O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai ganhar um prédio anexo, atrás da atual sede, que fica no centro do Rio. O novo edifício, que deve ter nove andares visíveis e outros cinco no subsolo, será erguido na avenida República do Paraguai, ocupando dois terrenos - um do próprio banco e outro da Fraternidade Franciscana Secular de São Francisco da Penitência.
Previsto para ser concluído em 2019, o prédio tem custo estimado em R$ 284 milhões, e laudos já apontam que a construção deverá valer R$ 544 milhões depois de pronta (valores correntes). O primeiro concurso, para decidir o anteprojeto arquitetônico, terá edital publicado em fevereiro. Além disso, no próximo dia 27 será realizada uma audiência pública sobre o tema.
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A construção do prédio foi viabilizada após aprovação, pela Câmara Municipal do Rio, de um Projeto de Lei Complementar que elevou o gabarito do terreno. Antes, eram permitidos edifícios de 12,5 metros (quatro andares). Com a nova lei, de maio de 2013, essa altura foi elevada a 42 metros a nível do mar.
Um dos questionamentos à construção do anexo era a chance de haver prejuízo à vista da Igreja de São Francisco da Penitência. "Não haverá interferência visual da construção do nosso prédio no complexo de São Francisco", garantiu o superintendente da Área de Administração do BNDES, Carlos Roberto Haude.
"Fizemos estudos de viabilidade técnica que confirmaram a possibilidade de construir, ao lado de um patrimônio tombado, sem nenhum risco ao complexo. Tudo será feito para minimizar o impacto", acrescentou.
Assim, o prédio terá cerca de 32 metros de altura (o terreno está a cerca de nove metros do nível do mar, e a altura total não poderia ultrapassar os 42 metros). Como contrapartida à aprovação da lei, o banco pagará uma outorga onerosa à prefeitura, calculada pelo BNDES em R$ 50 milhões - embora a cifra final dependa de cálculos oficiais. Segundo Haude, a intenção é destinar esse valor a projetos de revitalização da área histórica do Rio.
A construção do prédio anexo é uma alternativa para suprir a necessidade de espaço físico do BNDES. Hoje, o banco aluga 18 andares no edifício Ventura, também no centro, o que significa um custo mensal de R$ 6 milhões. Além de sair do aluguel e do ganho patrimonial, o BNDES quer expandir alguns setores do banco, como a biblioteca.
Terreno
O prédio será construído em uma área de 3,866 mil metros quadrados, dos quais 62% pertencem ao BNDES e 38% são da Fraternidade. A irmandade não aceitou vender sua parte no terreno, avaliada em cerca de R$ 34,611 milhões. A contraproposta do banco foi torná-la proprietária de uma fatia do prédio.