Doleiro Messer afirma ter pago propina a procurador do PR
Conversas levantadas pela PF mostram Messer revelando ter pago por proteção a Paludo, procurador da Lava-Jato Paraná
Em mensagens trocadas com a namorada, o doleiro Dario Messer afirmou ter pago propinas mensais ao procurador da República Januário Paludo, um dos integrantes da força-tarefa da Lava jato do Paraná. Os pagamentos se destinariam a uma suposta proteção ao doleiro em investigações a respeito de suas atividades ilícitas.
Os diálogos entre Dario e Myra Athayde, sua namorada, foram obtidos pela Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro durante as investigações que basearam a operação Patrón, última fase da Lava Jato do Rio. As conversas entre o casal datam do mês de agosto e apontam o pagamento de propina a Paludo.
A PF elaborou um relatório com o conteúdo das mensagens alegando tratar-se de assunto grave. Nas conversas, Messer fala sobre o andamento dos processos que responde. Ele afirma que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Januário Paludo. "Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da proposta paga pelos meninos todo mês".
De acordo com a PF, esses "meninos" são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Ambos trabalharam com Messer em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio. Depois de presos, viraram delatores.
Em depoimentos prestados em 2018, no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, Juca e Tony afirmaram ter pago US$ 50 mil, cerca de R$ 200 mil, por mês ao advogado Antonio Figueiredo Basto - que já advogou para Messer -, em troca de proteção ao doleiro na PF e no Ministério Público. Antonio foi chamado a depor mas negou a versão dos delatores. Já Messer, foi convocado para depor em outubro mas manteve-se calado.
De acordo com o UOL, a força-tarefa da Lava Jato do Paraná se posicionou saindo em defesa de Paludo: "O doleiro Dario Messer é alvo alvo de investigação na Lava Jato do Rio de Janeiro, razão pela qual não faz sequer sentido a suposição de que um procurador da força-tarefa do Paraná poderia oferecer qualquer tipo de proteção".