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Cientistas conseguiram detectar, pela primeira vez, em um cometa a presença de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina - um aminoácido - e o fósforo, segundo estudo de pesquisadores europeus, divulgado nesta sexta-feira.

O achado foi realizado no 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou simplesmente 'Chury'), um cometa descoberto no fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos, e que é investigado pela sonda europeia Rosetta. Ainda que tenha sido detectada a presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira vez estes que são encontrados estes elementos, essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.

Os resultados desta investigação, obtidos graças a Rosina, espectrômetro da sonda Rosetta, foram publicados na revista americana Science Advances. Traços de glicina, necessários para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004. Mas naquele momento, os cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras terem se contaminado de alguma maneira durante a análise feita na Terra.

O achado agora permite confirmar a existência de glicina e fósforo nos cometas. "Trata-se da primeira detecção com total certeza de glicina na atmosfera de um cometa", assinalou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna (Suíça), chefe do projeto Rosina e autora do trabalho.

É muito difícil detectar a glicina, pois ela passa do estado sólido ao gasoso abaixo dos 150 graus Celsius, o que significa que este aminoácido se decompõe na forma gasosa na fria superfície do cometa. Diferentemente de outros aminoácidos, a glicina é a única que pode se formar sem a necessidade da presença de água em estado líquido, assinalaram os cientistas. A origem do fósforo detectado na fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada, acrescentou a investigação.

"Demonstrar que os cometas são reservatórios de materiais primitivos do sistema solar e que eles podem transportar esses ingredientes-chave para a vida na Terra é um dos principais objetivos da Rosetta", assinalou o cientista encarregado desta missão da Agência Espacial Europeia, Matt Taylor.

Uma equipe internacional de astrônomos descobriu jovens cometas que giram ao redor de uma estrela parecida com o Sol e que podem ajudar a entender a origem do Sistema Solar - informa um comunicado nesta quinta-feira (18).

A estrela estudada pelos cientistas fica a 160 anos-luz da Terra, na constelação Pictor, e tem uma massa 30% superior ao Sol. Tem 23 milhões de anos de idade, muito mais jovem do que nosso Sistema Solar, de 4,6 bilhões de anos.

"É interessante estudar o sistema que foi descoberto para aprender como era nosso sistema solar no início de sua existência", explicou Sebastián Marino, principal autor do documento, apresentado durante uma conferência no Chile.

Os cometas são pequenos corpos celestes com um núcleo de gelo, materiais orgânicos e rochas e rodeados de poeira e gás, descritos, às vezes, como "bolas de neve sujas".

Acredita-se que, no início, a Terra tenha sido um deserto de rochas, como Marte é hoje, e que foi a colisão dos cometas com o então jovem planeta que criou os elementos indispensáveis para a vida, como a água.

Quando o cometa se aproxima de sua estrela, o gelo se transforma em gás, e as moléculas gasosas escapam do núcleo em forma de jato.

Para detectar esses novos cometas, os cientistas, reunidos pela Universidade de Cambridge, usaram o radiotelescópio gigante Alma (Atacama Large Millimeter Array), instalado no Chile. Com ele, descobriram a presença de gás ao redor de uma estrela em quantidades parecidas com as que soltam os cometas do nosso sistema solar.

"Os sistemas jovens como esse são muito ativos. Os cometas, os asteroides e os planetas se chocam entre eles", acrescentou Marino. Os cientistas também acreditam ser possível que a estrela tenha planetas em sua órbita, mas com os telescópios atuais ainda são impossíveis de serem detectados.

O impacto dos cometas que atingiram a Terra há 4 bilhões de anos pode ter tido um papel no surgimento da vida na Terra, afirma um grupo de cientistas japoneses, que tentou reproduzir esta "fórmula" em laboratório.

Os cientistas, que apresentam nesta quarta-feira os resultados de sua pesquisa na conferência de geoquímica Goldschmidt2015, em Praga, compilaram uma lista de substâncias para reproduzir a reação em laboratório.

Os cientistas misturaram aminoácidos, gelo e substâncias silicatadas a temperaturas de 196 Celsius negativos, uma mistura presente nos cometas, como constataram as últimas missões espaciais.

Depois, os cientistas adicionaram um gás propulsor para simular o efeito de uma colisão do cometa com a Terra, o que fez alguns aminoácidos se transformarem em peptídeos de cadeia curta, moléculas complexas frequentemente consideradas fundamentais para o desenvolvimento da vida.

"Nossas experiências mostram que o frio existente nos cometas teve um impacto chave nesta síntese", destacou, em um comunicado, Haruna Sugahara, da Agência Japonesa para a Ciência.

"A produção de peptídeos de cadeia curta é uma etapa chave na evolução química das moléculas. Uma vez iniciado o processo, se requer muito menos energia para formar as cadeias de peptídeos mais longas em um ambiente terrestre e aquático", acrescentou o comunicado.

O cientista destacou que os impactos dos cometas, que costumam estar associados a eventos de extinção em massa, provavelmente também deram um empurrãozinho na formação da vida.

Um processo similar pode ter sido produzido em outros locais do cosmos.

Os resultados da pesquisa de Haruna Sugahara e Koichi Mimura, da Universidade de Nagoia, ainda não foram publicados, mas segundo Mark Burchell, da Universidade de Kent, "constituem um aporte significativo ao estudo sobre a origem das moléculas complexas no universo".

A missão da sonda europeia Rosetta, que acompanhou o cometa 67P/Churiumov-Guerasimenko, confirmou que o corpo celeste era rico em matéria orgânica.

Franny Beecher, guitarrista de Bill Haley e Seus Cometas, morreu na noite desta segunda (24) aos 92 anos, informou hoje sua filha Pauline Grinstead. Beecher estava em um asilo perto da Filadélfia.

Com Bill Haley e Seus Cometas, Beecher participou da popularização do rock'n'roll com o sucesso Rock Around the Clock, em 1955. Historiadores creditam à banda o primeiro rock'n'roll gravado na história: Crazy Man, Crazy, de 1953. Outro grande sucesso de Bill Halley e Seus Cometas foi See You Later, Alligator.

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Beecher nasceu em 1921 em Norristown, na Pensilvânia. Ele começou a tocar guitarra aos 17 anos e só parou aos 90. "Meu pai não tocava pelo dinheiro. Ele tocava pela música", disse Pauline ao informar a morte do guitarrista. Beecher deixou dois filhos e seis netos. Fonte: Associated Press.

Uma "armadilha de poeira" ao redor de uma jovem estrela pode ajudar a explicar como os planetas se formaram, afirmaram nesta quinta-feira astrônomos do observatório ALMA, do Chile. As descobertas fornecem uma visão de sobre como as partículas de poeira no disco em volta de uma jovem estrela crescem em tamanho de forma que, com o passar do tempo, formem cometas e planetas.

"É provável que estejamos olhando para uma espécie de fábrica de cometas", disse Nienke van der Marel, doutorando da Universidade Leiden na Holanda, que chefiou a equipe de cientistas.

Van der Marel e seus colegas fizeram a descoberta quando usavam o observatório ALMA para estudar o disco em um sistema chamado Oph-IRS 48. Eles descobriram que a estrela era circundada por um anel de gás com um buraco central, mas o que os surpreendeu foi a vista de onde as partículas de poeira milimétricas foram encontradas, destacou em um comunicado o Observatório Europeu Austral, cofundador do ALMA.

"Ao invés do anel que esperávamos ver, encontramos uma forma muito clara de castanha de caju", disse Van der Marel. "Tivemos que nos convencer de que esta característica era real, mas o forte sinal e a precisão das observações do ALMA não deixaram dúvidas sobre a estrutura".

O que eles encontraram foi uma armadilha de poeira - um lugar onde grãos de poeira maiores ficam presos e podem crescer, colidindo e se juntando. Van der Marel observou que as condições na "fábrica de cometas" era boa para que as partículas crescessem da escala de milímetros para o tamanho de um cometa, mas não de um planeta.

"Mas no futuro próximo, o ALMA será capaz de observar armadilhas de poeira mais próximas de suas estrelas parentes, onde os mesmos mecanismos trabalham", afirmou. "Estas armadilhas de poeira realmente poderiam ser os berços de planetas recém-nascidos".

"O observatório espacial ALMA foi inaugurado em uma planície do deserto chileno em março e as descobertas, publicadas na edição de 7 de junho da revista Science.

ALMA - abreviação de Atacama Large Millimeter-submillimeter Array - em um esforço conjunto entre as agências norte-americana, europeia e asiática. Ao contrário dos telescópios ópticos ou infravermelhos, este observatório pode capturar o brilho esmaecido ou o gás presente na formação das primeiras estrelas, galáxias e planetas em uma região extremamente fria do universo.

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