A defesa deputado federal Luciano Bivar (PE) classificou como uma “afronta” o mandado de busca e apreensão que a Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (15), no endereço do parlamentar como parte da operação Guinhol, deflagrada para investigar suspeitas de candidaturas laranjas do PSL em Pernambuco. Luciano Bivar é presidente nacional do partido, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro.
“Esse inquérito é uma investigação que se arrasta há quase um ano. Já perdura 10 meses e todos os investigados já contribuíram com o andamento do inquérito, abriram mão dos sigilos bancários. E a partir de tudo que foi feito e investigado não se chegou a nenhum indício ou elemento de irregularidade”, disse o advogado Ademar Rigueira.
##RECOMENDA##O defensor também fez críticas à Polícia Federal. “Lamentamos a decisão. É uma afronta o direito constitucional das pessoas, essa é a prática da PF nos últimos tempos. Mas isso não deixa de ter um lado positivo, isso é mais um elemento para mostrar que não existe nenhum indício da prática de irregularidades”, observou.
“É de se estranhar que só agora o delegado resolva representar por uma busca e apreensão. É uma pescaria da Polícia Federal, ele está jogando a rede para ver se consegue pegar alguma coisa”, acrescentou Ademar Rigueira, pontuando, ainda, que “é uma medida extremamente fora de contexto” e que vão analisar “com mais cuidado para tomar as devidas providências”.
Operação Guinhol
De acordo com a PF, além do que atinge Luciano Bivar outros oito mandados autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral.
O inquérito policial foi instaurado após uma solicitação do TRE para apurar a possível prática de crimes previstos no Código Eleitoral e Penal, pois, segundo nota da polícia, representantes do PSL em Pernambuco teriam ocultado, disfarçado ou omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres.
Em Pernambuco, a investigação mira em suspeitas de irregularidades nas contas de Maria de Lourdes Paixão, que concorreu a uma vaga de deputada federal. Lourdes recebeu R$ 400 mil do fundo eleitoral e obteve apenas 247 votos. Dos R$ 400 mil, R$ 380 mil foram utilizados para imprimir nove milhões de santinhos e quase dois milhões de adesivos às vésperas da eleição, em outubro do ano passado. O valor que a então candidata recebeu foi o terceiro maior repasse do PSL no país.