O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Companhia Petroquímica de Pernambuco, a Petroquímica Suape, e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). As subsidiárias integrais da Petrobras serão repassadas para a empresa mexicana Alpek, mediante assinatura de acordo (Acordo em Controle de Concentrações).
A Alpek vai adquirir as companhias por US$ 385 milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 1,2 bilhão. O valor será pago na data do fechamento da operação e está sujeito a ajustes de capital de giro, dívida líquida e impostos a recuperar. Entretanto, o investimento da Petrobras na construção do Complexo Industrial Químico-Têxtil foi de R$ 9 bilhões.
##RECOMENDA##O Acordo em Controle de Concentrações é uma maneira de evitar o monopólio da empresa. Segundo o Cade, se considerado o mercado geográfico Brasil/México de ácido tereftálico purificado (PTA), o ato de concentração resultaria na formação de um monopólio da empresa resultante na venda de PTA no Brasil. Com o acordo, a empresa M&G terá as mesmas condições de preços e quantidades que a Citepe. A partir do PTA é produzido o poliéster têxtil, resinas PET para vários tipos de embalagem, além de fibras industriais usadas na fabricação de pneus, materiais e equipamentos para o setor elétrico, automotivo e indústria do petróleo.
Pelo acordo, a Petrotemex, subsidiária da Alpek, se compromete a vender à M&G por tempo suficiente para que ela possa encontrar uma solução de longo prazo. Foram determinados preços, quantidades, prazos e cláusulas de não discriminação.
A venda da Petroquímica e da Citepe se arrasta desde 2016. O anúncio da venda na época fez com que trabalhadores do empreendimento fizessem protesto, entrassem em greve e procurassem a justiça para proibir a transação. A 2ª Vara da Justiça Federal de Sergipe, em janeiro de 2017, suspendeu a venda através de liminar. Entre as críticas dos manifestantes estava o valor do negócio, considerado muito abaixo.