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Passados menos de dez anos do primeiro leilão de energia eólica no Brasil (2009), a capacidade instalada do País atingiu nesta semana 13 gigawatts (GW), quase o mesmo volume gerado pela maior hidrelétrica brasileira, Itaipu, com 14 GWs, e bem perto da França (13,7 GW), sétima colocada no ranking mundial da produção de energia pelo vento.

O Brasil está em oitavo lugar, segundo ranking divulgado no dia 15 de fevereiro pelo Global World Energy Council (GWEC). Em 2012, estava na 15ª posição.

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Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o montante gerado pelas eólicas já é equivalente ao consumo médio de cerca de 24 milhões de residências por mês.

"Esta é uma marca muito significativa, é importante comemorar, mas sem jamais perder nossa visão de futuro. Em construção ou já contratados há mais 4,8 GWs, divididos em 213 parques eólicos que serão entregues ao longo dos próximos anos, até 2023, levando o setor para próximo da marca de 19 GW", explica em nota Elbia Gannoum, presidente executiva da Abeeólica, que com os novos leilões programados para este ano prevê em breve um parque de 20 GW no Brasil.

Outro dado novo do setor, divulgado nesta semana, veio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que mostrou o crescimento de 26,5% da geração de energia eólica em operação comercial no Sistema Interligado Nacional (SIN), em 2017, na comparação com 2016.

"Esse dado de crescimento da geração reflete o que vimos ao longo de 2017, já que chegamos a abastecer 10% do País em agosto e 11% em setembro, passando pela primeira vez aos dois dígitos na matriz nacional num mês. Além disso, chegamos a abastecer mais de 60% do Nordeste em vários momentos, na época que chamamos de "safra dos ventos", que vai mais ou menos de junho a novembro", informa Elbia.

Lideram o ranking de produção de energia eólica os estados do Rio Grande do Norte (3,7 GW); Bahia (2,5 GW); Ceará (1,9 GW) e Rio Grande do Sul (1,8 GW).

O Brasil deve ingressar no ranking dos dez maiores países em capacidade instalada de energia eólica ainda neste ano. A previsão foi feita nesta terça-feira (16) pela presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo. No ano passado, o Brasil ocupava a 13ª posição, com capacidade instalada de 3,46 GW. Para o final deste ano, o número estimado é de 7 GW. China e Estados Unidos são lideram o ranking, com capacidade instalada de aproximadamente 90 GW e 60 GW, respectivamente.

"Acabamos de comemorar a marca de 5 GW instalados e devemos encerrar o ano com capacidade em torno de 7 GW. Provavelmente, com isso, estaremos entre os 10 primeiros em capacidade instalada no mundo", destacou a executiva, que participa nesta tarde do Energy Summit 2014.

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Elbia também ressaltou durante palestra que, no último domingo, a geração dos parques eólicos alcançou a marca de 2.030 MW médios. "Estamos entrando no período de safra dos ventos", salientou. A energia eólica é, no acumulado dos últimos anos, a segunda principal fonte contratada em leilões de geração de energia, perdendo apenas para os projetos hidrelétricos.

A falta de conexão com o sistema de transmissão impedirá que 1,3 mil megawatts de usinas eólicas entrem em operação em 2013, disse a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo. De acordo com a apuração da entidade com base em informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e nas interações com os associados, a fonte deverá fechar 2013 com uma capacidade instalada de 5,9 mil MW, dos quais 4,6 mil MW serão capazes de efetivamente disponibilizar as suas ofertas ao sistema.

Se confirmado, esse número significa um crescimento do volume de energia eólica concluído, mas que não pode ser escoado para os mercados consumidores. Segundo Elbia, usinas eólicas somando 622 MW estavam prontas ao final de 2012 nessa situação, uma vez que as obras de transmissão previstas para realizar a conexão com o sistema estão atrasadas - vale lembrar que a agência reguladora reconheceu o direito dos donos dessas usinas receberem a remuneração pelos ativos, ainda que a energia não estivesse chegando para os consumidores. A receita anual desses projetos "parados" foi estimada pela Aneel em R$ 300 milhões.

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Segundo a executiva, o parque gerador eólico encerrou o ano de 2012 com 2,5 mil MW de capacidade instalada, dos quais 1,9 mil MW estavam gerando energia. Dos 2,5 mil MW, 1,3 mil MW são oriundos dos projetos contratados no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) e os outros 1,2 mil MW são relativos aos empreendimentos contratados nos leilões de energia nova. Elbia destacou que o fator de capacidade dos projetos eólicos em operação, ou seja, a relação entre a capacidade instalada e aquilo que foi gerado efetivamente, foi de 33% em 2012, sendo que as usinas que comercializaram suas ofertas no leilão tiveram um fator de 54%.

"Existia um mito no setor de que a energia eólica não era uma fonte confiável. Os dados mostram que a energia eólica é confiável e contribuiu para o sistema em 2012, quando os reservatórios foram afetados pelo atraso das chuvas", disse Elbia. O presidente do conselho de administração da entidade, Otávio Silveira, afirmou que o fator de capacidade de 54% dos projetos contratados no leilão superou a média da geração de energia esperada para os empreendimentos. "Os ventos de 2012 foram muito bons", disse o executivo, que também citou que a competição dos leilões obrigou os investidores a construírem os projetos que otimizaram ao máximo a produção de eletricidade.

Redução dos encargos

O atraso na entrada em operação dos projetos eólicos significa que os consumidores pagarão uma conta mais alta do Encargo de Serviço do Sistema (ESS), usado para cobrir os custos do despacho termelétrico fora da ordem de mérito. Nos cálculos da associação, a geração eólica em 2012, que alcançou o volume recorde de 771 MW médios em outubro, evitou o pagamento de R$ 1,6 bilhão de ESS, dos quais R$ 500 milhões apenas em dezembro. Se os 622 MW parados tivessem gerado energia, a economia teria sido maior, de R$ 500 milhões, elevando a redução do ESS para R$ 2,1 bilhões.

Embora com efeito reduzido, a executiva disse que a geração eólica contribuiu para economizar um pouco de água nos reservatórios das hidrelétricas. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o maior do País, a fonte contribuiu com 0,35 ponto porcentual para o nível dos reservatórios no fim de dezembro de 2012. Ou seja, sem as usinas eólicas, os reservatórios nas duas regiões fechariam o ano em 28,51%. Com as usinas eólicas, as hidrelétricas fecharam em 28,86% de capacidade total.

No Nordeste, aonde boa parte das usinas eólicas estão localizadas, o impacto verificado foi maior. Se os projetos eólicos não existissem, o nível dos reservatórios das hidrelétricas da região fecharia em 27,64%. Porém, o porcentual verificado ao final do ano passado foi de 28,86%, o que indica que a contribuição das eólicas para a região foi de um aumento dos reservatórios em 1,22 pontos porcentual. "Isso ocorreu porque a fonte tem uma pequena participação na matriz, mas já é uma sinalização do que pode ocorrer quando atingirmos uma capacidade instalada de 8,83 mil MW em 2017", argumentou Elbia.

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