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Educadores, ilustradores e escritoress organizam uma abaixo-assinado com cerca de três mil assinaturas, que pede a suspensão da adaptação em livros da literatura clássica infantil ao Ministério da Educação (MEC). Os livros fazem parte do programa “Conta Pra Mim”, que apoia a alfabetização das crianças. As informações são do portal G1.

Dentre as histórias clássicas estão “João e Maria” e “O Flautista de Hamlet”, ambos tiveram partes chave de seus contos modificados. Os livros são destinados às famílias em situação de vulnerabilidade social, que podem acessar as obras na forma on-line e, segundo o MEC, serão distribuídas na forma impressa no ano que vem.

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“Em ‘João e Maria’, por exemplo, é importante que os personagens sejam abandonados pelos pais na floresta. A criança, ouvindo a história no colo, treme de medo. Mas, se está no colinho, está vendo que não é de verdade”, disse o escritor Pedro Bandeira, em entrevista ao G1.

Na versão disponibilizada pelo MEC, os protagonistas do conto infantil vão passear na floresta, e a mãe dá a eles pedrinhas coloridas, para marcar o caminho e terem como retornar à casa. Segundo nota enviada ao G1, o MEC defende a “livre adaptação das obras” e informa que essas adaptações serão impressos para o programa “Criança Feliz”, do Ministério da Cidadania.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começou o primeiro dia útil de 2020 criticando os livros didáticos oferecidos nas gestões anteriores, dizendo que os materiais eram “carregados de ideologias, ofendiam as famílias e atentavam contra a inocência das crianças”.  A afirmação foi vinculada em sua conta no Twitter, nesta quinta-feira (2).

A publicação foi compartilhada junto ao vídeo de divulgação do programa Conta pra Mim, lançado em dezembro pelo Ministério da Educação (MEC). O programa visa estimular a leitura de livros no ambiente familiar, com foco nos alunos do 1º e do 2º ano do ensino fundamental e faz parte da Política Nacional de Alfabetização. O presidente disse que seu governo  está “ensinando o correto, aquilo que os pais sempre desejaram para seus filhos”.

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“Você lembra como eram os livros para nossos filhos em governos anteriores? Carregados de ideologias, ofendiam as famílias, atentavam contra a inocência das crianças. Isso mudou. Estamos ensinando o correto, aquilo que os pais sempre desejaram para seus filhos”, tuitou o presidente.

O projeto Conta pra Mim teve um custo de R$ 45 milhões. Destes, R$ 20 milhões serão usados para a bolsa de incentivo aos tutores, R$ 17 milhões serão usados na impressão do material e dos kits de leitura e R$ 8 milhões para a logística do programa. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, definiu a iniciativa como "revolucionária".  

“Eu acredito que esse programa é revolucionário. Pela primeira vez no Brasil existe um programa de valorização da leitura em família. Crianças, pais, mães, avós, padrinhos, tios ou tias podem fazer parte. Eu verdadeiramente acredito na capacidade brasileira de se adaptar e buscar soluções. Cientificamente, os resultados são muito robustos para famílias que leem com seus filhos”, disse o ministro.

O ministério da Educação (MEC) lançou nesta quinta-feira (05) o programa “Conta pra Mim”, que estimula a leitura de livros infantis no ambiente familiar. Alunos da rede pública que cursam o 1º e o 2º ano do ensino fundamental são o público-alvo da iniciativa. O programa faz parte da Política Nacional de Alfabetização e, além do estímulo da leitura diária, criará “cantinhos de leitura” para narração de histórias, atividades lúdicas e estímulo à atividade intelectual em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas.

“Eu acredito que esse programa é revolucionário. Pela primeira vez no Brasil existe um programa de valorização da leitura em família. Crianças, pais, mães, avós, padrinhos, tios ou tias podem fazer parte. Eu verdadeiramente acredito na capacidade brasileira de se adaptar e buscar soluções. Cientificamente, os resultados são muito robustos para famílias que leem com seus filhos”, afirmou o ministro da Educação Abraham Weintraub.

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O programa prevê o treinamento de “tutores” de leitura, que serão capacitados pelo MEC a partir de janeiro de 2020. Esses tutores receberão uma bolsa de incentivo de R$ 300 a R$ 400 para colaborar com os cantinhos de leitura. O treinamento desses tutores deve acontecer pela plataforma de ensino à distância do MEC, mas também será feito por aulas presenciais ministradas por técnicos da secretaria de Alfabetização do ministério. “Os dados mostram que o quadro de alfabetização não é bom. Nas duas últimas provas da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) tivemos mais de 50% dos alunos com desempenho muito abaixo do esperado. Isso significa que esses alunos não são leitores proficientes. Esse programa é a nossa resposta para mudar isso”, afirmou o secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.

O custo da iniciativa será de cerca de R$ 45 milhões. Destes, R$ 20 milhões serão usados para a bolsa de incentivo aos tutores, R$ 17 milhões serão usados na impressão do material e dos kits de leitura, e R$ 8 milhões para a logística do programa.

Resultado do Pisa

O secretário citou, ainda, o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa, que mostrou estagnação no índice de compreensão de leitura na última década no Brasil. “Estamos abaixo da média. O problema é que descobrimos que 50% dos estudantes estão bem abaixo da média na proficiência de leitura. Apenas 0,2% dos estudantes atingiram o nível mais elevado. E isso é assustador”, explicou.

Aprendizado em família

A idéia do programa, segundo Nadalim, é que as crianças levem para casa as práticas de contação de histórias, leitura, diálogo familiar e motivação da oralidade entre pessoas da mesma família. Professora de uma escola pública do Plano Piloto, em Brasília, Cíntia Pereira de Paula afirmou estar entusiasmada com a iniciativa. “Esse projeto é muito importante. Nos deparamos muito com crianças que possuem pais ou mães analfabetos, e essas crianças levam uma cultura de conversa, de leitura, de diálogo e de amor pelo conhecimento para um lar onde nada disso existe. É uma forma de inverter o aprendizado: é o pequeno ensinando o grande”.

O projeto prevê a distribuição de “kits de literacia”, compostos de uma “mini biblioteca” de livros infantis da Turma da Mônica - confeccionados especialmente para o programa -, caderno de desenho, giz de cera e um guia de orientações pedagógicas para o estímulo das crianças. Uma parte do conteúdo estará disponível no portal criado para a iniciativa.

Metodologia

A iniciativa do programa segue o princípio da Curva de Heckman, formulada pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2000, James Heckman. De acordo com o economista, investimentos feitos nas camadas mais jovens da população têm maior retorno social.

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