Tópicos | cláudio lacerda

O comportamento epidemiológico e fisiopatológico do novo coronavírus surpreendeu o mundo e deixou a medicina desnorteada e perdida. No Brasil, o “esforço de guerra” dos governos no seu enfrentamento, de certo logrou êxito em mitigar seus efeitos, mas não evitou um imenso impacto no desempenho e nas estruturas dos sistemas de saúde, sobretudo do setor público. 

Em artigo publicado nesta coluna, no início da crise, intitulado “O Que Vai Matar Mais? O Vírus ou o Isolamento?”, chamamos a atenção para as graves consequências da interrupção imposta pelo isolamento horizontal na assistência aos portadores de outras doenças. Para os milhares de brasileiros, por exemplo, com tumores malignos iniciais, que perderiam a chance da cirurgia curativa. Para os muitos outros com diabetes, cardiopatias e cirroses que iriam descompensar e morrer por falta de cuidados. Advertimos então que, se a espera por cirurgia de vesícula, de próstata ou ortopédica pós-trauma já era, em média, superior a um ano, no SUS, como ficaria doravante? Esses milhões de brasileiros estão abandonados e sofrendo muito, em completo silêncio. E não têm quem os represente nas discussões, focadas pela mídia hegemônica quase exclusivamente na atenção à Covid.

##RECOMENDA##

No que tange à atividade mais próxima de mim – a transplantação de órgãos -, o retrocesso também foi imenso. Estávamos realizando mais de dez transplantes de fígado por mês antes da pandemia, em Recife e em João Pessoa, e caímos para apenas quatro ao mês. Em consequência, aumentou muito a mortalidade em lista.

Por tudo isso, é chegada a hora e a vez de se repensar a assistência à saúde da população, à luz da nova realidade. O momento é favorável, pois as pessoas se tornaram mais inventivas e solidárias. Começando, talvez, por criar uma força-tarefa para fazer frente à grande demanda reprimida de doentes desassistidos, por meio de mutirões de atendimentos ambulatoriais e cirurgias.

Por outro lado, há de se reconhecer certo legado positivo deixado pela pandemia, a ser aproveitado: os nossos profissionais de saúde saem da crise mais preparados, muito bem treinados que foram pela Covid, um modelo desafiador e riquíssimo para o aprendizado das ciências da saúde; os milhares de leitos de terapia intensiva criados, - antes insuficientes para atender às necessidades da população -, hoje já sobram em vários estados, e não deveriam ser totalmente desativados.

Finalmente, quando olhamos para a História da Humanidade, notamos que as sociedades mais avançadas, mais cidadãs, são aquelas que passaram por guerras devastadoras. Quem sabe, a Covid não terá sido a nossa guerra?! Quem sabe a nossa gente não dê um passo largo adiante, no sentido de tornar-se uma nação mais consciente das suas potencialidades, dos seus deveres e direitos, mais cooperativa e mais solidária, privilegiando a vida e, por consequência, a assistência à saúde de qualidade.

Cláudio Lacerda - cmlacerda1@hotmail.com

Cirurgião. Professor da UPE e da Uninassau

Surpreendida com a velocidade de propagação e com a letalidade do novo corona vírus, a comunidade médico-científica internacional procura desesperadamente uma forma de prevenção vacinal ou de tratamento medicamentoso.

Nada menos que vinte países correm contra o tempo, em busca de atalhos que levem ao desenvolvimento da vacina. Mas não há, infelizmente, esperanças de que ela esteja disponível antes do final deste ano. Enquanto isso, seguimos perdendo a guerra.

##RECOMENDA##

Entre as diferentes formas de terapia tentadas para casos confirmados, tem-se destacado uma droga há muito tempo conhecida, utilizada no controle do lúpus e no tratamento da malária: a hidroxicloroquina. Com efeito, em dezenas de publicações mundo afora, ela revelou-se eficaz no tratamento da covid19.

Ocorre que a droga, que pode causar efeitos colaterais, particularmente quando utilizada em dose plena, terapêutica, e não de manutenção, vinha sendo testada para o vírus em pesquisas retrospectivas, sem grupo controle, o que dificultava a sua validação científica e, portanto, o seu emprego generalizado.

Pois bem. Na quinta-feira passada (2/4/20), antes mesmo da publicação oficial em revista científica, foram divulgados os resultados do primeiro estudo prospectivo randomizado, envolvendo 62 pacientes, dos quais   31 tomaram o remédio e 31, apenas placebo. Essa pesquisa, realizada na Universidade de Wuhan, liderada por Zhaowei Chen, revelou claramente que a hidroxicloroquina administrada oralmente por cinco dias  foi capaz de reduzir o tempo para controle da febre e da tosse, bem como para o desaparecimento dos sinais imagenológicos  do infiltrado pulmonar. Quatro doentes do grupo placebo evoluíram para internação em UTI e nenhum do grupo tratado, diferença estatisticamente significativa. Dois pacientes tiveram efeitos colaterais leves atribuídos à droga.

No Brasil, esse medicamento só foi liberado para essa doença pela ANVISA recentemente. Ainda assim, só para casos graves, muitas vezes já perdidos. Seu emprego no início da doença ainda está proibido no País.

Espero que agora, finalmente, as autoridades passem a recomendar o remédio amplamente para positivados e também para sintomáticos, já que não podemos testar todos.

A propósito, estaremos iniciando, aqui em Recife, estudo prospectivo com grupo controle, para testar a eficácia e a segurança do emprego da hidrocloroquina de maneira preventiva, em dose baixa, na população de vulneráveis. Se funcionar, eles estarão protegidos pelos próximos meses,enquanto os jovens desenvolvem imunidade natural. Ao cabo de alguns meses, todos poderiam voltar a viver como antes.

Cláudio Lacerda - cmlacerda1@hotmail.com

Cirurgião Transplantador de Fígado

Professor da UPE e da UNINASSAU

Heloisa Lacerda – helramos@terra.com.br

Infectologista

Professora da UPE e da UFPE

O grupo Cláudio Lacerda/Dança Amorfa estreia, na próxima sexta (13) e sábado (14), o espetáculo Transiterrifluxório, no Centro Cultural Benfica. A temporada é composta por oito apresentações e segue nas sextas e sábados até o dia 5 de outubro, sempre às 20h. 

Transiterrifluxório foi desenvolvido a partir do desdobramento da pesquisa em dança Contraespaço, sob o estímulo da arquitetura da iraquiana-britânica Zaha Hadid. O espetáculo, dirigido pelo coreógrafo, bailarino, professor e pesquisador Cláudio Lacerda, e pretende estimular o público a vivenciar diferentes perspectivas sensoriais. 

##RECOMENDA##

No palco, os bailarinos Cláudio Lacerda, Jefferson Figueirêdo, Juliana Siqueira e Stefany Ribeiro usam figurino desenvolvido por Djalma Ribeiro. O espetáculo tem fotografia assinada por Eric Gomes e Rogério Alves e colaboração criativa de  criativa: Cláudio Lacerda, Jefferson Figueirêdo, Juliana Siqueira, Orunmillá Santana e Stefany Ribeiro.

Serviço

Estréia espetáculo de dança Transiterrifluxório do grupo Cláudio Lacerda/ Dança Amorfa

Sexta (13) e sábado (14) - 20h

Centro Cultural Benfica – Instituto de Arte Contemporânea (Rua do Benfica, 157 - Madalena)

Gratuito

 

O programa Descomplicando a Política, apresentado pelo cientista político Adriano Oliveira, recebeu o médico, professor e coordenador do curso de medicina da UNINASSAU, Cláudio Lacerda. No programa, Adriano e o dr. Cláudio conversaram sobre o Programa Mais Médicos e o financiamento da saúde pública.

Confira o programa completo no link.

Com uma carreira consolidada e repleta de méritos, o doutor Cláudio Lacerda - chefe da Unidade de Transplante de Fígado (UTF) de Pernambuco e diretor da Faculdade de Medicina da UNINASSAU - lançará no próximo dia 9 de novembro o livro “Acorde o governador”, na Livraria Cultura do Shopping RioMar, em Recife, a partir das 19h. A noite será animada por cantores pernambucanos.  Espera-se a presença de representantes da categoria e admiradores do profissional.

A obra relata, por meio de crônicas, o marco de mil transplantes de fígado realizados em quase duas décadas de experiência. O prefácio tem a assinatura do diretor e cineasta Guel Arraes e a colaboração do publicitário Nivaldo Brayner. “Este livro é uma espécie de fechamento de um ciclo. Quando anunciamos o desafio em Pernambuco, um dos pioneiros do Brasil, muitas pessoas disseram que seria uma utopia, uma aventura e nós estamos completando agora mil transplantes. É disso que trata o livro, uma história baseada em várias histórias”, conta Lacerda.

##RECOMENDA##

O total de mil transplantes é considerado uma vitória, dadas todas as circunstâncias que levaram o médico e a equipe a atingirem esse índice. No início dos anos 1990, a realização de um transplante de fígado no Nordeste era inviável, sobretudo pelo fato de que o procedimento era considerado de alta complexidade pela medicina da época. Desafiando todos os percalços e obstáculos, o cirurgião iniciou uma longa fase de treinamento até superar as dificuldades técnico-cirúrgicas, organizacionais e clínicas, para que, então, em 16 de agosto de 1999, no Hospital Oswaldo Cruz, em Recife, fosse realizado o primeiro transplante em uma paciente de Natal (RN). “A cirurgia durou 12 horas, tempo necessário para mantê-la com uma vida normal até os dias de hoje”, relembra.

Esse e outros casos estão relatados na obra “Acorde o governador”, inclusive a história de uma criança alagoana que deu origem ao título do livro.

Desenvolvimento - Atualmente a Unidade de Transplante de Fígado (UTF) é referência nacional, sendo considerada a segunda mais importante do país. Recebe pacientes de todos os estados, sobretudo do Norte e Nordeste, com idades que variam entre cinco meses e 74 anos. Paralelamente a este desenvolvimento, foi criada em 2003 a Associação Pernambucana de apoio aos Doentes de Fígado (APAF).

Esta iniciativa busca acolher os pacientes da lista de espera por um transplante de fígado que passam pelos mais variados tipos de dificuldades. Com o fortalecimento da associação, em 2012 foi inaugurada a Casa de Acolhimento, em frente ao Hospital Oswaldo Cruz. Ela oferece assistência integral multiprofissional de maneira gratuita, antes e depois do transplante. Com a venda dos livros, toda a renda será revertida para a APAF. 

Com informações de assessoria

Fruto da pesquisa Trilogia da Arquitetura Desconstrutivista do coreógrafo, bailarino e pesquisador, Cláudio Lacerda, o espetáculo Espaçamento é apresentado neste sábado (4) e domingo (5) no praça central do Paço Alfândega. Inspirado em obras arquitetônicas, Espaçamento traduz o objetivo do coreógrafo de fazer um cruzamento entre os passos, gestos e movimentos dos bailarinos, com algumas  construções e obras arquitetônicas.

A apresentação no Paço Alfândega faz parte da temporada do espetáculo, que também será representado em outros locais públicos do Recife, ao longo do mês de agosto.  Para cada apresentação, uma trilha sonora diferente. No Paço, no primeiro dia, a trilha será entoada por músicos ao vivo. Já no domingo, o público confere músicas clássicas de Johann Sebastian Bach. As apresentações começam às 17h e são abertas ao público.

Serviço

Espaçamento - Coreografia de Cláudio Lacerda

Sábado (4) e domingo (5), 17h

Paço Alfândega (Rua da Alfândega, 35, Bairro do Recife)

Gratuito

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando