ter se vacinado. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que Laura também não foi imunizada contra a Covid-19.

Entenda em cinco pontos o que Bolsonaro precisa esclarecer:

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente deve ser questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro.

A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventivamente na Operação Venire.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro - o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF deve questionar Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele deve ser ouvido na próxima quinta-feira.

Fraudes em Duque de Caxias e em São Paulo

A Polícia Federal investiga três registros falsos de vacinação contra a covid-19 inseridos no cartão do ex-presidente. As vacinas, que segundo a PF nunca foram aplicadas, constam como tendo sido ministradas em Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. Bolsonaro deve ser perguntado sobre onde estava nas datas.

Laura

O certificado de vacinação contra a Covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. A PF pretende questionar Bolsonaro sobre as fraudes envolvendo a adolescente.

Motivação política

A Polícia Federal acredita que as fraudes nos dados da vacinação tenham sido motivadas pela guerra ideológica travada pelo ex-presidente na pandemia. O objetivo, segundo a investigação, seria manter o núcleo duro bolsonarista ‘coeso’.

Os investigadores veem conexão com a investigação das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques e notícias falsas. A PF chegou a dizer que as falsificações nos cartões de vacina são a ‘materialização no mundo real’ de uma estratégia que busca ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

Em depoimento à Policia Federal nesta segunda-feira, 8, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres afirmou que sua 'única preocupação 'em meio às eleições 2022 era o combate à crimes eleitorais, 'independentemente de candidato ou partido'. O aliado do ex-presidente alega que 'jamais interferiu nos planejamentos operacionais' da Polícia Rodoviária Federal quanto a blitzes e abordagens do segundo turno das eleições.

O ex-ministro foi ouvido nesta segunda, 8, sobre a atuação da PRF nas eleições 2022, em especial no segundo turno, quando Lula foi eleito para seu terceiro mandato presidencial.

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A defesa de Torres afirmou que o depoimento ocorreu 'dentro da normalidade'. Segundo os advogados, o ex-ministro 'abriu mão' do direito a ficar em silêncio, tendo respondido todas as perguntas feitas pelos investigadores durante a oitiva na sede da Polícia Federal em Brasília.

O depoimento foi colhido nesta segunda-feira, 8, após um adiamento em razão do estado de saúde de Torres. A oitiva foi reagendada após o Governo do Distrito Federal descartar transferir Torres para o hospital penitenciário.

Trata-se do terceiro depoimento prestado pelo ex-ministro da Justiça. No primeiro, ele falou sobre as acusações de 'omissão' ante os atos golpistas. Depois, perante ao Tribunal Superior Eleitoral, depôs sobre a 'minuta do golpe' - documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília.

Torres foi instado a depor sobre o caso no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, manteve sua prisão por suposta conivência com os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou 'fortes indícios' da ligação de Torres com 'minuta do golpe' e com fiscalizações em massa da PRF no segundo turno. Alexandre classificou as blitz, especialmente em rodovias do Nordeste como 'operação golpista' 'para tentar subverter a legítima participação popular'.

No mesmo dia, o Ministério da Justiça divulgou o número de operações feitas pela PRF nas eleições 2022, mostrando que a corporação fiscalizou, entre os dias 28 e 30 de outubro, 2.185 ônibus em estradas do Nordeste - mais que o dobro das ações de mesmo teor registradas no centro-oeste (893), quatro vezes mais que o número de blitz efetuadas no Sudeste e sete vezes mais do que no Norte do País.

Donald Trump descreveu a mulher que o acusa de estupro como "doente mental", em um depoimento em vídeo exibido nesta quinta-feira (4) para os jurados no processo civil de agressão sexual e difamação contra ele.

"É uma mentirosa e uma pessoa realmente doente. Acho que ela é doente, doente mental", disse Trump, referindo-se à escritora e ex-jornalista E. Jean Carroll.

O ex-presidente deu este depoimento em outubro, quando lhe foi pedida uma declaração sobre a denúncia de Carroll.

A escritora processou Trump no ano passado, alegando que ele a estuprou em um provador de uma loja de departamentos de luxo em Nova York em meados da década de 1990.

Carroll também processou o ex-presidente republicano por difamação, após o magnata a acusar de mentir quando ela tornou o caso público em 2019.

Trump negou repetidamente essas alegações e não foi processado criminalmente por elas.

No depoimento em vídeo, Trump reiterou que não conhece Carroll e repetiu diversas vezes: "Ela não faz meu tipo".

Nesta quinta-feira, uma amiga de Carroll testemunhou afirmando que a escritora lhe disse logo após o suposto estupro que Trump a havia atacado.

Quase uma dúzia de mulheres acusaram Trump de má conduta sexual durante o período em que foi candidato à Presidência, em 2016. Entre elas, a ex-empresária Jessica Leeds, que no caso Carroll testemunhou que Trump a agrediu sexualmente em um avião na década de 1970.

As compensações financeiras pedidas por Carroll no processo não foram especificadas, mas a denunciante exige que Trump se retrate publicamente.

Os advogados de Trump disseram que o ex-presidente americano não sentaria no banco dos réus durante o julgamento. Se for considerado culpado, será a primeira vez que ele enfrentará consequências legais por acusações de agressão sexual.

O caso é apenas um dos vários desafios legais que o republicano de 76 anos enfrenta enquanto tentar retornar à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024.

No mês passado, o magnata se declarou inocente em um processo criminal pelo pagamento de propina por meio de terceiros a uma atriz pornô antes da eleição de 2016.

Trump também está sob investigação por tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 no estado sulista da Geórgia, pelo suposto uso indevido de documentos confidenciais retirados da Casa Branca e por seu envolvimento no ataque ao Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou à Polícia Federal que não vai prestar depoimento nesta quarta-feira, 3, no âmbito da Operação Venire, que investiga a suposta adulteração de cartões de vacinação do ex-chefe do Executivo e de sua filha Laura. A decisão foi tomada em reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apurou o Estadão/Broadcast.

Com a condução coercitiva restrita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça pode pedir a prisão do ex-presidente para tentar garantir o depoimento, o que ainda não está no radar das autoridades.

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A Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente na manhã desta quarta-feira, e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e outros assessores de Bolsonaro.

Os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro. Ao deixar sua casa na manhã desta quarta-feira, 3, o ex-presidente reforçou que nem ele, nem sua filha Laura foram vacinados contra a covid-19. Ele se disse "surpreso" com a ofensiva e alegou "não existe adulteração de sua parte" e "que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum".

Batizada de Venire, a operação cumpriu mais três mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente Jair Bolsonaro terá de prestar depoimento à Polícia Federal, no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. A Polícia Federal realizou buscas na casa do ex-chefe do Executivo e apreendeu os celulares de Bolsonaro e da ex-primeira dama Michelle. A PF identificou que a carteira de vacinação de Bolsonaro sofreu adulteração.

Como informou o Estadão/Broadcast, o secretário de Cultura e Turismo do município de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, que está entre os presos nessa operação da PF, é suspeito de inserir dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente Bolsonaro. Brecha teria acessado o sistema do ConectSus e inserido dados de vacinação no Estado do Rio de Janeiro em outubro de 2022, entre o primeiro e o segundo turno da eleição. Procurado pela reportagem antes de ser preso, ele disse que desconhecia qualquer procedimento envolvendo seu nome e que, se fosse notificado, apresentaria resposta às suas indagações. Disse ainda que não tinha "nenhuma relação com o ex-presidente ou com sua família".

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Na operação deflagrada nesta quarta-feira, 3, a PF prendeu também o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e mais dois ex-seguranças do ex-mandatário Max Guilherme e Sergio Cordeiro.

Batizada Venire, a ofensiva cumpriu ainda mais três mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".

A ofensiva aberta nesta quarta mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Daniel Alves, ex-jogador de futebol, está preso acusado de estuprar uma jovem de 23 anos de idade em Barcelona, na Espanha. O atleta teria cometido o crime em uma boate de luxo no fim de dezembro de 2022 e foi preso preventivamente no dia 20 de janeiro.

A rádio Cadena SER, da Espanha, divulgou no dia 29 de abril o depoimento do jogador à Justiça espanhola e, segundo Daniel, as jovens foram até o camarote em que ele estava com os amigos:

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- Aquelas meninas vieram ao nosso camarote privado, mas nós não insistimos, nem o garçom para elas (...) Percebi a boa disposição dela pela forma como dançava, como se aproximava de mim, como trocávamos de posição.

Sobre a ida ao banheiro, ele falou:

- Eu disse a ela para levar tudo isso para o banheiro. Ela disse que sim, que não havia problema. Eu disse a ela que iria primeiro e que a esperaria lá dentro. Perguntei duas vezes se ela estava gostando e ela disse que sim.

E, encerrou:

- Fui simplesmente cúmplice do desejo que ela tinha ou dos que eu tinha.

Durante depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a eleição de 2022 é “página virada em sua vida”, segundo o termo emitido pela PF. Bolsonaro obteve 49,10% dos votos, sendo assim, foi derrotado pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu 50,90%.

O ex-mandatário foi chamado a depor em razão de ter compartilhado em seu perfil nas redes sociais, um vídeo que questionava sem qualquer evidência o sistema eleitoral nas eleições do ano passado. O vídeo foi divulgado no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos golpistas de 8 de janeiro que invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na semana passada, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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“Que, em relação ao conteúdo do vídeo, considera a Eleição de 2022 uma página virada em sua vida; Que, indagado a respeito de sua opinião sobre o processo eleitoral, afirma que, ao postar o vídeo, não havia o assistido em sua integralidade e, em momento algum, emitiu juízo de valor sobre ele; Que não conhece a pessoa que fez o discurso no vídeo postado; Que se fosse a intenção de divulgar o vídeo para os seus seguidores, o faria em todas as suas redes sociais e não apenas na sua rede social de menor repercussão”, diz o termo do depoimento.

Segundo o documento, Bolsonaro afirmou que poderá prestar esclarecimentos posteriormente sobre questões eleitorais. “Que, por fim, o declarante reitera que repudia e condena todo e qualquer ato que vise a abalar a ordem democrática e que durante os seus quatro anos de governo sempre atuou dentro das ‘quatro linhas’ da Constituição Federal”, complementa.

Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da gestão Bolsonaro, afirmou a jornalistas na última quarta-feira (26) que o ex-presidente estava "sob efeito de remédios" quando compartilhou a publicação que contestava a lisura do processo eleitoral brasileiro e a segurança das urnas eletrônicas.

Atos golpistas de 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No dia 8 de janeiro desse ano, manifestantes apoiadores do ex-mandatário Jair Bolsonaro inconformados com a vitória nas urnas do presidente Lula invadiram a Praça dos Três Poderes, A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes, vestidos de verde e amarelo, ocupando a rampa e soltando fogos de artifício. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. Após a depredação no Congresso, os golpistas invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dois dias após esses ataques, Bolsonaro compartilhou uma postagem em que dizia que Lula não foi eleito pelo povo, e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do STF e do TSE.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou, nesta quarta-feira (26), em depoimento à Polícia Federal (PF) que o compartilhamento de um vídeo com informações falsas e questionamentos quanto à lisura do resultado das eleições de 2022 foi feito de "forma equivocada". Segundo relato do ex-secretário de comunicação social da Presidência e atual assessor de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, o ex-presidente disse à PF que estava sob efeito de medicamentos quando fez postagem. Bolsonaro estaria se recuperando de um "tratamento com morfina".

A publicação realizada apenas dois dias após os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro foi alvo de denúncia do Ministério Público (MP) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que acabou por ordenar a inclusão de Bolsonaro na investigação da tentativa de golpe no início do ano.

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O depoimento do ex-presidente durou 3 horas. Encerrada a oitiva, Fábio Wajngarten afirmou que a versão dada aos agentes federais foi de que a publicação havia sido um erro e que o ex-presidente repudia os atos golpistas de 8 de janeiro. Está foi a segunda vez que Bolsonaro depôs à PF. Na primeira declaração dada aos policiais no início deste mês, Bolsonaro teve que explicar o motivo de ter pressionado e deslocado ministros de seu governo para ter acesso a joias ilegais retidas pela Receita Federal.

"Este vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo para o seu arquivo de WhatsApp para assisti-lo posteriormente. Por acaso, justamente, neste período o presidente estava internado em um hospital em Orlando", afirmou. "Justamente no período entre o dia 8 e o dia 10 ele teve uma crise de obstrução intestinal, foi internado, submetido a tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10. Essa postagem foi feita de forma equivocada tanto que duas horas depois ele foi advertido e retirou a postagem", disse Wajngarten.

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