A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, nesta quinta-feira (30), mais detalhes da 'Operação Bis In Idem', que desarticulou um grupo criminoso formado, em sua maioria, por policiais. As investigações tiveram início com base em crimes de corrupção passiva, que acabou levando para outros delitos como corrupção ativa, receptação qualificada e usurpação em função pública. Segundo informado pelo delegado Ramon Teixeira, "as práticas criminosas foram bastante variadas, mas todas com o mesmo intuito de ganho financeiro", ressaltou.
Em coletiva a imprensa, o delegado afirmou que existe um registro de dez pessoas que foram vítimas dos quatro suspeitos, dentre eles três policiais civis que já foram presos; sendo o quarto integrante desse esquema criminoso parente de um dos policiais. As investigações apontam que esse quarto indivíduo chegava a se passar por um agente policial. Acredita-se que outras pessoas possam ter sido vítimas da quadrilha. "Foi detectado que só de patrimônio, agora bloqueados, dos suspeitos, que incluem móveis, imóveis e contas bancárias, há uma estimativa de R$ 5 milhões", falou Ramom Teixeira.
##RECOMENDA##Todo o patrimônio dos quatro suspeitos, que ainda não tiveram os seus nomes revelados, se mostra incompatível com o rendimento deles. "Houve uma detecção de evolução patrimonial muito rápida e abrupta", ressaltou o delegado. Há uma possibilidade de que haja outros policias envolvidos nesse esquema criminoso.
"A sociedade pode e deve confiar nos bons policiais. Demos 'mostra' mais uma vez de que não importa a corporação, embora haja alguns desviados praticantes de crimes, sempre haverá alguém para investigá-lo. As vítimas não estão sozinhas, sobretudo aquelas que ainda não foram identificadas. Tenham certeza que não vão ficar impunes. Podem vir no Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil, que os casos vão ser elucidados", declarou Ramon.
Os presos se recusaram a falar, se limitando apenas a depor em juízo. A Operação Bis In Idem, que resultou na prisão dos três policiais civis e de uma quarta pessoa, foi deflagrada na manhã dessa quarta-feira (29). De acordo com informações das autoridades, a organização cobrava dinheiro para liberar veículos e mercadorias roubadas de caminhões. Dessa forma, as vítimas apenas recuperavam seus bens se pagassem valores aos policiais envolvidos no esquema. O grupo atuava em Caruaru, no Agreste do Estado.
LeiaJá também