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A Academia sueca, que concede o Nobel de Literatura, anunciou nesta segunda-feira (7) a demissão efetiva de quatro de seus membros, nomeados inicialmente perpetuamente, após o escândalo #MeToo, que sacudiu a famosa instituição.

A instituição está mergulhada em uma crise desde novembro, quando, no contexto da campanha mundial contra abusos sexuais, o jornal sueco "Dagens Nyheter" publicou os testemunhos de 18 mulheres que afirmavam terem sido violentadas, agredidas sexualmente, ou assediadas por Jean-Claude Arnault, uma influente figura da cena cultural sueca.

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Arnault, marido francês da poetisa e membro da Academia Katarina Frostenson, negou as acusações.

Essas revelações semearam polêmica e discórdia entre os 18 membros da Academia sobre como reagir e, nas últimas semanas, seis deles decidiram renunciar, incluindo a secretária permanente Sara Danius.

Dois membros já não participavam há tempos dos trabalhos, reduzindo a dez o número de acadêmicos ativos.

Segundo o estatuto da Academia, são necessários ao menos 12 membros ativos das 18 cadeiras para eleger um novo membro.

O rei, padrinho da instituição, anunciou em 2 de maio uma modificação no estatuto: seus membros podem agora renunciar e, portanto, serem substituídos durante sua vida.

"Lotta Lotass, Klas Östergren e Sara Stridsberg solicitaram e foram autorizados de forma imediata a deixar a Academia sueca", indicou a instituição em um comunicado.

O quarto membro, Kerstin Ekman, afastado desde 1989 depois que a Academia se negou a condenar naquele ano uma fatwa contra o escritor britânico Salman Rushdie, também foi autorizado a se demitir.

Na sexta-feira, a Academia anunciou que o Nobel de Literatura de 2018 será adiado e entregue junto com o 2019, pela primeira vez em quase 70 anos.

Depois de deixar a Academia sueca aguardando, após a renomada instituição ter concedido a ele o Nobel de Literatura em Estocolmo, o cantor e compositor Bob Dylan decidiu não comparecer, nesta quarta-feira (30), à Casa Branca, para um ato ao qual Barack Obama convidou um grupo de americanos ganhadores do prêmio.

"Infelizmente, Bob Dylan não estará na Casa Branca hoje", disse Josh Earnest, porta-voz do presidente americano, acrescentando que o cantor não deu nenhuma justificativa para sua ausência.

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Na ausência do cantor, o presidente dos Estados Unidos centrou seu elogio nesta quarta-feira em outros ganhadores do Nobel imigrantes no país que responderam o seu convite no Salão Oval: Oliver Hart (Economia), Fraser Stoddart (Química), Duncan Haldane e Michael Kosterlitz (Física).

"Estamos muito orgulhosos deles e é só um lembrete de que uma das coisas que os Estados Unidos fazem é nossa capacidade de atrair talentos de todo o mundo para estudar em algumas das nossas grandes universidades", disse Obama.

Dylan já tinha indicado que não comparecerá em dezembro à entrega do Nobel na Suécia.

A Academia Sueca divulgou nesta quinta-feira (9) o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2014. O vencedor foi o escritor francês Patrick Modiano, de 69 anos. Com isso o escritor ganha o prestígio e também 8 milhões de coroas suecas (cerca de 1,1 milhão de dólares).

O comitê do prêmio afirma que a escolha se deve à "arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e jogou luz sobre a vida durante a ocupação". As obras do francês versam sobre temas como esquecimento, identidade e culpa, com Paris sendo uma cidade recorrente.

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Esse é o 11º autor francês a ganhar um Nobel. O último autor nascido na França a ser distinguido com o prêmio foi Jean-Marie Gustave Le Clézio em 2008. Entre os favoritos para esta edição estavam Haruki Murakami e o queniano Ngugi wa Thiong'o. No ano passado a vencedora do prêmio foi a canadense Alice Munro, marcando a primeira vez em 112 anos que a academia premiou um autor que esceve apenas contos.

Livros e roteiros

O escritor francês Jean Patrick Modiano nasceu em 30 de julho de 1945 na comuna  Boulogne-Billancourt, subúrbio de Paris.  Seu primeiro romance foi publicado em 1968, chamado La place de l'étoile. Ao longo da carreira escreveu roteiros para o cinema, inclusive do filme Lacombe Lucien, dirigido por Louis Malle e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1975. 

O escritor tem sete livros publicados no Brasil, seis pela editora Rocco e esgotados:  Ronda da noite (1985), Uma rua de Roma (1986), Vila triste (1998), Dora Bruder (1998), Do mais longe ao esquecimento (2000), e Meninos valentes (2003). E um pela Cosac & Naify: Filomena Firmeza, lançado este ano.

Confira abaixo os últimos ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura desde 2003:

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Romênia)

2008: Jean-Marie Gustave Le Clézio (França)

2007: Doris Lessing (Reino Unido)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Reino Unido)2004: Elfriede Jelinek (Áustria)

2003: John Coetzee (África do Sul)

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