Dezesseis anos após a inauguração, o piscinão de Ramos vive uma crise. O projeto de fazer uma "praia no subúrbio", do então governador do Rio, Anthony Garotinho (hoje no PR) não tem mais a administração terceirizada, e a Guarda Municipal não patrulha a região - insegura e aos cuidados exclusivos da Polícia Militar. A areia, contaminada por coliformes, é imprópria para uso, por causa da constante presença de cães no local. Frequentadores também reclamam da sujeira na terra e até de lodo na água marinha tratada em que se banham.
Nem sempre foi assim. O piscinão custou R$ 18 milhões, pagos pela Petrobras por meio de termo de colaboração com o Estado. Era uma compensação pelo vazamento de mais de um milhão de litros de óleo nas águas da Baía da Guanabara, meses antes, pela estatal.
##RECOMENDA##O sambista Dicró, morto em 2012, estrelou anúncio do Estado convidando para a inauguração, ao som de seu samba. "Domingo de sol/advinha para onde nós vamos/aluguei um caminhão/vou levar minha sogra na praia de Ramos", cantou.
A ideia de usar dinheiro de uma compensação ambiental para criar um equipamento de lazer foi questionada. O governo defendeu, alegando que as praias da Baía de Guanabara, nas proximidades, estavam poluídas. A promessa de lazer em área carente, com ciclovia, quadras de esporte e água limpa, trocada a cada quatro dias, lotou o local, que teve frequência de mais de 50 mil nos sábados ou domingos ensolarados. A atração apareceu em novelas, ganhou festas de réveillon e até inspirou, na época, iniciativa semelhante em São Gonçalo, na região metropolitana.
Em meio à grave crise financeira no Rio, há dificuldades para a prefeitura gerir o espaço, em seu primeiro ano de administração. Segundo a assessoria do prefeito Marcelo Crivella (PRB), o contrato com a empresa terceirizada que cuidava do piscinão terminou no fim de 2016, quando acabou a gestão Eduardo Paes (PMDB). Desde então, o processo de escolha de uma empresa substituta "está em processamento".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.