Um dia após encerrar novamente acima do patamar de R$ 2,50, o dólar abriu a sessão desta terça-feira (4) em leve baixa ante o real, em linha com o movimento de realização de lucros da moeda norte-americana no exterior. Essa direção nos negócios domésticos, porém, perdeu força ainda nos primeiros minutos da sessão, em meio às expectativas dos investidores pela definição dos nomes da equipe econômica no segundo governo Dilma Rousseff e diante da fragilidade da situação fiscal do País. A decisão do Banco Central de rolar parcialmente o vencimento de swap cambial de dezembro, que começa hoje, traz pressão adicional.
Às 9h25, no mercado de balcão, o dólar à vista subia 0,32%, cotado a R$ 2,5110, na máxima, após uma abertura em baixa de 0,32%, a R$ 2,4950. O contrato da moeda dos EUA para dezembro subia 0,42%, valendo R$ 2,5260.
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Nesta manhã, o BC volta a ofertar a ração diária de até US$ 200 milhões em swap cambial, com resultado a partir das 9h50. Além disso, ontem à noite, a autoridade monetária informou que dará início, a partir de hoje, à rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em dezembro. Serão ofertados até 9 mil contratos de swap (US$ 450 milhões). Considerando a hipótese de o BC manter essa oferta diária até o fim do mês, serão 18 dias úteis. Assim, seriam rolados 162 mil contratos, ou US$ 8,100 bilhões, e aproximadamente US$ 1,7 bilhão seria retirado do sistema.
No exterior, o dólar perde terreno ante as principais rivais, com o euro subindo a US$ 1,2517 e a moeda dos EUA caindo a 113,39 ienes. A exceção ficava com o dólar australiano, que subia 0,60% ante a moeda norte-americana, em reação à decisão do Banco Central local (RBA) de manter a taxa básica de juros no mínimo histórico.
Já o sinal positivo que prevalecia entre as bolsas internacionais desde cedo se dissipou logo após a União Europeia (UE) reduzir as previsões de crescimento econômico da zona do euro neste e no próximo ano. Ao mesmo tempo, a entidade diminuiu as estimativas de alta da inflação na região nos mesmos períodos, o que eleva a expectativa pela reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, 6.
Conforme a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco da moeda única europeia em 2014 foi revisado para +0,8%, de +1,2% antes, enquanto para 2015 a previsão caiu de +1,7% para +1,1%. Do lado dos preços, a projeção de inflação neste ano caiu a +0,5%, de +0,8%, enquanto para o ano que vem recuou de +1,2% para +0,8%. Para 2016, a UE prevê crescimento econômico de 1,7% e inflação de 1,5% na zona do euro.
Em Nova York, os índices futuros também inverteram a direção e migraram para o campo negativo, com os investidores também mostrando certa cautela com as eleições legislativas nos Estados Unidos nesta terça-feira, que pode impor uma derrota ao presidente norte-americano, Barack Obama, no Senado. O Partido Republicano, opositor do governo Obama, deve manter maioria na Câmara.
Na agenda econômica do dia no exterior, às 11h30, nos Estados Unidos, sai o saldo da balança comercial e, depois, às 13 horas, é a vez das encomendas à indústria, ambos referentes a setembro. Já às 19h30, o API informa os números semanais dos estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados. Na safra de balanços, destaque para os números do terceiro trimestre do Burger King, International Paper e Arcos Dourados. No fim do dia, na Ásia, o HSBC informa a leitura final de outubro do índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços na China.