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Mais da metade das deduções de gastos com saúde do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) é concedida a contribuintes que ganham acima de dez salários mínimos ao mês. Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast a partir de dados da Receita Federal mostra que os 19,7% mais ricos entre os declarantes abateram R$ 44,4 bilhões em despesas com saúde na declaração de 2018, que considera os rendimentos obtidos no ano anterior. O valor é 56% do total da isenção. Na educação, esse também é o grupo mais contemplado pelo benefício.

A lei hoje não estabelece nenhum teto para deduções de despesas médicas da base de cálculo do Imposto de Renda. Como geralmente é a população de maior renda que tem mais acesso a serviços médicos particulares, ela é a maior contemplada, ao conseguir abater a totalidade dos gastos. Na prática, no entanto, o benefício tributário acaba sendo usado irregularmente até mesmo para procedimentos estéticos, como aplicação de botox.

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O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, admitiu neste mês que o governo estuda fixar um teto para as deduções médicas, mas não adiantou valores. "Hoje existe um benefício excessivo a famílias de alta renda, que usam medicina particular e não usam o SUS. O grosso da população usa o SUS e não tem nenhuma dedução. Vamos estabelecer um teto que seja justo e não dê excesso de privilégios e benefícios àqueles que não precisam", disse.

O limite para a dedução existe no caso dos gastos com educação - é possível abater até R$ 3.561,50 por dependente. Mesmo assim, a política também beneficia mais a alta renda. Segundo os dados da Receita, quem ganhou acima de R$ 9.370 mensais (equivalente a dez salários mínimos em 2017) descontou R$ 8,6 bilhões em despesas com educação, ou 40% do total.

O economista José Roberto Afonso, professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), afirma que uma mudança no IRPF deveria vir acompanhada de uma revisão integrada na tributação sobre a folha de salários e também sobre o lucro das empresas. Isso porque os mais ricos do País que estão no setor privado já deixaram de ser pessoas físicas perante o Fisco, recolhendo tributos como pessoa jurídica, em condições mais favoráveis.

Segundo os dados do IRPF 2018, o 1,1% mais rico entre os declarantes recebeu R$ 414,7 bilhões isentos de qualquer tributação - quase metade da renda livre, que somou R$ 908,1 bilhões. Boa parcela vem do recebimento de lucros e dividendos, mas não exclusivamente. Benefícios pagos a servidores públicos, como auxílio-moradia, também ficam livres do imposto.

Afonso lembra que parcela crescente dos brasileiros de alta renda e até mesmo de média e baixa renda recebem hoje como autônomos, microempresários ou microempreendedores. Nesses casos, os dividendos são isentos de IRPF, mas os contribuintes também perdem o direito às deduções legais. "O raciocínio simplista do governo e da maioria dos debatedores é que precisamos incluir essa renda de lucros e dividendos na tabela progressiva, mas esquecem que isso permitirá a esses contribuintes passar a fazer deduções iguais às dos contribuintes já incluídos", explica.

O economista avalia ainda que tributar lucros e dividendos, embora seja uma opção, pode estimular a prática de declarar despesas sociais na conta da pessoa jurídica, dificultando a fiscalização. Também haveria incentivo às empresas a reter os lucros.

Isenções

Além de limitar as deduções médicas, o presidente Jair Bolsonaro também tem pressionado a Receita Federal para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, hoje limitada a rendimentos de até R$ 1.903,98. O desejo do presidente é aumentar o limite para R$ 5 mil mensais para honrar uma promessa de campanha. Com isso, mais pessoas ficariam livres do tributo sobre seus salários.

O maior entrave a essa ampliação da faixa de isenção do IR é a consequente perda de R$ 40 bilhões em arrecadação, dinheiro do qual o governo não pode abrir mão em um momento de restrição fiscal.

Além disso, há na equipe econômica uma ala que prefere não misturar o debate da mudança no Imposto de Renda com a reforma tributária que tramita no Congresso Nacional e unifica os tributos que incidem sobre o consumo, como PIS/Cofins e IPI. A avaliação desse grupo é a de que não é o momento de mexer no IR, até porque há ainda o risco de o Congresso tomar para si a dianteira também desse debate, a exemplo do que ocorreu com a reforma tributária. Já existem hoje diversos projetos de lei que buscam alterar o IR e elevar as faixas de isenção.

Numa tentativa de aceno ao desejo do presidente, mas sem comprometer tanto as contas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sinalizado com a correção da atual tabela do Imposto de Renda pela inflação. Seria o primeiro ajuste desde 2015.

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco) calcula que há hoje uma defasagem média acumulada de 95,46% na tabela do IRPF, devido a anos de reajuste zero ou abaixo da inflação.

Juiz, procurador e promotor têm um terço da renda isenta

Com salários turbinados pelos chamados "penduricalhos", juízes, procuradores e promotores tiveram quase um terço de sua renda isenta de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2017, mostra levantamento do Estadão/Broadcast com dados da Receita Federal. Cada integrante dessas carreiras recebeu cerca de R$ 635,7 mil no ano, dos quais R$ 191,4 mil ficaram livres de qualquer tributação.

A isenção chegou a 31% no Judiciário. No caso de membros do Ministério Público, o porcentual foi de 29,24%. Essas carreiras tinham seus vencimentos engordados por benefícios como auxílio-moradia, que inclusive ficam fora do alcance do teto do funcionalismo.

Os juízes e procuradores foram beneficiados, desde 2014, por uma liminar dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux que, na prática, liberou o pagamento de auxílio-moradia no valor de R$ 4,7 mil mensais para todos os integrantes da carreira.

No ano passado, as categorias negociaram restringir o benefício em troca de um aumento de 16,38% nos salários - o que resultou em um teto remuneratório maior, de R$ 39,2 mil mensais.

Em dezembro do ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou resolução que restringiu o pagamento do auxílio-moradia para aqueles que forem atuar fora da comarca de origem, que não tenham casa própria no novo local, nem residência oficial à disposição. À época, o CNJ estimou que apenas 1% da magistratura teria direito ao benefício sob as novas regras.

Um projeto de lei para limitar os "penduricalhos" nos salários de servidores está parado na Câmara. O relator, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), apresentou parecer, mas ele não foi votado. "A aprovação dessa matéria é essencial para que possamos barrar a criação desenfreada dos chamados penduricalhos", afirma.

No Executivo, apenas a carreira de diplomata tem parcela maior da renda isenta em relação a juízes e procuradores: 51,8%. Quando eles são transferidos para o exterior, recebem 75% dos seus salários livres de imposto, além de outras ajudas de custo também isentas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de pessoas que estão em situação de extrema pobreza cresceu e hoje atinge 10 milhões de homens e mulheres no Brasil. Os dados, que compõem um relatório elaborado por 20 organizações, alertam para o aumento da miséria no país e serve como base para a Caravana Semiárido Contra a Fome, que, a partir desta sexta-feira (27), sairá do Sertão de Pernambuco em direção à Curitiba (PR), alertando sobre a iminente volta do Brasil ao Mapa da Fome das Nações Unidas.

A Caravana é uma iniciativa de diversas organizações do semiárido brasileiro. O técnico em Agropecuária, coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro-BA, Cícero Félix, explica que o objetivo da mobilização é promover o debate entre os brasileiros e consequentemente ser pauta nas eleições de outubro.

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Ele afirma que a questão da fome no Brasil é grave e deve ser tratada de forma séria. “Em 2014, quando saímos do Mapa Mundial da Fome, o país tinha 5,1 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza” fala Cícero Félix. A extrema pobreza que vinha caindo no governo Lula e parte do governo Dilma dobrou passados quatro anos (2014-2018). As organizações envolvidas dizem que a caravana visa pautar a sociedade brasileira sobre essa questão que vem afligindo os menos favorecidos. “Ao mesmo tempo em que usaremos as redes sociais, meios de comunicação populares e documentos para colocar o tema na mesa dos candidatos à Presidência da República, dos governos e parlamentares estaduais”, completa o coordenador do IRPAA.

Cícero conta que a passeata percorrerá mais de 2,9 mil quilômetros, do interior pernambucano até a capital paranaense, com uma parada final em Brasília; o que deve acontecer no dia 5 de agosto.

Relatório

Segundo o documento elaborado por 20 ONGs, a alta do desemprego, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos foram decisivos para o retorno da população à situação de vulnerabilidade extrema.

Cícero Félix acredita que o fortalecimento e reativação de programas como Fome Zero, Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Bolsa Família podem contribuir para a retomada do crescimento econômico de quem atravessou a extremidade social. A Caravana Semiárido Contra a Fome chama a população para integrarem o movimento e ficar atenta ao dia em que o grupo passará por sua cidade.

Com informações da assessoria

As ruas do Recife, neste domingo (13), se encheram de mulheres, homens e crianças, que se manifestaram na Marcha do Empoderamento Negro. A ideia é ampliar a discussão sobre o preconceito racial sofrido pela sociedade e tentar uma maior conscientização também sobre gênero e religião.

O movimento começou, por volta das 11h, na praça do Derby, centro da cidade. O grupo seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista e foi até o Bairro do Recife. Apesar da página no Facebook ter confirmação de mais de 3 mil participantes, a adesão não foi tão grande e contou com dezenas de pessoas.

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Um estudo feito com 20.000 crianças chinesas, divulgado nesta quinta-feira (5), afirma que as crianças pobres são menos propensas a sofrer de miopia que as mais ricas. Registrou-se o dobro de casos de miopia em crianças da província de Shaanxi, onde estudantes de famílias de classe média têm um acesso maior a livros que requerem maior concentração, em comparação com a província vizinha de Gansu, mais pobre, destacou o estudo em oftalmologia da Academia Americana de Oftalmologia.

Pesquisadores asseguraram que a descoberta se baseia em estudos com a maior mostra populacional já coletada. Integraram a equipe cientistas de agências governamentais e universidades chinesas, bem como especialistas da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Foi examinada a visão dos estudantes do quarto e do quinto ano, com idades entre nove e onze anos. Mais de 9.400 dos estudantes vinham de Shaanxi e mais de 10.100, de Gansu, a segunda província mais pobre da China. Segundo o estudo, cerca de 23% dos jovens de Shaanxi sofrem de algum grau significativo de miopia, quase o dobro dos da província com de Gansu, mais pobre, que registrou 12,7% de casos significativos.

"O risco de sofrer de miopia aumentou 69% em áreas de classe média, mesmo após considerados outros fatores de risco, como o tempo de leitura, atividades ao ar livre, clima ou se os pais dos estudantes usam óculos", destacou o estudo.

Ser bom em matemática, uma disciplina que requer intensa concentração sobre livros ou computadores, foi considerado um dos fatores mais determinantes para sofrer de miopia. Além disso, as meninas demonstraram ser mais propensas a sofrer da doença do que os meninos.

Em um primeiro momento, os cientistas acreditaram que o uso de quadros-negros poderia ter tido um efeito protetor contra a miopia, mas esta associação foi derrubada quando outros fatores, como o histórico familiar ou as atividades ao ar livre foram consideradas.

"Continuamos procurando explicações plausíveis e acreditamos que os resultados de se o uso de quadros-negros ou livros influenciam na miopia devem continuar sendo analisados, e se outras variáveis também entram em jogo", disse o professor e líder da pesquisa, Nathan Congdon, do Centro Oftalmológico Zhongshan, da Universidade de Sun Yat-sen em Guangzhou, China.

"O importante é entender como os estudantes de menos renda evitaram sofrer de miopia para poder usar estas mesmas estratégias para prevenir mais casos de miopia infantil na Ásia e em todo o mundo", prosseguiu.

A miopia aumentou rapidamente em algumas regiões desenvolvidas do leste da Ásia, onde alcançou entre 80% e 90% da população. Estudos feitos na Ásia e na Dinamarca mostram que a miopia é menos comum em crianças que passam mais tempo expostos a intempéries e à luz natural.

É de conhecimento de todos, que o cigarro provoca doenças como câncer, enfisema pulmonar, derrame cerebral e enfermidades cardiovasculares. Contudo, muitos desconhecem o quanto, o gasto feito com habito de fumar, pode afetar a saúde financeira do indivíduo e da família. Entre a população das classes D e E, os fumos representam 13 % dos gastos e esse percentual vem aumentando, com tendência a ser igualado ao consumo de produtos de mercearia e vestuário.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como um problema de saúde pública. Essa epidemia pode matar mais 8 milhões de pessoas por ano, até 2030. De acordo com pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística  (Ibope), o cigarro faz parte de um novo grupo de produtos que integra a cesta de consumo da classe C – extrato social responsável por 38,7% das compras do brasileiro.

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Segundo o médico pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo, do Rio de Janeiro, esse tipo de investimento chega a comprometer um quarto da renda de uma pessoa que ganha um salário mínimo. “Escravizados pela dependência, muitos fumantes não percebem que, se deixassem de gastar seu dinheiro com cigarro, poderiam investir em bens essenciais, como uma melhor alimentação, melhor qualidade de vida e, também, poderiam planejar viagens, adquirir geladeira, TV, entre outros”, informa Araújo.

O especialista demonstra através de cálculos, como os gastos com o consumo de cigarros são significantes: “se uma pessoa que fuma diariamente um maço de cigarros a um preço médio de R$ 5,50 deixasse de fumar por um ano, ela conseguiria economizar R$ 2.007,50 – o suficiente para comprar uma TV de LED de 46 polegadas, cerca de 25 cestas básicas, ou ainda, uma viagem de ida e volta de São Paulo para Fortaleza, no mês de julho, com dinheiro sobrando para as despesas do passeio.”

Segundo Alberto José de Araújo, é importante que o fumante reflita sobre as perdas financeiras que sua dependência acarreta e, em longo prazo, nos gastos para remediar os efeitos nocivos do cigarro que podem comprometer o orçamento doméstico. “Isto pode ajudar o fumante a se mobilizar para fazer uma tentativa para deixar de fumar. Se o fumante fizer o simples exercício de calcular o que deixaria de gastar no primeiro ano sem fumar e, pensar o que poderia concretizar com esta economia, isto poderia encorajá-lo fortemente a parar”.

No final de 2012, o valor do produto aumentou 16% em 20 estados brasileiros. De acordo com dados da Receita Federal, além da alta já sentida, os cigarros devem subir 13% em 2014 e 10% em 2015. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA3, em 1989, aproximadamente 35% dos brasileiros fumavam. Em 2008 este índice caiu para 17,2%.

Tratamento

Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui, entre outras terapias, a reposição de nicotina e medicamentos que auxiliam no controle da vontade e ansiedade de fumar como a bupropiona e a vareniclina - único produto desenvolvido especificamente para o tratamento do tabagismo.

Dados da OMS revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso (uma média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem acompanhamento médico.

Com informações de assessoria

A exemplo do que ocorreu com a população negra, o aumento de quase 10% na matrícula de alunos oriundos de escola pública na Universidade de São Paulo (USP) em 2012 não provocou alteração na pirâmide social da instituição. Os dados socioeconômicos da Fuvest mostram que o vestibular 2012 aprovou mais alunos de classes mais abastadas que o de 2011. A participação de estudantes com renda familiar menor diminuiu.

Neste ano, os inscritos que vêm de famílias com renda média superior a sete salários mínimos, o que significa ganhos acima de R$ 6.220 por mês, representaram 41% do total. Mas, na lista de aprovados, eles garantiram 51% das matrículas. No ano passado, esse grupo representava 48,8% de aprovados.

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A ponta mais alta da pirâmide também ficou maior em 2012, segundo a Fuvest. Neste ano, cerca de 35% dos ingressantes da USP vêm de famílias com renda acima de dez salários mínimos - com ganhos médios acima de R$ 8.708. No ano anterior, o porcentual era de 33%.

Esse grupo ficou com 3.765 vagas do total de 10.766. O que chama a atenção é que, enquanto ficou com 35% das vagas, o grupo representou 26,9% dos inscritos no vestibular.

Na outra ponta da pirâmide, caiu de 35% para 33% os ingressantes com renda salarial de até cinco salários mínimos - renda de até R$ 3.110. Esse grupo representa 44% dos inscritos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A expectativa de consumo do brasileiro para este ano caiu em todas as classes sociais, segundo a pesquisa "O Observador Brasil 2012", divulgada nesta quinta-feira pela Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas. O recuo na intenção de compra é notório em itens como carros, computadores, telefones celulares, móveis e atividades de lazer e viagens. "O brasileiro está um pouco mais cauteloso neste ano do que em 2011", afirmou o vice-presidente Comercial e de Marketing da Cetelem, Miltonleise Carreiro Filho.

De acordo com a pesquisa, feita em parceria com a Ipsos Public Affairs, 18% dos brasileiros consultados afirmaram que pretendiam comprar um carro em 2011, porcentual que caiu para 15% na pesquisa de 2012. O recuo foi maior entre as classes A e B, nas quais a intenção de comprar automóvel passou de 28% para 24%. Entre os consumidores da classe C, esse porcentual baixou para 15%, ante 18% na pesquisa anterior.

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Quedas expressivas também ocorreram na intenção de aquisição de computadores pessoais (de 20% na consulta realizada no ano passado para 16% no levantamento relativo a 2012), telefone celular (de 25% para 17%), eletrodomésticos (38% para 30%), móveis (de 40% para 31%) e lazer e viagem (de 32% para 25%).

Houve manutenção da intenção de compra de propriedades - 11% dos consultados, assim como na sondagem anterior, pretendem adquirir imóveis em 2012. Na análise por classes, porém, a intenção da compra de imóveis caiu entre as classes A e B (de 20% para 16%), manteve-se em 10% na classe C e apresentou aumento entre os consumidores das classes D e E, ao passar de 6% em 2011 para 9% em 2012.

Otimismo

A pesquisa da Cetelem aponta que, apesar da queda na intenção de consumo neste ano, os consumidores seguem otimistas. "Este ano pode não ter o mesmo nível de consumo de 2011, mas a expectativa ainda segue positiva", afirmou Carreiro Filho.

Metade (50%) dos consultados acredita em crescimento geral do País neste ano, ante 60% em 2011. O consumo vai aumentar para 49% dos entrevistados, ante 53% que tinham a mesma opinião na pesquisa anterior.

Sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), 33% creem em um desempenho melhor em 2012, ante 39% que estavam otimistas quanto ao avanço da economia em 2011. "O Brasil, junto com a Alemanha, segue como o país mais otimista do mundo", disse Carreiro Filho.

A pesquisa divulgada hoje pela Cetelem BGN foi realizada entre os dias 17 e 23 de dezembro do ano passado. Foram ouvidos 1.500 entrevistados em 70 cidades com o objetivo de obter uma amostra representativa da população urbana do País. As classes sociais foram definidas de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), um sistema de pontos, fornecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta não a renda familiar, mas a posse de itens domiciliares e grau de instrução do chefe da família.

O número de brasileiros que ascenderam à classe C chegou a 40,3 milhões entre 2005 e 2011. Com isso, a classe C, em sete anos, passou de 34% para 54% da população, de acordo com o estudo "O Observador Brasil 2012", divulgado nesta quinta-feira pela Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas. Em 2005, a classe C tinha 62.702.248 brasileiros. No ano passado, esse número havia subido para 103.054.685. Em 2010, eram 101.651.803 - ou 53% da população.

O estudo, desenvolvido pela Cetelem BGN em parceria com a Ipsos Public Affairs, mostra que em 2011 as classes A e B representavam, juntas, 22% do total da população e as classes D e E somavam 24%.

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De acordo com a pesquisa, a renda média familiar da classe C passou de R$ 1.107 em 2005 para R$ 1.450 em 2011 - crescimento de 30,9%. Já a renda média familiar geral da população passou de R$ 974 para R$ 1.618 - aumento de 66,1%.

De 2010 para 2011 o aumento da renda média familiar geral foi impulsionada pela classe C, única faixa da população em que foi observado crescimento. A renda dos integrantes da classe C passou de R$ 1.338 para R$ 1.450. Nas classes A e B, a renda média familiar caiu de R$ 2.983 para R$ 2.907. Nas classes D e E, o valor baixou de R$ 809 para R$ 792.

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