Tópicos | Comissão de Legislação Participativa

Os participantes de audiência pública sobre a privatização da Eletrobras, realizada pela Comissão de Legislação Participativa nesta quinta-feira (19), afirmaram que o repasse do controle tornará mais difícil a gestão do uso múltiplo das águas no país. A ideia é que os novos controladores não teriam o mesmo compromisso que o Poder Público com questões como segurança hídrica, tarifas e até mesmo com as economias regionais.

Além disso, provavelmente o setor seria comprado por empresas estrangeiras, o que o deputado Pedro Uczai (PT-SC) considerou um risco à soberania do país.

##RECOMENDA##

O governo já anunciou a intenção de desestatizar a Eletrobras. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem afirmado que o sistema precisa de mais investimentos, o que não deverá acontecer com dinheiro público, dada a crise fiscal. Maia afirmou que, assim que a proposta do governo chegar à Câmara, ele criará uma comissão especial para a discussão do tema.

Conflitos pela água

Vicente Andreu, ex-diretor da Agência Nacional de Águas, citou o caso de Furnas que, segundo ele, vem sendo prejudicada para que, por exemplo, a usina de Ilha Solteira, privatizada em 2015, possa operar com alta capacidade. A situação ocorreria porque Furnas, em Minas Gerais, fica antes de Ilha Solteira, em São Paulo, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) faz o manejo da vazão da água conforme a necessidade do sistema.

Vicente Andreu afirmou que Ilha Solteira foi privatizada com a permissão de que 30% da sua geração pudesse ser vendida no mercado livre. Com a política do ONS, de acordo com Vicente, nos últimos anos Furnas tem perdido água de maneira excessiva, enquanto a usina seguinte tem lucrado. Para ele, essas escolhas revelam que a operação já não seria neutra atualmente:

"Com a privatização da Eletrobras, na minha opinião, os conflitos pelo uso da água no Brasil explodirão. E a solução para esses conflitos será a judicialização. Ou seja, não será a regulação, não será governo, não será nada... Será a judicialização. Colocar o setor elétrico sob a dependência de decisões judiciais é um risco tremendo", disse.

Municípios prejudicados

Djalma Carvalho, representante da Associação de Municípios do Entorno do Lago de Furnas, disse que os 34 municípios que vivem do lago para pesca, agricultura e turismo também têm problemas com a queda do nível da água:

"Aquilo que nós chamávamos orgulhosamente de mar de Minas, margeado por belas montanhas, um cenário mais do que propício para que o turismo florescesse em toda a sua plenitude... foi prejudicado. E vemos esse chamado mar de Minas se transformar num pântano", observou.

O deputado João Daniel (PT-SE) disse que a Comissão de Legislação Participativa poderá realizar um debate específico para ouvir a direção de Furnas e do ONS.

*Da Agência Câmara Notícias

Reportagem - Sílvia Mugnatto

Edição - Roberto Seabra

 

O vereador Jayme Asfora (PMDB) defendeu, na Câmara do Recife, nesta quarta-feira (30), a aprovação do seu projeto que cria a Comissão de Legislação Participativa da Câmara do Recife. Por meio do colegiado, o peemedebista espera que a sociedade (através de ONGS, entidades representativas, conselhos municipais, diretórios acadêmicos) possa propor suas leis. O parlamentar também pretende incluir as plataformas da internet no espaço do grupo.

“Caso aprovado, essa proposta, protocolada no dia 31 de maio deste ano, visa ampliar o leque da participação popular no processo legislativo da Casa. Entidades, sindicatos e plataformas digitais poderão oferecer propostas legislativas e pareceres técnicos para engrandecer a participação da população”, explicou o vereador.

##RECOMENDA##

Segundo Asfora, o texto do projeto prevê que as sugestões que receberem parecer favorável da Comissão serão transformadas em proposição legislativa, e assim encaminhadas à Mesa para tramitação, sendo ouvidas as comissões competentes para exame de cada caso.

"A Constituição reconhece a importância de mecanismos de participação popular como a Iniciativa Popular Legislativa que resultou na Lei da Ficha Limpa", ressaltou Asfora, lembrando que o artigo 14 da Carta Magna determina que a soberania popular será articulada por intermédio dos mecanismos de participação. "Os movimentos de rua deste ano foram claros de que a população quer uma participação mais efetiva no cotidiano do Legislativo nacional", completou.

Caberá ainda à Comissão, receber e analisar pareceres técnicos, exposições e propostas oriundas de entidades científicas, culturais. De acordo com o peemedebista, já existem iniciativas semelhantes em outras Casas Legislativas do País, como as de Fortaleza, São Paulo, Manaus, além da Câmara dos Deputados, mas nenhum deles inclui as plataformas da internet. “De maneira fraterna e colegiada, deixo aberto para um debate a inclusão desse projeto na discussão do novo Regimento Interno - agora em curso - mais participativo”, concluiu o parlamentar.

Com informações da assessoria.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando