MACEIÓ (AL) - O quarto dia de júri do caso PC Farias - Suzana Marcolino é marcado pela contradição de dois laudos. No depoimento, o perito Domingos Tochetto afirmou que Suzana pegou na arma de fogo que produziu os tiros. Quatro policias estão em júri popular acusados pela morte do empresário Paulo Cesar Farias e sua namorada, Suzane Marcolino, nesta quinta-feira (9), no Fórum Desembargador Jairon Maia.
O laudo de Tochetto entra em conflito com o de Badan Palhares, que sustentou que Suzana havia atirado em PC e, em seguida, cometido o suicídio. “Encontraram mancha de sangue apenas na mão esquerda de Suzana que não justifica nenhuma forma de empunhadura da arma”, revelou Tochetto.
##RECOMENDA##A defesa tentou questionar a veracidade dos laudos, levantando o fato de que a perícia feita foi quase um ano depois do crime, por tanto ele não teria como avaliar com certeza o que realmente teria ocorrido. “Você tem que certeza de que os criados-mudos estavam nas posições corretas? E a mancha de sangue como apareceu lá? Tem como saber de quem seria?”, indagou a defesa.
“Quando fizemos a pericia tivemos o mínimo cuidado para colocar tudo no lugar, inclusive os criados mudos. E até me estranhou que após terem lavado tudo e quase um ano depois, ainda teria sangue nos móveis, mas isso não interfere na nossa conclusão do laudo", rebateu o perito.
Segundo Tochetto, o tiro disparado em Suzana foi próximo ao mamilo esquerdo, e não foi encostado na pele pela projeção que teve a bala. “É raríssimo uma pessoa que queira se suicidar escolha esse lugar e ainda não encoste a arma, pois você sempre escolhe um lugar vital para minimizar o sofrimento”, esclarece Tochetto.
Todas as perguntas feitas pelo Ministério Público mostraram que ele acredita na tese de duplo homicídio triplamente qualificado. Em seguida, o juiz chamou o médico legista, Daniel Munhoz, que participou da formação do segundo laudo.
Com a colaboração de Marcela Terra