Conhecido por tradicionalmente manter só homens em seu efetivo, o Regimento de Cavalaria da Polícia Militar de São Paulo começa a abrir as portas para o universo feminino. No curso mais recente de polícia montada, quatro mulheres estão entre os 28 alunos. Elas cumprem as mesmas tarefas da tropa masculina: 9 horas ininterruptas, que vão desde limpar o cavalo em tempo rigorosamente cronometrado até um perfeito equilíbrio sobre o animal.
Criado em 1892, o batalhão passou a empregar mulheres 110 anos depois. O major Alfredo Rodrigues, comandante da Cavalaria, explica que a primeira moça a tentar ingressar na tropa, na década de 1990, teve o pedido negado. "Não tinha alojamento para mulher. Não tinha PM feminina. O serviço era considerado pesado para as mulheres", diz ele, que espera completar um pelotão feminino (20 mulheres) até a Copa, em 2014.
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Com 50 quilos, Priscila Ulprist, de 29 anos, sentiu dificuldade na hora de erguer a cela de 32 quilos nos primeiros dias de instrução. Precisou aprimorar ainda mais a parte física para obter força. "Pensei em desistir porque cansa, mas é possível". Das quatro, ela é a única que pode se orgulhar ao dizer: "Até agora, não caí do cavalo". Também é uma das mais maquiadas - no entanto, os tons estão sempre dentro das regras da corporação.
Mulher de PM e irmã de policiais, Priscila busca a realização de um sonho na Cavalaria. Assim como Ivonete Alves Maciel, de 33 anos. "Tenho dez anos de rua no centro, mas sempre admirei a Cavalaria. É diferenciada, imponente e prazerosa". Para Ivonete, o obstáculo maior foi se equilibrar e depois as dores por causa do treino. O marido, também PM, chegou a duvidar e depois virou fã. A filha agora até ajuda a passar pomadas anti-inflamatórias em suas costas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.