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Em um ato simbólico, policiais civis de Pernambuco fincaram várias cruzes no Marco Zero, área central do Recife, na manhã desta quinta-feira (13), em alusão ao crescente número de homicídios no Estado. A categoria, em estado de greve desde a última segunda-feira (10), realiza hoje uma paralisação geral de advertência de 24 horas para obter respostas da gestão estadual quanto à implementação de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
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À frente da organização do protesto simbólico no Marco Zero, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, informou que até setembro de 2016 já foram contabilizados mais de 3.500 assassinatos em Pernambuco. "Estamos aqui denunciando esse absurdo da violência e o alto número de mortes em nosso Estado. Faltam investigações de crimes, as delegacias estão fechadas a noite, nos feriados e nos fins de semana", criticou.
Durante a paralisação desta quinta, funcionam apenas os serviços de lavratura do auto de prisão em flagrante, perícia e análise dos locais dos crimes para que não se percam os vestígios imediatos e o Instituto de Medicina Legal (IML).
"Esses serviços estão funcionando dentro dos cumprimentos da nossa paralisação, mas o restante das tarefas institucionais seguem paralisadas", informou o vice-presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti. Ele explicou ainda que até à 0h de hoje, não serão colhidos depoimentos, não haverá investigações e também não serão expedidas carteiras de identidade.
Os policiais civis acusam o governo do Estado de não cumprir um acordo feito em mesa de negociação com a categoria para tratar de um novo PCCV. Segundo o Sipol, em reunião com Milton Coelho, secretário de administração de Pernambuco, ficou acordado que no início de outubro deste ano o governo enviaria novas propostas para análise da categoria, mas até o momento nada foi feito.
Na próxima quinta-feira (20), os policiais civis saem em passeata da sede do sindicato, no centro do Recife, até o Palácio dos Campos das Princesas, sede do governo. Lá, a categoria realizará uma nova assembleia e pode deflagrar uma greve geral por tempo indeterminado, caso não tenha nenhuma resposta da gestão estadual.
Em nota, a Secretaria de Administração de Pernambuco (SAD) - que coordena as negociações com os servidores públicos - informou que está seguindo orientação do governo e tem procurado preservar e exercer o diálogo com todas as categorias, tendo realizado 131 reuniões no ano de 2016, sendo 14 exclusivamente com o Sindicato dos Policiais de Civis.
Apesar do Sinpol afirmar que o acordo do PCCV foi firmado, a SAD alegou que no final de 2015 o governo e a categoria entraram em um acordo, quando vários pontos foram definidos e cumpridos. "Mas no que se refere à adequação do Plano de Cargos e Carreira (PCCV) ainda está em discussão, tendo em vista que foram instituídos dois Grupos de Trabalho com objetivo de analisar e discutir reformulações no PCCV da categoria e na Lei Orgânica da Polícia Civil", conforme informações da SAD.
Sobre a decisão da categoria de iniciar o estado de greve para denunciar o descumprimento do acordo, a Secretaria lamentou a disse ser uma atitude "precipitada". "Mais uma vez antecipa um movimento, decretando estado de greve, sem esgotar o processo de negociação em curso, principalmente no momento em que o novo Secretário de Defesa Social toma posse e o Sinpol sequer o procurou para informar sobre a suas demandas".
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