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 O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) apresentou, nesta segunda (15), um projeto de decreto legislativo que suspende os efeitos do Decreto nº 10.630, editado na última sexta-feira (12) pelo governo Jair Bolsonaro, que facilita a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição.

O projeto do pernambucano pede que o executivo respeite o devido processo legal no exercício da iniciativa das leis. "O Decreto claramente desrespeita a prerrogativa legislativa do Congresso Nacional, agredindo o princípio da separação dos Poderes, extrapolando os limites legais, uma vez que pretende dar fiel execução à Lei, não podendo alterar disposições que vão no sentido contrário de ampliar o acesso às armas", diz um trecho da proposta.

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Caso seja aprovada no senado e na câmara, a proposta não precisará de sanção presidencial. "É matéria a ser amplamente discutida no Parlamento e, caso o Executivo tenha interesse em de fato debater o assunto e alterar a Lei, deve fazê-lo pelo meio correto: Projeto de Lei"”, reforça o texto.

A China iniciou um protesto diplomático com o Reino Unido após Londres questionar o porquê de um ativista de direitos humanos britânico ser barrado na entrada de Hong Kong, disse nesta quinta-feira (12).

Agentes de imigração barraram a entrada de Benedict Rogers, vice-presidente da comissão de direitos humanos do Partido Conservador, na ex-colônia britânica na manhã desta quarta-feira. O ministro de Relações Exteriores Boris Johnson expressou sua preocupação e disse que seu governo "buscaria uma explicação urgente".

A China "fez reclamações severas" sobre os comentários, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Hua Chunying em uma coletiva de imprensa. "O governo central é responsável por assuntos diplomáticos relacionados a Hong Kong", disse ela, acrescentando que "quem pode entrar e quem não pode está dentro de nossa soberania". "Os assuntos de Hong Kong são assuntos domésticos da China. Nos opomos à interferência em assuntos domésticos da China de qualquer forma, por qualquer governo estrangeiro, instituição, ou pessoa".

Rogers disse que explicou às autoridades migratórias de Hong Kong, na quarta, que sua visita era "apenas privada". "Reiterei para eles que eu não ia ter nenhum compromisso público, nem entrevista com a imprensa, em Hong Kong. Não estava representando qualquer organização", afirmou.

O ativista disse que acredita que a embaixada de alguma forma soube de conversas privadas nas quais ele falou na possibilidade de visitar ativistas democráticos de Hong Kong na prisão, o que, mais tarde, ele percebeu que seria impossível.

A chamada cláusula de desempenho barraria ao menos R$ 64,3 milhões do Fundo Partidário por ano, levando-se em conta os valores distribuídos ano passado aos partidos que não alcançaram 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2014. No total, 14 legendas perderiam acesso a recursos públicos, caso a regra que visa a reduzir o número de partidos com representatividade na Câmara dos Deputados passe pelo crivo da Casa.

Já aprovada pelo Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) está pronta para ser levada ao plenário na Câmara, o que pode ocorrer nesta semana. Ela estabelece uma cota mínima de votos válidos ou parlamentares eleitos para a sigla ter direito ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão e rádio, além de espaço físico nas dependências da Câmara. Como está proposta em uma PEC, a aprovação da norma vai exigir votos favoráveis de 308 deputados.

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Uma das soluções pensadas para obter o apoio necessário é permitir que os partidos atingidos possam se unir em federações para manter tanto o fundo quanto o tempo de TV. Nessa opção, porém, a união deverá durar quatro anos e não apenas o período eleitoral.

Levantamento feito pela reportagem mostra que 17 dos 24 parlamentares eleitos pelos partidos que estão na berlinda já trocaram de legenda desde as eleições - e que quatro siglas não elegeram ninguém para ocupar as 513 vagas da Câmara: PCO, PCB, PPL e PSTU. Apesar disso, juntos receberam mais de R$ 7 milhões do Fundo Partidário em 2016. Neste ano, a expectativa é de que o fundo distribua um total de R$ 819 milhões aos 36 partidos existentes no Brasil.

Boa parte das legendas que seriam atingidas pela nova regra é mais conhecida por meio de seus "donos". O PRTB, por exemplo, costuma ser lembrado como o partido do Levy Fidelix; já o PSDC tem em José Maria Eymael sua estrela solitária, e até mesmo uma sigla ideológica, como o PSTU, tem apenas uma face pública, a de Zé Maria. "Sou contra a cláusula de barreira, mas a favor da cláusula de roubalheira. Com ela, esses partidos seriam todos fechados", disse Fidelix.

Fundado em 1994, o PRTB é uma sigla emblemática desse grupo. Fidelix já foi três vezes candidato a prefeito da capital paulista, duas vezes a governador de São Paulo e outras duas à Presidência. "Cada Estado tem uma estrela. Natural que o pai (referindo-se a ele mesmo) apareça mais, assim como acontecia com o doutor Ulysses Guimarães no PMDB. Sou a estrela maior porque sou o fundador."

Já quando o assunto é PSDC, que em breve deve se chamar apenas DC, o que vem à cabeça é a figura do "E, E, Eymael, um democrata cristão". "Já existem muitas barreiras. O tempo de TV, por exemplo, já é uma barreira. É preciso se debruçar sobre a igualdade de oportunidades na política brasileira", disse Eymael, que rechaça a possibilidade de se beneficiar economicamente do partido. O PSDC recebeu mais de R$ 4,5 milhões de Fundo Partidário no ano passado.

"Sou dono de uma das empresas de relações públicas mais antigas do País, já fui advogado tributarista, também vivo de renda e aplicações. Tenho um patrimônio construído, não estou na política para isso."

O PSTU também pode se enquadrar na nova regra, se aprovada - em 2014, recebeu 188 mil votos válidos, o que representa apenas 0,19% do total. "Tem partido com 12 minutos de TV, outros com 15 segundos. Essa situação aniquila a possibilidade de partidos disputarem em pé de igualdade", afirmou o presidente do partido, Zé Maria.

Embora não tenha deputados eleitos, o PSTU recebe mais de R$ 2 milhões por ano do Fundo Partidário. "Não ter representantes não significa que você não tenha votos. O dinheiro do fundo, entre outras coisas, pode ser usado para o aluguel e manutenção de sedes e diretórios", disse Zé Maria.

A do PSTU, por exemplo, fica em um prédio pequeno e sem identificação na Avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo.

Fundado pelo suplente de deputado federal Luciano Bivar em 1998, o PSL é comandado pela mesma família. Quem está à frente do Livres, futura denominação da legenda, é o filho do parlamentar, o empresário Sergio Bivar, de 39 anos.

"Teremos um aplicativo para nos aproximar mais das pessoas e buscar o autofinanciamento. Essa é a solução, os filiados manterem o partido", afirma Sergio, contrário à PEC.

Modificações nas regras atuais também teriam impacto duplo em uma família de políticos mineiros. O PTdoB é presidido nacionalmente pelo deputado federal Luís Tibé (MG), e o PRP, que, em Minas Gerais, é comandado pelo pai do parlamentar, Tibelindo Soares Resende. "A gente não sabe direito o que vai acontecer", disse.

Entre os líderes dos nanicos existe apenas uma voz "quase dissonante", a de Adilson Barroso, presidente do PEN, que está prestes a virar Patriota. "Sou a favor que tivesse uma cláusula para os partidos que não querem crescer, partidos que querem permanecer pequenos de propósito", afirmou.

Questionado se a possível filiação do deputado Jair Bolsonaro (RJ) ao partido não iria ofuscar sua liderança, Barroso desconversa e diz que "Deus colocou Bolsonaro no caminho do PEN". Atrair figurões da política para seus partidos é mais uma solução para escapar da cláusula de barreira.

Regras

A cláusula de barreira ou de desempenho estabelece condições para que um partido tenha direito a recursos do Fundo Partidário e a fatia do tempo de TV e rádio. Essas condições estão relacionadas ao porcentual de votos válidos obtido nas últimas eleições e ao número mínimo de parlamentares eleitos.

Na PEC em discussão, as siglas teriam, nas eleições do ano que vem, de conseguir no mínimo 1,5% dos votos válidos distribuídos em pelo menos nove Estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles. Ou conseguir eleger ao menos um deputado em nove Estados.

Essa espécie de cota mínima iria aumentando gradativamente até 2030, quando passaria a ser exigido mínimo de 3% dos votos válidos em pelo menos nove Estados, com mínimo de 2% em cada um deles, ou 15 deputados eleitos em nove Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A área econômica do governo já traçou estratégia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para barrar as mudanças feitas por um grupo de parlamentares que desfiguraram o Refis, programa de parcelamento de débitos tributários. Se prevalecerem as benesses concedidas aos devedores, o governo deve vetar a medida provisória ou deixá-la expirar. Por isso, a orientação é de que os contribuintes devem fazer a adesão no prazo e nas condições originais.

Maia conversou ontem com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre o plano em torno do Refis. Eles também conversaram sobre a MP que reonera a folha de pagamento para empresas de 50 setores - outra medida para a recuperação das contas públicas que foi desfigurada pelo Congresso -, sobre a reforma da Previdência e sobre o acordo para a recuperação fiscal do Rio.

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Articuladores do governo vão tentar restabelecer o texto original do Refis no plenário da Câmara. Outra possibilidade é os governistas votarem pela rejeição do parecer do relator, Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). Em último caso, a área econômica vai recomendar a Michel Temer o veto à medida, ou que se deixe expirar o prazo de vigência do texto - estratégia usada pelo governo na MP 766, que instituiu o primeiro Refis e também foi desfigurada pela relator.

A MP atual tem validade até 12 de agosto, mas o Congresso solicitou a prorrogação por 60 dias. As alterações poderiam impor perdão de 73% da dívida a ser negociada, e a arrecadação esperada de R$ 13,3 bilhões neste ano ficaria em apenas R$ 420 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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