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O indígena Donecildo Agueiro, de 21 anos, do povoado Ava-Guarani, sofreu atentado a tiros, em Guaíra-PR, após sair de reunião da Coordenação Técnica Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre demarcação de terras na região na terça-feira (6). Depois do ocorrido, Donecildo Agueiro não está sentindo as pernas. Ele se encontra internado no Hospital Regional de Toledo e será operado na quinta-feira (8).

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), omissão e morosidade na regularização de terras indígenas são os responsáveis pelo ocorrido. O cenário de violência enfrentado pelos indígenas em Guaíra teria se acentuado desde 2012.

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"Sofremos constantes ameaças, racismo, violência com arma de fogo, entre outras agressões. Os casos são extremamente recorrentes, inclusive com sequestro de indígenas para o Paraguai. A situação acalmou um pouco em 2017, com o trabalho do Ministério Público Federal (MPF) na região. Agora, as agressões voltaram a acontecer após a divulgação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena, emitido pela Funai”, explicou o cacique do Tekoha Y'Hovy.

O cacique diz ainda que um grupo de fazendeiros estaria estimulando a violência contra os povos indígenas. A Polícia Civil ainda teria se recusado a registrar o Boletim de Ocorrência (BO) do atentado de Donecildo Agueiro. “O Registro foi feito somente após a presença de um representante da Funai na Delegacia de Polícia e não é a primeira vez que essa recusa é manifestada, infelizmente", lamentou uma missionária do Cimi.

Em 2013, os Ava-Guarani do oeste paranaense realizou manifestações por demarcação de terras, saúde e educação. De acordo com o cimi, o povo Ava-Guarani não tinha acesso aos direitos mais básicos, como água potável e saneamento, chegando também a passar fome.

Em 2017, foi assinado um manifesto de apoio às comunidades Guarani do oeste paranaense contra o discurso de ódio praticado por grupos que se opunham à presença dos índios. Grupos de trabalho da Funai estariam sendo coibidos de realizar estudos demarcatórios.

Já em setembro deste ano, o Observatório da Temática Indígena da América Latina (OBIAL), no âmbito do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, manifestou publicamente sua preocupação com relação as ações de reintegração de posse, em curso, impetradas por Itaipu Binacional contra comunidades Ava-Guarani.

Com informações da assessoria

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