O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que para que o Brasil cresça no patamar de 4% ao ano, a Formação Bruta de Capital Fixo precisa avançar de 8,5% a 9% no mesmo período. "Esse é o nosso objetivo e estamos trabalhando para que os investimentos cresçam pelo menos o dobro da expansão do produto interno bruto", disse.
Coutinho destacou que os investimentos em infraestrutura do BNDES devem atingir R$ 59 bilhões em 2012. E para 2013, a aplicação de recursos nesse setor deve subir 30%. "É importante que avancemos a Formação Bruta de Capital Fixo, e o setor privado é um importante elemento para essa expansão", apontou. Coutinho participa de palestra no encerramento do 23º Congresso Nacional de Executivos de Finanças, que ocorre em São Paulo.
##RECOMENDA##Câmbio
Coutinho afirmou que o governo está atento a possíveis movimentações de ingressos de capital no Brasil motivadas por políticas de afrouxamento quantitativo adotadas recentemente por países avançados. "Precisamos preservar o câmbio num patamar mininamente competitivo às nossas empresas. Não é possível que a competitividade no Brasil seja afetada por processos deliberados surgidos em outros países", comentou.
Na avaliação de Coutinho, na verdade, ainda não é possível quantificar os impactos de políticas monetárias não convencionais adotadas por países centrais, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido. "Há a desaceleração da economia na China e, em função disso, os preços das commodities não estão se valorizando de forma expressiva. Portanto, ainda não é possível aquilatar esses impactos na nossa economia", disse.
Consumo
Ele também falou que o Brasil tem ainda 60 milhões de pessoas que estão nas classes D e E, o que, segundo ele, dá uma dimensão do potencial de expansão do consumo no País. "O crédito, com prudência, tem capacidade de crescer", disse. "Queremos a melhora da distribuição de renda, com ampliação das condições econômicas da base da população", destacou.
Para Luciano Coutinho, a queda da taxa de desemprego no Brasil é um motivo de alegria, pois permite avanços da renda das famílias e gera um nível maior de oportunidades para as pessoas que estão em idade economicamente ativa. Por outro lado, isso também propicia um "pouco de tensão", pois o País tem desafios a enfrentar, como aumento da eficiência dos diversos setores produtivos, especialmente da indústria e serviços. "Precisamos melhorar o ritmo de crescimento da produtividade em todos os níveis" , afirmou. "Temos que dobrar a taxa de expansão da produtividade, que avança 1,4% ao ano, para um patamar entre 2,5% e 3%", completou.