O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) minimizou, nesta terça-feira (23), o discurso que fez no último domingo (21) dizendo que, se eleito, pretende banir do país “os marginais vermelhos” fazendo uma faxina ampla e pontuou que se quiserem permanecer no país será “sob a Lei”. Em publicação no Twitter, o capitão da reserva disse que “houve histeria” por parte do PT com relação a sua fala e disse que o combate aos petistas será feito à luz da Lava Jato.
“Falamos em combater os bandidos vermelhos baseado no próprio curso das investigações da Polícia Federal e Lava-Jato e houve uma grande histeria por parte do PT. Ao que parece a carapuça serviu mais uma vez!”, afirmou no microblog. “Em breve vai ter mais gente pra jogar dominó com o chefe corrupto presidiário na cadeia!”, completou.
##RECOMENDA##Petistas, aliados e adversários, como o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), classificaram como grave as afirmativas de Bolsonaro durante o discurso que foi transmitido em um ato a favor dele na Avenida Paulista. Boulos classificou a fala como de um ditador e salientou que o tom usado pelo candidato deixa claro que ele “não vai tolerar oposição” a um eventual governo seu, recordando “tempos sombrios” da época de ditadura militar vivido no país.
“O discurso que Bolsonaro mais se revelou como projeto de ditador. Nesse discurso Bolsonaro declarou que quem é contra ele, a quem chamou de vermelhos, tem duas opções: ou sair do país ou ir para a cadeia. Ou seja, não há espaço para a oposição. É isso que ele está dizendo com todas as letras. Isso lembra um lema da ditadura, nos anos mais duros, 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. É isso que ele diz que quer fazer. Essa é a gravidade”, comentou Boulos.
Já FHC disse ser inacreditável a postura do presidenciável. “Inacreditável: um candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio. Lembra outros tempos. O que o Brasil precisa é de coesão no rumo do crescimento e diminuição da desigualdade”, salientou.
Além de projetar a prisão de petistas, como o próprio adversário na disputa Fernando Haddad e o senador Lindbergh Farias (RJ), Jair Bolsonaro também disse: “Vocês verão uma Forças Armadas altiva que vai colaborar com o futuro do Brasil, vocês petralhada verão uma polícia Civil e Militar com retaguarda jurídica para fazer valer a Lei no lombo de vocês. Bandidos do MST e MTST as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo, não levarão mais o terror ao campo ou a cidade. Ou se enquadram e se submetem as leis ou vão fazer companhia ao cachaceiro em Curitiba”.