Por causa da quarentena, muitos pais passaram a ficar isolados dentro de casa com seus filhos. Adultos e crianças tiveram de se adaptar a uma realidade em que a comunicação com o mundo externo se dá, em maior parte, via tecnologia. Assim, os pequenos que são mais íntimos da internet também encontram meios de socializar com seus colegas.
Na casa da professora Natália Rodrigues de Oliveira, 33 anos, é o filho Miguel Henrique de Oliveira Mulloto, 13 anos, que passa mais tempo em frente ao computador ou com o celular. "Isso acontece pelas aulas online ou porque, agora, essa é a única forma que ele tem de se comunicar com os amigos. Em tempos normais, eu era mais rígida em questões de horários, mas ainda mantemos a rotina da casa", comenta.
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O mesmo acontece na casa da psicóloga Giovanna Alves, 22 anos. O irmão Bruno, 13 anos, faz chamadas de vídeo para interagir com os colegas. "Ele utiliza mecanismos como a Discord, parecida com o Skype, para as ligaçõe e jogar online com os colegas", comenta. "É fascinante a praticidade que essa geração tem em dominar essas ferramentas e, como sei que os cuidados devem ser redobrados, sempre confiro o histórico de busca, além de checar quem está do outro lado da tela", complementa.
Segundo a psicóloga Ana Caroline Boian, as chamadas de vídeo são fundamentais para que a criança entenda que seus colegas estão na mesma situação. "Mas é importante que haja uma atenção e um controle maior dos pais em relação aos acessos dos filhos. Gerir os horários de uso de cada aparelho é necessário para que as crianças entendam que, mesmo com a situação atípica, existem regras e elas não devem ser quebradas", orienta. "O horário de dormir deve ser respeitado. O ideal é que duas horas antes do horário estabelecido para o sono, a criança não tenha mais acesso a esses aparelhos eletrônicos. Estar em quarentena não significa que os filhos possam passar do horário para ficar no celular", complementa.
Além de estar atento ao conteúdo que os filhos acessam pela internet, Ana afirma que é importante os pais explicarem de maneira lúdica e dentro de uma linguagem apropriada o atual momento em que estão vivendo por causa da pandemia. "A partir disso, eles entenderão da maneira deles o porquê ficar em casa sem sair ou ir para escola e o porquê de não poder ver os amiguinhos", finaliza.