Advogado da família pede afastamento de Flordelis do cargo
A Constituição garante à deputada federal imunidade prisional, exceto em casos de flagrante de crime inafiançável
O advogado Ângelo Máximo, responsável pelo caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo, pediu à Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (27), o afastamento da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do crime. O pedido foi oficializado através de uma petição ao presidente da Casa, Rodrigo Maia. A informação é do Jornal Extra.
A contestação à imunidade veio a pedido da família, que atesta a urgência nas investigações e a credibilidade do sistema democrático de Direito. No documento, o advogado escreveu: “Acreditando nesta casa Legislativa, acredito que Vossa Excelência, na posse de toda a documentação que lhe encaminho, tomará todas as medidas enérgicas e necessárias no sentido de afastar a deputada federal Flordelis dos Santos de Souza do cargo de parlamentar dessa casa Legislativa retirando assim o véu de imunidade parlamentar e permitindo que as investigações sigam o curso normal em momento em que não somente o país como a democracia necessitam de credibilidade”.
Segundo Máximo, Rodrigo Maia aguarda o envio de um documento do Estado formalizando o processo. Para o advogado, o afastamento de Flordelis é crucial para evitar que as investigações sejam atrapalhadas pelo uso do cargo em seu benefício. Com a medida, a prisão preventiva dela pode ser encaminhada, “para a garantia da instrução criminal”, justificou. Na petição, ele ainda associa as mortes da irmã e da mãe de Anderson ao seu assassinato. Michele do Carmo, irmã, morreu aos 39 anos em decorrência de uma leucemia, e a mãe, Maria Edna, aos 65, em razão de um infarto.
“A irmã morreu em outubro do ano passado a mãe morreu em abril deste ano. As ações foram causadas pela perda do pastor. Michele era uma pessoa forte e você vai ver que de julho até seu falecimento ela caiu na cama e não levantou mais. Matou a irmã, a mãe e todos os que congregam na igreja deles“, acusou o advogado.
Flordelis foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada, além de tentativa de homicídio, por atentados à vida de Anderson diversas vezes antes da organização do crime fatal. Porém, por exercer cargo de deputada federal, ela não pôde ser presa.