Tópicos | Campos Neto

Repetindo o tom da nota divulgada no domingo, 3, sobre a existência de uma empresa offshore, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que "está tudo declarado" e que não fez nenhuma movimentação desde que chegou ao governo. Segundo o presidente do BC, está tudo "bastante claro" e é importante seguir com a agenda.

Na nota do domingo, Campos Neto disse que o patrimônio está declarado à Comissão de Ética Pública, à Receita Federal e ao próprio Banco Central.

##RECOMENDA##

"Está tudo declarado, inclusive com acesso público pelo site do Senado. Não fiz nenhuma remessa para a empresa em nenhum momento desde que cheguei ao governo. E não fiz nenhum investimento financeiro em nenhuma empresa. Colocamos isso em uma mensagem e está bastante claro. Acho que é importante esclarecer obviamente e seguir com a nossa agenda", disse ele, em live do jornal Valor Econômico.

A série de reportagens "Pandora Papers", do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), aponta que Campos Neto teve duas offshores, sendo que a última delas só foi encerrada em agosto do ano passado.

O texto não cita diretamente nenhuma suspeita de crime de evasão fiscal, mas aponta que o presidente do BC pode ter desrespeitado regras do Código de Conduta da Alta Administração Federal e da Lei de Conflito de Interesses.

A mesma publicação também aponta a existência de uma offshore, empresas abertas no exterior, normalmente em paraísos fiscais, do ministro da Economia, Paulo Guedes. No caso de Guedes, de acordo com a publicação, a empresa Dreadnoughts International continuava ativa até 28 de setembro, com o ministro como controlador.

O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (4) um pedido de abertura de investigação preliminar contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, após documentos que os relacionam com empresas em paraísos fiscais, as chamadas "offshores".

"Solicitamos à Vossa Excelência, na qualidade de ministro responsável pela condução do presente caso, deveras grave, oficie à Procuradoria-Geral da República para que aquela promova a abertura de investigação preliminar, consequente instauração de inquérito e eventual posterior denúncia com vistas à persecução criminal ou demais procedimentos cabíveis", requereu Randolfe.

##RECOMENDA##

No documento, obtido pelo Broadcast Político, o senador sustenta que as acusações contra Guedes e Campos Neto contemplam "abuso de direito, fraude à lei e desvio de finalidade/poder".

"É possível que o Presidente do Banco Central e o Ministro da Economia, ao manterem suas offshores em paraísos fiscais no exterior, tenham se aproveitado de suas condições de gestores das políticas públicas econômicas no Brasil para eventual enriquecimento, ou benefício lato sensu, próprio", diz Randolfe. O líder da Oposição no Senado pontua que, em tese, a denúncia contra Guedes configura o cometimento de crime de responsabilidade.

"Há indícios de severas irregularidades, de toda ordem, aptas a gerarem a necessidade de apuração mais detalhada pelo eminente Parquet Federal e eventual tentativa posterior de responsabilização dos culpados - se realmente se comprovar sua culpa no decorrer do devido processo legal", destaca.

Pandora Papers

No domingo, 3, foram divulgadas informações pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) dentro do projeto Pandora Papers que denunciam a existência de empresas "offshore" no nome de Guedes e de Campos Neto. De acordo com documentos, são 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países e territórios que têm ou tinham empresas offshore, ou seja, fora de seu domicílio fiscal e abertas em locais conhecidos como paraísos fiscais, pois cobram pouco ou nenhum imposto e protegem o sigilo bancário do cliente.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), informou que, junto com outros líderes da oposição na Câmara dos Deputados, irá acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que investigue o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Os dois mantiveram empresas em paraísos fiscais depois de terem entrado para o governo do presidente Jair Bolsonaro, no início de 2019, conforme publicou neste domingo o projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

##RECOMENDA##

Freixo afirmou, em publicação em suas redes sociais, que "a legislação brasileira proíbe que membros da cúpula do governo mantenham esse tipo de negócio".

Em resposta à publicação do consórcio de veículos jornalísticos, a assessoria do ministro da Economia esclarece que toda a sua atuação privada anterior à posse foi devidamente declarada à Receita Federal e à Comissão de Ética Pública.

Já a assessoria do presidente do BC disse que ele não participa da gestão ou faz qualquer investimento com recursos dessas empresas.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 30, que a autoridade monetária está desenvolvendo alternativas para que o PIX possa ser usado de maneira "offline" em locais sem cobertura de internet.

O Pix é o sistema que permite pagamentos e transferências instantâneas em todo o País entre pessoas, empresas e governo 24 horas por dia, sete dias da semana.

##RECOMENDA##

"Em breve o PIX terá funcionalidade offline. Estudamos três tecnologias para isso, mas a principal delas deve ser em forma de cartão por aproximação. Em algum momento haverá cartão PIX de aproximação", afirmou Campos Neto, em evento online sobre moedas digitais organizado pelo escritório Mattos Filho.

O Pix já representa 30% das operações de pagamento no País, segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, divulgada na semana passada pela Federação Brasileira de Bancos. Em novembro, assim que foi lançado, o porcentual era de 7%.

Segundo o levantamento, o porcentual dos pagamentos feitos através de maquininhas de cartão no total de transações bancárias caiu de 68% em novembro do ano passado para 51% em março de 2021. E a fatia das transações bancárias realizadas via transferências (DOC/TED) diminuiu de 25% para 19%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adiantou nesta quarta-feira, 30, que o Open Banking - agora chamado de Open Finance - entrará em funcionamento no fim de 2021 com mais de 700 empresas. "Preferimos começar com muitas empresas e poucos produtos", completou.

Ele avaliou ainda que a moeda digital em estudo pela autoridade monetária facilitará a integração da divisa com os contratos digitais e encriptados no futuro.

##RECOMENDA##

"Mesmo que nada aconteça, mesmo que a gente descubra que a moeda digital não seja necessária, o processo de aprendizado já será enriquecedor por si próprio. Nos nossos processos internos surgem várias ideias de novos produtos", afirmou, em evento online sobre moedas digitais organizado pelo escritório Mattos Filho.

A moeda digital é mais um dos projetos do BC na área de tecnologia, com foco no mercado financeiro do futuro. Atualmente, existem no mundo moedas com lastro em algum ativo, as chamadas stablecoins, e as moedas sem lastro, que são as criptomoedas, como o bitcoin. A moeda digital em estudo pelo BC é uma divisa com lastro na própria moeda, ou seja, no real.

Em tese, a moeda poderá ser aceita em quaisquer transações de pagamento, como o real convencional. Assim, o brasileiro poderá usar a divisa para pagar por produtos no comércio ou por serviços, por exemplo. A intenção do BC é que a moeda digital seja um complemento ao real convencional.

O BC já publicou as diretrizes mais gerais para a moeda digital. Com base nisso, o órgão vai promover discussões com a sociedade, por meio de seminários, para aperfeiçoar a proposta. A expectativa é de que em dois ou três anos a moeda digital possa ser lançada.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a autoridade monetária tem acompanhado a evolução da covid e o que tem verificado é que a variante do vírus parece ser mais contagiosa. No entanto, de acordo com o presidente do BC, não se sabe se ela é mais letal.

"A variante do vírus está em vários Estados, mas temos informações desencontradas", disse o banqueiro central. Campos Neto participa neste momento do webinar "Cenários Brasil 2021", promovido pela Arko Advice e Empiricus.

##RECOMENDA##

O presidente do BC disse ainda que parte dos países já registra uma curva descendente de óbitos ao passo que o Brasil registrou uma aceleração por causa da variante do vírus.

"Entendemos que as medidas de lockdown que estão sendo preparadas serão temporárias porque temos um esquema de vacinação que vem se acelerando", disse Campos Neto, para quem Brasil é hoje o quinto país no mundo que mais vacina. "Entendemos que vamos ter grande número de vacinas a partir de abril",disse.

Para ele, até junho boa parte da população de vários países já estará vacinada. A vacinação, de acordo com ele, traz luz ao fim do túnel e grandes pacotes de estímulo vem sendo anunciados no mundo.

O dólar segue em baixa no mercado doméstico nesta segunda-feira (17) em meio a expectativas de novos ingressos de fluxo de estrangeiro e ainda de captações de empresas brasileiras no exterior, como a da Suzano (500 milhões) ontem. Pesa também o viés de baixa da moeda americana ante pares principais e algumas emergentes e ligadas a commodities no exterior em meio à cautela com a segunda onda de Covid-19 na Europa e nos EUA.

O início antecipado da rolagem do vencimento de swap cambial de 4 de janeiro, que soma um total de US$ 11,8 bilhões (235.950 contratos), na prática, ajuda ainda no sentido de evitar uma demanda adicional no mercado à vista, além de dar saída aos bancos que precisam se enquadrar no fim de ano na regra de "overhedge" do Banco Central. Hoje, a oferta é de até 12.000 desses contratos (US$ 600 milhões), às 11h30.

##RECOMENDA##

Mais cedo o dólar desacelerou a queda ante o real, em ajuste a algumas divisas emergentes e ligadas a commodities que mostram altas leves, como peso mexicano, lira turca e rand sul africano. O volume de negócios ainda é fraco e os investidores estão na expectativa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da Febraban, daqui a pouco (9h30).

Às 9h22 desta terça-feira, o dólar à vista caía 0,76%, a R$ 5,3938. O dólar futuro para dezembro cedia 0,46%, a R$ 5,3960.

No primeiro dia de funcionamento efetivo do Pix, a nova plataforma de pagamentos instantâneos, houve relatos de dificuldades para a transferência de valores - a Caixa, por exemplo, chegou a falar em "uma intermitência pontual no serviço" - e de operações não completadas, mas o Banco Central descartou qualquer instabilidade do sistema. Além disso, potenciais usuários admitem ainda ter receio de operar o Pix.

"É importante diferenciar o que é instabilidade do sistema e o que são operações que não foram completadas. Não houve nenhuma instabilidade no sistema. Houve um volume de operações que não foram completadas em um banco ou outro, e monitoramos isso. Pode ter havido um erro na formatação da chave pelo banco. Quando há um volume grande de operações rejeitadas, entramos em contato com os bancos", afirmou o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

##RECOMENDA##

Após 12 dias de operação restrita, na qual apenas alguns clientes selecionados pelas próprias instituições financeiras puderam testar o sistema, o Pix já está disponível para todos os correntistas. O Pix é um meio de pagamento, assim como os boletos, a TED, o DOC, as transferências entre contas e os cartões de pagamento (de débito ou de crédito). A diferença é que o novo sistema permite que a operação seja feita em qualquer horário e em poucos segundos.

Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel de Pinho de Mello, parte dos erros em operações não completadas ocorreu em tentativas de Pix para conta salário. "Não é possível cadastrar uma chave para conta salário", explicou ele.

Para Campos Neto, as mais de 73 milhões de chaves já cadastradas em algumas semanas no Pix significam uma adesão maior do que qualquer aplicativo digital já teve no País. "Achamos que a adesão está bastante ampla, tanto de pessoas físicas como de jurídicas. Obviamente, quando o Pix começa a funcionar, a necessidade de fazer parte do sistema aumenta", afirmou.

No casa da Caixa, o banco reconheceu que enfrentou problemas no início do dia. "A Caixa informa que, no início desta manhã (segunda, 16), houve uma intermitência pontual no serviço do Pix e que as operações impactadas serão automaticamente estornadas, sem prejuízo aos clientes", afirmou. "O serviço foi normalizado ainda pela manhã e, até o início desta tarde, já haviam sido cadastradas 170 mil novas chaves e realizadas mais de 200 mil operações."

No final do dia, o BC informou ter registrado ontem mais de 1 milhão de transações, que somaram R$ 777,324 milhões. O valor médio das transações liquidadas foi de R$ 773,43. Para o BC, apesar de o novo sistema ter apresentado problemas no primeiro dia de funcionamento, foram incidentes "pontuais e esperados".

'É novo. Fico com receio'

No primeiro dia de funcionamento do Pix, consumidores até demonstraram boa expectativa com a novidade. Mas o tom ainda era de cautela. "No futuro, se esse tipo de transação se concretizar, sim, eu pretendo usar. Mas hoje, que é uma coisa nova, fico com um pouco de receio", resume a gerente de projetos Carolina Picciareli, de 24 anos.

Segundo o Banco Central, ontem eram mais de 73 milhões de chaves cadastradas no Pix. Também segundo a instituição, são mais de 30 milhões de pessoas físicas, mas apenas pouco mais de 1,7 milhão de empresas - lembrando que cada CPF/CNPJ pode ter mais de um cadastro.

Um dos estabelecimentos em São Paulo que passou a aceitar o sistema logo no seu primeiro dia foi uma padaria tradicional no bairro de Higienópolis. Um dos sócios, Vicente Safon, de 39 anos, afirma que colocou o Pix em operação por acreditar que o modelo pode ser um grande facilitador nos negócios. Ele explica que, com o pagamento instantâneo, dois grandes gargalos podem ser resolvidos.

O primeiro é em relação às taxas e à rapidez do pagamento. "É uma opção muito boa para o lojista, porque você está trocando o dinheiro e o débito, tendo essa opção com menor custo", disse. O segundo pode parecer mais simples, mas é uma grande dor de cabeça no comércio: troco. Com mais transações digitais, diminui-se a necessidade pelo "troquinho". "Cheguei a contratar uma empresa para ter moedas. Claro que este serviço deixava as moedas mais caras."

Mas, no primeiro dia, a utilização do sistema foi bem pequena. Segundo Safon, até houve pagamentos por meio de transferência do Pix para o estabelecimento, mas foi por encomendas, por pessoas que estavam longe do local. "Dentro da loja, ninguém usou ainda. Não teve procura", afirmou o empresário.

"Eu pretendo usar, confio nas instituições, mas ainda não sei, por exemplo, usar em estabelecimentos. Mas, se alguém me ensinar, eu uso", disse a radialista Isabella Pulfer, de 34 anos, que estava consumindo na padaria.

Gabriel Nunes, de 25 anos, que possui um salão de cabeleireiro na Rua Augusta, aposta no médio prazo no uso do Pix, já que boa parte de seus clientes não anda com dinheiro ou até mesmo carteira. Geralmente, os pagamentos são via modo digital.

"Decidi colocar o Pix por ser algo novo. Acredito que a gente está em constante evolução. Além disso, pagamento em dinheiro aqui é muito raro. Essa forma nova é mais fácil, ainda mais na pandemia. As pessoas não gostam de colocar cartão na maquininha, acaba sendo exposição ao vírus. É também mais segurança e rapidez, sem taxa, instantâneo", disse Nunes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, pelo Twitter, que não está "à altura de um presidente de Banco de um país sério" a atitude do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de divulgar à imprensa conversa particular que tiveram nesta quarta-feira (28). Escreveu Maia: "a atitude do presidente do Banco Central de ter vazado para a imprensa uma conversa particular que tivemos ontem não está à altura de um presidente de Banco de um país sério".

Conforme mostrou o Broadcast Político/Estadão, nesta quarta-feira o presidente do Banco Central havia procurado o presidente da Câmara para tratar da crise política que ameaça o andamento das reformas no Congresso. Desde o dia 6 de outubro não são realizadas votações na Casa. O motivo é a obstrução feita pelos partidos da base do governo para tentar emplacar um nome alinhado ao líder do PP na Casa, deputado Arthur Lira (AL), na presidência da Comissão Mista de Orçamento.

##RECOMENDA##

A oposição também segura os trabalhos para tentar colocar em pauta a medida provisória que prorroga o auxílio emergencial pelo valor de R$ 300. Maia criticou, em conversa com jornalistas, a articulação da base do governo.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, está reunido na manhã desta sexta-feira (27) com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, no Palácio do Planalto. Não constam outros compromissos oficiais na agenda do presidente.

Na quinta-feira (26), Campos Neto evitou comentar se a estratégia do governo no combate à pandemia do novo coronavírus favorece o retorno dos investimentos estrangeiros no País.

##RECOMENDA##

"O BC não faz comentários sobre a melhor forma de encarar essa crise do ponto de vista do governo e do Ministério da Saúde. A saída de fluxo tem sido grande em diversas economias emergentes. Diversos países adotaram medidas e têm alterado medidas já adotadas. Não cabe ao BC fazer comentários sobre isso", limitou-se a responder Campos Neto.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (9) que a instituição tem avançado na área de segurança cibernética, "que era preocupação minha". Durante coletiva de imprensa para tratar das ações ligadas à agenda BC#, Campos Neto também destacou a criação da área de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro no BC e a importância da Lei de Resolução Bancária, cujo projeto foi encaminhado no fim do ano passado ao Congresso.

"É um projeto muito importante. que saiu na virada do ano e não tivemos muita oportunidade para divulgar", pontuou Campos Neto.

##RECOMENDA##

Cheque especial

O presidente do BC também citou o recente lançamento de novas regras para o cheque especial. "O cheque especial era ineficiente e não tinha condições que achávamos razoável", afirmou.

Entre as novas regras estão a fixação do limite de juros em 8,00% ao mês e a possibilidade de cobrança, pelos bancos, de tarifa sobre o limite disponibilizado ao cliente (quando acima de R$ 500).

Custo e inclusão

O presidente do Banco Central disse ainda que as medidas incluídas na chamada Agenda BC# começam a "se conectar". "Queremos chegar em menos custo e maior inclusão financeira", afirmou.

Campos Neto destacou sobretudo a expansão do crédito imobiliário, após a regulamentação do BC dos financiamentos remunerados pelo IPCA. "Foram contratados R$ 6 bilhões em crédito imobiliário na nova modalidade em apenas dois meses, com outros R$ 15 bilhões já aprovados", afirmou.

Em 2019, o Banco Central regulamentou o uso do IPCA - o índice oficial de inflação - como indexador em contratos de financiamento imobiliário, no lugar da taxa referencial (TR). Esta modalidade de crédito já é utilizada pela Caixa Econômica Federal.

"Criamos condições para que a parcela do crédito imobiliários caia e muitas pessoas poderão renegociar os seus financiamentos. Já percebemos um crescimento acentuado na portabilidade do crédito imobiliário. Isso está acontecendo e os próprios bancos estão refinanciando os contratos para não perderem os clientes", relatou.

Segundo ele, os juros mais baixos permitirão uma maior mais demanda no crédito imobiliário. "Calculamos que o efeito riqueza do crédito imobiliário já chega a R$ 1,9 bilhão na economia", completou.

Com isso, continuou o presidente do BC, já há um movimento maior na construção civil, sobretudo nas capitais. "Não é só em São Paulo, essa retomada está disseminada nas grandes cidades", apontou.

Em meio a críticas de senadores, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez nesta terça-feira, 27, uma defesa da mudança do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o BC. Além disso, afirmou que a ideia de permitir que qualquer pessoa faça parte do conselho deliberativo do órgão foi dele - e não do governo de Jair Bolsonaro.

A medida provisória (MP) 893, editada na semana passada pelo governo Bolsonaro, muda o nome do Coaf para Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e coloca o órgão dentro da estrutura do BC. Um dos pontos da MP criticados hoje pelos senadores é o que permite que o conselho deliberativo da UIF seja formado por qualquer cidadão com "reputação ilibada" e com conhecimentos em matéria de prevenção a crimes financeiros. O receio é de que permitir a nomeação de qualquer pessoa, e não apenas de servidores, possa aumentar a influência política sobre o novo Coaf. As nomeações ficarão a cargo do presidente do BC.

##RECOMENDA##

"A MP é inconveniente, mal feita e trará problemas nos próximos anos", atacou o senador José Serra, durante audiência pública com Campos Neto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "Ela deixa para livre nomeação do presidente do BC. E (o presidente) poderá selecionar quaisquer pessoas, supostamente com reputação ilibada e conhecimento. O ideal seria recusar a MP integralmente", acrescentou.

Campos Neto, no entanto, defendeu que a intenção não é politizar o Coaf. "Pelo contrário, é deixá-lo mais técnico", afirmou aos senadores. O presidente do BC garantiu ainda que foi dele a ideia de abrir a nova UIF a pessoas de fora do governo. "Talvez a redação da MP não tenha sido a ideal, mas eu queria trazer pessoas de tecnologia", afirmou. A visão é de que o Coaf precisa atualmente de membros mais ligados à área tecnológica. "O governo inclusive foi contra. A ideia foi minha. Não tem nada a ver a possibilidade de indicações políticas, até mesmo porque eu não tenho capacidade de fazer indicações políticas", disse. De acordo com Campos Neto, o projeto de autonomia do BC, que também está em tramitação no Congresso, também permitirá o aprimoramento do próprio Coaf.

O órgão está no centro de uma das mais recentes crises do governo de Jair Bolsonaro. Em dezembro do ano passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que um relatório do Coaf apontava para uma movimentação financeira "atípica" do ex-assessor parlamentar do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz. Segundo o relatório, Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta no período de um ano, entre janeiro de 2016 a 2017.

Com base neste documento, o Ministério Público do Rio abriu investigação para apurar a suspeita de ocorrência de "rachadinha" - prática em que o servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário ao político responsável por sua nomeação. Queiroz e Flávio negam irregularidades.

Em junho deste ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa de Flávio e suspendeu todos os processos judiciais que tramitam no País em que houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Coaf e do BC com o Ministério Público sem prévia autorização judicial. A decisão de Toffoli foi criticada pelo então presidente do Coaf, Roberto Leonel. Segundo ele, o sistema de combate ao crime de lavagem de dinheiro no País ficaria comprometido. Após as declarações, o governo decidiu reestruturar o Coaf.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando