A Startup LoveCrypto, criada no Centro de Informática (CIn) da UFPE e integrante do Polo Tecnológico e Criativo (Polo TeC) da UFPE, é uma das seis empresas que está colaborando, em parceria com o Banco Central, para o projeto do Real Digital - moeda virtual oficial do Brasil que deve inovar o sistema financeiro brasileiro e o modo de lidar com o dinheiro.
A LoveCrypto foi uma das oito startups selecionadas no Lift Challenge, realizado pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), uma edição especial do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas de Desafio que discutiu especificamente o Real Digital.
##RECOMENDA##O Real Digital trata-se de uma extensão das tradicionais cédulas físicas de dinheiro, mas será transacionada exclusivamente no ambiente digital. A moeda será produzida e regulada pelo BC, seguindo as regras vigentes na política monetária brasileira. Os principais objetivos são diminuir os custos de operações bancárias – como a emissão de papel-moeda – e ampliar o contingente de pessoas no mercado financeiro.
De acordo com o banco, a adoção do Real Digital deve facilitar o acesso dos brasileiros a recursos financeiros por meio da tecnologia. A ideia é levar a moeda digital ao dia a dia da população, simplificando o processo de movimentação do dinheiro, em compras no varejo, investimentos e transações bancárias, por exemplo. A moeda digital brasileira poderá ser acessada por meio de uma carteira digital sob responsabilidade de bancos ou instituições financeiras autorizadas pelo BC. A ideia é que, no futuro, seja utilizável em qualquer país do mundo, sem necessidade de conversão.
“O Real Digital será a CBDC brasileira. CBDC significa Central Bank Digital Currency. É a evolução do dinheiro no Brasil, que passará a ter características como programabilidade e composabilidade. O dinheiro de papel e o PIX continuarão existindo, mas essa nova ‘cara’ da moeda brasileira, vai ter ‘super poderes’ que atualmente só as criptomoedas têm”, comenta o CEO da Lovecrypto e egresso do CIn, Edmilson Rodrigues. “O Real Digital é o futuro do dinheiro no Brasil. E nós, uma startup do CIn-UFPE, já estamos ajudando a co-criar esse futuro”, completa.
Durante o desenvolvimento do projeto, um dos pontos que Edmilson ressalta é a questão da interoperabilidade no Real Digital. Um dos principais problemas associados a blockchains (um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa), é como o que o Real Digital será interoperável, isto é, capaz de operar, funcionar ou atuar com outras moedas digitais e blockchains.
“Como é que esse blockchain poderá conversar com outros blockchains? Transferir mensagens, valores ou executar contratos de um blockchain para outro? A prova de conceito que desenvolvemos foi um exemplo de como a interoperabilidade pode acontecer entre um blockchain público, o da Celo, e uma rede que simula o Real Digital. Através do pagamento com uma moeda no Blockchain da Celo, foi possível comprar um título do tesouro fictício registrado no blockchain do Real Digital”, afirma Edmilson.
O CEO da Lovecripto acredita que no futuro, quando existirem muitas CBDCs e muitos blockchains públicos, espera-se que através da interoperabilidade seja possível ter muitos benefícios para a sociedade, como um menor custo de crédito, menor custo de conversão entre moedas e a abertura da economia brasileira para investidores de qualquer lugar do mundo.
O Banco Central ainda não anunciou oficialmente uma data para que a moeda digital seja implementada no país. Uma estimativa sobre esse prazo deve ser divulgada após a conclusão de todas as etapas de teste. A expectativa é que o Real Digital entre em testes públicos este ano e seja disponibilizado aos brasileiros em meados de 2024.
Origem da Lovecrypto
A formação empreendedora é levada a sério no CIn; por isso, os estudantes têm à disposição diversas iniciativas que auxiliam na criação de projetos inovadores. A disciplina Projetão trabalha com uma metodologia de projeto com ênfase em inovação, baseada na multidisciplinaridade, em que os alunos formulam ideias inovadoras e as apresentam ao mercado no final do semestre.
O CIn também conta com a Coordenação de Cooperação e Inovação, que faz a ponte entre universidade, governo, mercado e sociedade; com o CInove, gerência de inovação que atua dentro dos preceitos da Universidade Empreendedora, fornecendo aos alunos atividades formativas e mentorias; e com o SandPit, pré-incubadora de negócios que oferece atividades práticas, mentorias, meetups e orientação técnica para os projetos incubados.
O Alumni CIn completa esse espaço de inovação, quando há a articulação de ex-alunos na missão de colaborar com o desenvolvimento do CIn.
Da assessoria