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Nos últimos dias muito tem se falado sobre a confirmação de casos, e até mortes, pela febre maculosa, doença transmitida por um carrapato-estrela, comum em algumas regiões do Brasil. Além da preocupação de muitas pessoas, como os casos que foram confirmados em uma fazenda onde o cantor Gusttavo Lima ia se apresentar, até as tentativas trágicas de se formular uma vacina contra a doença, é preciso também ficar atento para não obter informações falsas ou incorretas sobre a situação.

Para conhecer um pouco mais sobre a febre maculosa, o LeiaJá conversou com o médico infectologista, Eduardo Faria, diretor executivo da clínica médica de um hospital particular no Recife. Confira aqui alguns mitos e verdades sobre a febre maculosa.

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A febre maculosa é uma doença nova - MITO

Segundo o  médico Faria, há registros desde 1929 no Brasil desta doença.

A transmissão acontece pelo carrapato adulto - MITO

O carrapato na forma de larva é pouco visualizado, e mais provável de contaminar pessoas após picar. A ocorrência é mais significativa nos períodos de seca onde as larvas dos carrapatos têm maior facilidade de infectar o ser humano. Vale ressaltar que o carrapato estrela é o agente transmissor único da doença no Brasil.

A febre maculosa pode matar - VERDADE

O especialista explica que a febre maculosa tem índice de mortalidade considerável, caso não diagnosticada e tratada adequadamente. O risco de uma pessoa vir a óbito gira em torno de 20%.

Os sintomas não são facilmente percebidos - MITO

Existem diversos sinais no corpo que podem indicar que a pessoa esteja contaminada com a doença. É possível ter:

- Dores locais, nas articulações, no abdômen ou nos músculos; 

- No corpo: febre, calafrios ou perda de apetite;

- No aparelho gastrointestinal: náusea ou vômito;

- Na pele: erupções ou manchas vermelhas; e

- Também é comum: dor de cabeça, erupção nos pés e nas mãos, sensibilidade à luz ou vermelhidão nos olhos.

Não existe tratamento nem cura - MITO

Se diagnosticado precocemente, há antibióticos que atuam na infecção (Rickettsia rickettsii).

Não há ainda vacinas para a febre maculosa - VERDADE

O doutor Eduardo explica que não existe uma vacina que possa imunizar a população que tenha contato com o carrapato estrela. No entanto, ele esclarece que pesquisadores brasileiros testam uma estratégia diferente contra a febre maculosa: estão desenvolvendo um imunizante para animais, capaz de eliminar os carrapatos transmissores dessa doença.

Dicas para evitar o contágio

Evite esmagar os carrapatos para não se contaminar;

Use roupas e botas cobrindo o corpo em áreas de ocorrência de carrapato estrela;

O carrapato  estrela é um parasita frequente de animais como cavalos e capivaras. Fique atento para não se expor demais.

Caso tenha sido picado por carrapatos e apresente sintomas da doença (febre alta, dor de cabeça, dor no corpo), procure imediatamente o serviço de saúde e relate este contato ao médico, para que ele possa avaliar a possibilidade de ser um caso de febre maculosa.

Em 6 de novembro de 1935, o cientista Lemos Monteiro, especialista do Instituto Butantan, em São Paulo, morreu de febre maculosa. O médico tinha 42 anos e perdeu a vida para a doença uma semana após apresentar os sintomas. À época, ele tentava produzir uma vacina contra a infecção, e tinha contato constante com carrapatos em laboratório. A notícia foi amplamente divulgada pela imprensa local e publicada, na íntegra, pelo Estadão.

A febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, é uma infecção febril rara e que pode chegar a ser grave. O problema, em humanos, é que a evolução da doença é rápida e a letalidade por chegar a 50%, caso não seja tratada. Essa infecção é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada do carrapato.

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As reportagens da época, e mesmo o Instituto Butantan, reconhecem que as circunstâncias da infecção e da transmissão da doença tanto em Lemos, como em seu assistente, Edson Dias, que também adoeceu, não são claras até hoje. Lemos Monteiro trabalhava com doenças infecciosas consideradas mais infecciosas e graves, como varíola, coqueluche e tuberculose.

Dois anos antes de morrer, o pesquisador entrou para uma comissão do Departamento de Saúde do Estado de São Paulo que tinha como objetivo criar maneiras de prevenir a febre maculosa, tendo como um dos objetivos a produção da vacina. 

Segundo Carlos Jared, que hoje é pesquisador no Butantan trabalhando no prédio batizado em homenagem a Lemos Monteiro, a ideia era usar os próprios carrapatos transmissores, triturados em laboratório, na produção do imunizante contra as bactérias do gênero Rickettsia. O documento do Butantan diz que dois pesquisadores foram infectados, mas não especifica como. 

As hipóteses consideram que, ao manipular o material, os cientistas produziram aerossóis (partículas em suspensão no ar) que seriam capazes de carregar a bactéria; ou que o contato de fragmentos dos carrapatos com pequenas feridas nas mãos poderiam ter provocado a transmissão. Uma terceira hipótese é o contato das mãos com os olhos.

A febre maculosa é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e que é transmitida pela picada de carrapato infectado, principalmente pelo carrapato estrela. Nesta última semana, a doença provocou a morte de quatro pessoas que estiveram em uma fazenda na cidade de Campinas, no interior paulista.

“A febre maculosa é uma doença infecciosa aguda, provocada pela picada de um carrapato que vai transmitir a bactéria para a pessoa”, explicou a infectologista Sandra Gomes de Barros, professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), em entrevista à TV Brasil. “Ela pode se manifestar desde uma forma leve até formas mais graves, provocando hemorragias e o comprometimento de vários órgãos de nosso sistema”, ressaltou.

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Dicas

A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.

O Ministério da Saúde indica que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, diz o ministério, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva.

Outra indicação da pasta é que pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.

Em visita a áreas de risco, o ministério alerta para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos sobre suas roupas ou pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente para reduzir o rico de transmissão da doença. Segundo o ministério, é importante atentar-se inclusive para os micuins, a forma jovem do carrapato e que são mais difíceis de serem visualizados, mas também podem transmitir a doença.

Caso encontre carrapatos aderido ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirar o bicho. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informa o ministério.

Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos carrapatos.

Febre maculosa

O Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na Região Sudeste. Desde o início deste ano, 53 casos ocorreram em todo o país, dos quais 30 se concentraram no Sudeste.

A Região Sudeste é um dos locais que concentra o maior número de casos do país, principalmente nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis e Sorocaba. “Está muito longe de várias outras doenças endêmicas. Mas ela dá muito na Região Sudeste. As pessoas precisam ter cuidado ao entrar em região de mata, de gramado, com gramas altas, fazendas, trilhas ecológicas. Existem regiões em que a doença é sabidamente frequente, como em Campinas, onde a febre maculosa é muito comum, já que tem muitas capivaras. Esses carrapatos gostam de animais de sangue quente”, disse a infectologista e epidemiologista Gerusa Figueiredo, em entrevista à TV Brasil.

O período de maior transmissão da doença é entre os meses de junho e novembro.

"Para o indivíduo adoecer é necessário que se tenha contato com esse carrapato por um período mais prolongado, de 4 a 10 horas, para que possa ocorrer a transmissão dessa bactéria pela picada do carrapato”. explica Sandra Gomes de Barros

Sintomas

Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente à febre, dor pelo corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. Por isso, é importante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profissional seja informado de que a pessoa esteve em região de risco para a doença ou com incidência de carrapatos.

“Ela é uma doença que tem sintomas inespecíficos como febre, mal estar, dor de cabeça, náusea, vômito e dores musculares, que podem confundir com outras doenças. O que vai fazer o diferencial é o indivíduo informar que esteve em uma área silvestre, onde tinha a presença do carrapato”, explica Sandra Gomes de Barros.

A procura pelo serviço médico deve ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada pelo carrapato infectado.

“Ao apresentar esses sintomas, procurar atendimento médico o mais rápido possível”, alertou Elen Fagundes, bióloga e coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Campinas, em entrevista à TV Brasil. Segundo ela, se o tratamento for iniciado rapidamente, “é muito possível que a evolução da doença tenha um curso favorável, com cura”.

* Com informações da TV Brasil

Biah Rodrigues, esposa do cantor Sorocaba, respondeu caixinha de perguntas no Instagram nessa quinta-feira (22) e, questionada por uma fã se o casal já “pegou carrapato”, a modelo disse que sim e revelou ter sido recentemente, publicando foto para “provar”. “Tirei do pé do Fernando”, afirmou.

Biah que está esperando o segundo filho, está morando em um haras, no interior de São Paulo, com a família e o tirou dúvidas dos seus seguidores. Questionada se já haviam pego carrapato por lá, respondeu bem humorada. “Opa, inclusive tirei do pé do Fernando não tem muito tempo. Bichinho faz um estrago né?”, contou a modelo de 24 anos.

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Biah e Sorocaba tem um filho, Theo, de apenas um ano e o casal espera agora uma menina que irá se chamar Fernanda.

 

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, reabriu por volta das 7h desta sexta-feira (31). O local havia sido interditado na noite da quarta-feira (29) após uma idosa dar entrada com uma infestação de carrapato.

Segundo a Secretaria de Saúde (SES), todos os serviços da UPA estão em funcionamento. A unidade tem especialidade em clínica médica, pediatria e traumato-ortopedia. Após o ocorrido, ela passou por dedetização e limpeza.

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Com a interdição da UPA, os pacientes foram transferidos para outras unidades de saúde. A paciente com infestação de carrapato também seguiu para um hospital não revelado pela secretaria.

A identidade da idosa também foi preservada. Por causa da suspeita de maus-tratos, o Conselho Estadual do Idoso acompanha o caso.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, teve suas atividades interrompidas na noite desta sexta-feira (29), após atender uma idosa com uma infestação de carrapato. De acordo com a Secretaria Estadual Saúde (SES-PE), a mulher foi transferida para o Hospital das Clínicas. A UPA foi interditada e os demais pacientes foram transferidos para outras unidades de saúde do Recife.

Segundo a nota da assessoria, a paciente deu entrada com um quadro de infecção urinária e durante o atendimento foi verificado vários ferimentos em sua pele (escaras) e posteriormente foram detectados carrapatos. Por haver suspeita de maus-tratos dos responsáveis da idosa, o Conselho Estadual do Idoso foi acionado.

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Uma empresa foi chamada para realizar a dedetização do lugar. A UPA da Caxangá deve voltar a atender dentro de 24 horas.

Os carrapatos já sugavam o sangue dos dinossauros, muito antes de se tornarem o pesadelo de outras espécies, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications.

Uma equipe de pesquisadores espanhóis e britânicos descobriu em Mianmar quatro carrapatos perfeitamente conservados em âmbar resultante de secreções de plantas fossilizadas de 99 milhões de anos idade.

Entre estes quatro parasitas, um deles, da família Deinocroton draculi, estava "cheio de sangue" e outro tinha uma pata "enredada" em uma pluma, que devia pertencer a um dinossauro, uma vez que os pássaros ainda não existiam.

Este último carrapato, de uma espécie já extinta, media um milímetro, tinha oito patas e nenhum olho.

"É extremamente incomum descobrir fósseis de parasitas hematófagos diretamente ligados aos restos de seus hospedeiros", explicou Xavier Delclòs, da Universidade de Barcelona, ​​co-autor do estudo.

Os carrapatos se fixam na pele de suas presas para se alimentar do sangue, propagando muitas vezes uma grande variedade de doenças.

"Enquanto as aves são os únicos descendentes dos dinossauros terópodes que sobreviveram à extinção em massa no fim do período Cretáceo, 66 milhões de anos atrás, os carrapatos não apenas sobreviveram, como também se desenvolveram", observaram o pesquisadores.

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