O faturamento dos supermercados manteve a trajetória de alta em agosto, acumulando crescimento real de 5,57% desde janeiro. No entanto, o volume de mercadorias vendidas apresentou recuou de 0,1% nos oito meses de 2012 se comparado com o mesmo intervalo de 2011. Entre janeiro e agosto de 2011, o Índice Nacional de Volume, pesquisado pela Nielsen para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), subiu 2,6% sobre o mesmo intervalo de 2010.
De acordo com o presidente da Abras, Sussumu Honda, o resultado de vendas apurado em agosto reflete a inflação dos alimentos, puxado principalmente por commodities agrícolas, e uma mudança nos hábitos dos consumidores. "Os brasileiros estão preferindo comprar massa de bolo pronto do que a farinha de trigo e o açúcar para elaborar sua própria receita, o que indica uma mudança no comportamento em função do aumento da renda", observa Sussumo Honda.
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De modo geral, todas as cestas de produtos mantiveram-se estáveis, com pequenas variações positivas ou negativas, segundo a Abras. Apresentaram crescimento os grupos bebidas não alcoólicas (+1,4%), seguido por mercearia doce (+0,5%) e perecíveis (+0,3%). A cesta "outros" (que contém principalmente produtos de bazar), higiene e beleza, mercearia salgada e bebidas alcoólicas, tiveram quedas de 5,3%, 1,1%, 0,6% e 0,3%, respectivamente.
Os produtos que apresentaram as maiores altas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: bolo industrializado (24,8%); suco de frutas pronto para consumo (15,0%); vinho (9,9%); água mineral (9,3%); e whisky (7,3%). Os produtos com as maiores quedas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: inseticida (-11,3%); sabão em barra (-10,4%); pilha seca (-7,8%); açúcar (-7,7%); e farinha de trigo (-6,3%).
Vendas
No mês de agosto, as vendas reais do setor supermercadista registraram alta de 3,91% ante o mesmo mês do ano passado, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Abras. Na comparação com julho deste ano, o indicador apresentou elevação de 1,71%. De janeiro a agosto deste ano, as vendas dos supermercados subiram 5,57% ante igual intervalo de 2011. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA, medido pelo IBGE.
Em valores nominais, o índice de vendas da Abras apresentou crescimento de 9,40% em agosto na comparação com agosto de 2011 e 2,12% ante julho deste ano. No acumulado do ano, o índice nominal tem alta de 11,22% na comparação com o mesmo período do ano passado. Para Sussumo, o resultado de vendas apurado em agosto reforça a expectativa de crescimento da entidade da ordem de 5% neste ano. "A queda do desemprego e o aumento da massa salarial bem como a recuperação do setor industrial indicam boas perspectivas para o restante do ano", avalia o presidente da Abras.
O presidente da Abras acredita que o último trimestre deste ano deve garantir uma expansão das vendas em volume e faturamento. Conforme levantamento da Abras, o pernil já apontou alta de 6,31% sobre o mês anterior, provocada pelo aumento de gastos com insumos para a ração das aves. "As carnes suínas e de aves vão apresentar um aumento dos preços em função da alta das commodities agrícolas no mercado internacional, em especial o milho que é o principal ingrediente para ração", prevê.
Cesta de consumo
A cesta de consumo Centro-Oeste teve recuo de 0,90% entre julho e agosto, a única queda registrada em todas as regiões brasileiras, de acordo com o AbrasMercado, conjunto de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK a pedido da Abras. O preço da cesta no Centro-Oeste passou de R$ 311,57 em julho para R$ 308,76 em agosto.
No Nordeste, a cesta regional subiu 0,80%, de R$ 272,15 para R$ 274,33, seguida pela Região Norte, que teve alta de 1,05%, para R$ 365,15. O Sudeste apresentou aumento de 1,46% em agosto ante julho, saindo de R$ 305,16 para R$ 309,61. Já a região Sul apontou o maior acréscimo no preço da cesta, que passou de R$ 342,03 para R$ 349,60. A alta atingiu 2,22% julho para agosto.
O AbrasMercado avançou 0,96% em agosto em relação a julho deste ano. Já na comparação com agosto de 2011, o indicador registrou crescimento de 6,8%, passando de R$ 302,32 para R$ 322,88. Os produtos com as maiores altas em agosto na comparação com julho foram batata (+12,06%), tomate (+10,24%) e pernil (+6,31%). Já os produtos com as maiores quedas no último mês foram: feijão (-5,25%), cebola (-3,20%) e leite em pó integral (-1,52%), conforme levantamento da Abras.