O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (9) que a instituição tem avançado na área de segurança cibernética, "que era preocupação minha". Durante coletiva de imprensa para tratar das ações ligadas à agenda BC#, Campos Neto também destacou a criação da área de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro no BC e a importância da Lei de Resolução Bancária, cujo projeto foi encaminhado no fim do ano passado ao Congresso.
"É um projeto muito importante. que saiu na virada do ano e não tivemos muita oportunidade para divulgar", pontuou Campos Neto.
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O presidente do BC também citou o recente lançamento de novas regras para o cheque especial. "O cheque especial era ineficiente e não tinha condições que achávamos razoável", afirmou.
Entre as novas regras estão a fixação do limite de juros em 8,00% ao mês e a possibilidade de cobrança, pelos bancos, de tarifa sobre o limite disponibilizado ao cliente (quando acima de R$ 500).
Custo e inclusão
O presidente do Banco Central disse ainda que as medidas incluídas na chamada Agenda BC# começam a "se conectar". "Queremos chegar em menos custo e maior inclusão financeira", afirmou.
Campos Neto destacou sobretudo a expansão do crédito imobiliário, após a regulamentação do BC dos financiamentos remunerados pelo IPCA. "Foram contratados R$ 6 bilhões em crédito imobiliário na nova modalidade em apenas dois meses, com outros R$ 15 bilhões já aprovados", afirmou.
Em 2019, o Banco Central regulamentou o uso do IPCA - o índice oficial de inflação - como indexador em contratos de financiamento imobiliário, no lugar da taxa referencial (TR). Esta modalidade de crédito já é utilizada pela Caixa Econômica Federal.
"Criamos condições para que a parcela do crédito imobiliários caia e muitas pessoas poderão renegociar os seus financiamentos. Já percebemos um crescimento acentuado na portabilidade do crédito imobiliário. Isso está acontecendo e os próprios bancos estão refinanciando os contratos para não perderem os clientes", relatou.
Segundo ele, os juros mais baixos permitirão uma maior mais demanda no crédito imobiliário. "Calculamos que o efeito riqueza do crédito imobiliário já chega a R$ 1,9 bilhão na economia", completou.
Com isso, continuou o presidente do BC, já há um movimento maior na construção civil, sobretudo nas capitais. "Não é só em São Paulo, essa retomada está disseminada nas grandes cidades", apontou.