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A nova bike do sistema de compartilhamentos de bicicletas de Pernambuco, que será renovado no Recife, foi apresentada em coletiva de imprensa na prefeitura do Recife, na manhã desta quinta-feira (13). Também foram anunciadas duas novas ciclofaixas na cidade, sendo uma em Jardim São Paulo e uma em Santo Amaro. 

O novo Bike PE e as novas ciclofaixas devem estar funcionando já no mês de setembro deste ano, garante o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife. Serão 80 estações e 1.600 vagas distribuídas pela cidade, sendo um total de 800 unidades disponíveis. A estrutura das estações - chamadas de "docks" no novo sistema - agora será formada por compartimentos individuais para depositar cada bicicleta. 

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Outra mundaça do novo equipamento foi pensada para uso urbano e para que as peças não sejam facilmente roubadas, sem valor de mercado: as rodas. Elas não são do tamanho das utilizadas em bicicletas convencionais.

No novo sistema, também devem funcionar quiosques de autoatendimento para que, ao contrário do sistema em vigor atualmente, o ciclista possa alugar a bicicleta no crédito ou débito, sem precisar de aplicativo ou VEM. Os mesmos, ainda, serão mantidos e usuários continuarão podendo utilizar o serviço por meio das mesmas ferramentas.

Quanto a isso, o Secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, acredita que beneficiará o turismo e a utilização das bikes pelos próprios cidadãos recifenses. “Recife mostra para o Brasil a preocupação em ser uma cidade do futuro, uma cidade sustentável. (...) Em primeiro lugar, a gente quer atender bem o cidadão. Uma cidade boa para o cidadão, é uma cidade boa para o turista”. 

O antigo equipamento, anteriormente mantido pela empresa Samba, estava vandalizado e insuficiente. O representante da nova empresa responsável pela estrutura das bicicletas e estações, a Tembici, Maurício Villar, explica que em maio deste ano começou o processo de manutenção. "Procuramos recompor a frota e manter o sistema funcionando até que seja instalado o novo equipamento", explica. 

Além de Villar, participaram da coletiva o prefeito Geraldo Júlio, o Secretário de Turimo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, em nome do Governo do Estado, e Cícero Araújo, do Itaú, iniciativa privada que mantém o sistema. 

Araújo relata que são investidos no sistema de bicicletas do país inteiro 60 milhões por ano. A estrutura está sendo substituída em todo o território nacional onde funciona o sistema de compartilhamento, e Recife foi escolhida como primeira capital do país a receber as novas bikes, que já são utilizadas em outras cidades globais, como Nova York, nos Estados Unidos, e Londres, no Reino Unido.  

Ciclofaixas

As novas rotas destinadas à circulação exclusiva de bicicletas serão a Ciclofaixa Jardim São Paulo e a Ciclofaixa Santo Amaro. A primeira conecta a Rota Tiradentes à Praça Jardim São Paulo, na Zona Oeste da capital. Ela terá um total de 1,9 quilômetros de extensão e as bicicletas podem circular nos dois sentidos. A ciclofaixa vai se conectar com as rotas Antônio Curado e Inácio Monteiro. As três estão conectadas, ainda, com a Rota Tiradentes e com as ciclofaixas do Cavouco e Arquiteto Luiz Nunes, ligando a Zona Oeste à Zona Sul da cidade. 

A Ciclofaixa Santo Amaro será implantada na Avenida Mário Melo e na Rua dos Palmares, no bairro de Santo Amaro. A rota, de 1,4 quilômetros de extensão, começa na Rua da Aurora, faz conexão com o Eixo Cicloviário Camilo Simões, e termina na Rua dos Palmares, próximo à Avenida João de Barros. 

Quanto aos critérios utilizados para a escolha dos locais onde serão regularizadas as ciclofaixas fixas, Geraldo Júlio afirma que tem a ver com as ciclofaixas já existententes. “É importante que, quando a gente faz uma nova rota para bicicletas, a gente utilize aquela infraestrutura que já existia”, explica o prefeito. 

Ameciclo 

Em nome dos ciclistas, representantes da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) estiveram presentes na divulgação das novas bicicletas. Um dos representantes, Daniel Valença, afirma que é importante, além das reformas no sistema de bicicletas, o desenvolvimento da estrutura cicloviária. “Aqui a gente tem uma cidade totalmente plana. Recife tem um potencial para ser uma das cidades que tem mais uso desse sistema, mas a gente precisa que a estrutura cicloviária acompanhe. E aí o plano diretor cicloviário precisa ser implantado”. Ele lembra que, até 2017, a cidade deveria ter cerca de 300 quilômetros de ciclovia, mas até agora foram completados pouco mais de 46 quilômetros. 

Quanto ao sistema de compartilhamento, ele afirma que tem um uso muito grande para a conexão modal e ajuda a colocar novos ciclistas na cidade. “Cada bicicleta dessas traz três novas bicicletas para a cidade”, diz Daniel, explicando que a adesão à modalidade na cidade é ampliada com a ideia da Bike PE. 

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Na manhã desta quarta-feira (26), foi realizada a primeira reunião do Escritório da Bicicleta, uma iniciativa com foco na ciclomobilidade através do Programa Pedala PE. No Centro de Convenções de Olinda, se reuniram representantes de cerca de 14 municípios e 30 entidades. O objetivo do encontro é discutir as ações voltadas à área. 

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Conforme explica o gestor de ciclomobilidade do Recife, Jáson Torres, "de fato a gente tem uma instância de gestão participativa que estava temporariamente recolhida, mas após análise vimos onde estava tendo certo tipo de freio na execução além da questão orçamentária, afinal a execução do Plano Diretor Cicloviário Metropolitano (PDC) demanda uma estrutura cicloviária. Vimos que o grande foco era gestão, então fomos em busca de contato junto às instituições e percebemos a enorme dificuldade, então vimos que as discussões deveriam ser realizadas dentro do Escritório da Bicicleta. Ele já existia tacitamente, mas não era uma instância implantada com reuniões regulares, com atas, com obrigações”.

Durante o primeiro encontro, foi exposta a pretensão de que a reunião tenha uma regularidade mensal para a execução do PDC. O gestor aponta para “a prioridade da principal demanda da implantação de estrutura cicloviária, porém não podemos esquecer as demandas como campanha e equipamento de apoio ao ciclista”. Embora o Plano tenha sido criado há três anos, Torres afirma que, no Recife, “não há previsão de recursos direta” para serem investidos na execução das demandas, no entanto, “há um compromisso com o governo do Estado para buscar requalificação da ciclovia da PE-15”. 

Pedro Luis Santos, um dos coordenadores da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), vê a convocação deles e de outros agentes como “fundamental”. “O Escritório da Biclicleta, como reunião, é parte central do PDC porque é discutindo com órgãos e com as prefeituras que nós vamos desenhar a saída do papel para algo prático”. Ele ainda aponta que a demora no início dessas discussões implica na “percepção que está ligada mais a fatores políticos do que simplesmente escanteamento da bicicleta como prioridade no Estado e municípios”. Para a Associação, o desejo é o cumprimento do PDC “como está no papel”. “O Plano é um bom projeto, que custou cerca de R$ 700 mil para ser elaborado e teve consultorias, então, sim, é um bom projeto e dá condições de que o ciclista se movimente de forma eficiente”.  

Obras que devem ser entregues ainda em 2017

De acordo com Jáson Torres, haverá a entrega do segundo trecho cicloviário ainda este ano, entre a Fábrica Tacaruna e o Varadouro, em Olinda. A primeira etapa que liga a Fábrica ao Marco Zero, Recife Antigo, foi entregue no último final de semana. Ele explica que na próxima semana a licitação para a segunda etapa será lançada e até o final de 2017, em dezembro, a obra já deve ser entregue.

“Qualquer outra estrutura além dessa, dar como garantido seria precoce, no entanto, estamos tentando viabilizar o trecho três que vai interligar a Orla de Olinda até a PE-15 pelos Bultins. Já estamos em discussão avançada com o município e com o recurso federal”, detalha. 

Bike PE

“Nós percebemos uma dificuldade de gestão da empresa operadora e fizemos uma série de notificações, exaurimos nossos canais e eles conseguiram sinalizar uma reformulação na gestão. Com os novos integrantes da gestão foi garantido que a partir de maio haverá uma reformulação técnica do uso da bicicleta, melhoria no sistema e vai haver uma nova ingestão de bicicletas. Recebemos reclamações regulares de falta de bicicletas e estamos nos empenhando que, a partir de maio, já hajam melhorias sentidas já em junho”. Ele ainda explicou que a empresa deve rever o equipamento e tecnologia utilizada, com possibilidade de renovação, em setembro.

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