Mais de dois milhões de muçulmanos começaram neste sábado, em Mina, perto de Meca, o ritual de apedrejar a imagem de Satã, no primeiro dia da festa de Eid al Kabir, a festa do sacrifício, que faz parte da peregrinação anual. Os homens, usando branco, e as mulheres, com o corpo totalmente coberto, desfilam diante de três pilares que simbolizam o demônio.
O ritual estabelece que os peregrinos devem atirar sete pedras no primeiro dia e 21 no dia seguinte.
Os fieis passaram a madrugada deste sábado no vale de Muzdalifa depois de terem rezado durante o dia no Monte Arafat.
O começo da lapidação de Satã coincide com o primeiro dia da festa do sacrifício, celebrada por muçulmanos de todo mundo.
A lapidação simboliza, segundo a tradição muçulmana, a resistência a Satã que apareceu em três lugares diferentes a Abraão para dissuadi-lo de sacrificar seu filho Ismael como Deus pedia.
Quando preparava o sacrifício de seu filho, Abraão recebeu um cordeiro, o qual matou no lugar no menino.
Para recordar o gesto do patriarca, os peregrinos sacrificam um animal, em geral um cordeiro, cuja carne é distribuída aos necessitados.
Essa tradição é respeitada pela grande maioria dos 1,5 bilhão de muçulmano no mundo.
No entanto, os peregrinos já não cumprem esse ritual de sacrificar animais e, sim, encarregam agências especializadas em distribuir a carne.
Este ano, 2.085.238 de fieis realizaram a peregrinação, sendo que 1.389.053 são provenientes do exterior e 696.185 da Arábia Saudita.