Autora do impeachment descarta disputa ao Governo de SP
'Por incrível que pareça, eu me sinto capaz de exercer o cargo (que não é algo simples), mas não tenho condições de enfrentar uma tal campanha', declarou Janaína Paschoal
Autora do processo que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a jurista Janaína Paschoal usou sua conta oficial no Twitter, neste sábado (12) para anunciar que se filiou ao PSL, partido que disputará a Presidência da República com o deputado Jair Bolsonaro (RJ), e dizer que, apesar disso, ainda não decidiu se concorrerá a algum cargo eletivo.
“Se sairei a algum outro cargo? É provável que não. Tenho até agosto para decidir, mas penso que posso ajudar meu país, mesmo estando fora da política”, esclareceu Janaína, em publicação no microblog. Antes de negar a possibilidade de disputa, entretanto, a jurista admitiu que a ideia de concorrer ao Governo de São Paulo a “balançou”.
“Fiquei muito honrada com o fato de meu nome ter sido cogitado para concorrer ao governo do Estado de São Paulo. Eu amo São Paulo, que recebe todo o Brasil. Confesso que essa ideia me balançou muito. Sei que parece loucura, mas balançou… Muitos conhecidos e desconhecidos começaram a me contatar para se voluntariar a trabalhar de graça na campanha. Foi emocionante”, relatou Janaina.
“Mas uma campanha ao Governo de São Paulo é algo gigantesco. Por incrível que pareça, eu me sinto capaz de exercer o cargo (que não é algo simples), mas não tenho condições de enfrentar uma tal campanha. Ainda que um pouco triste comigo mesma, eu não vou me aventurar”, completou a jurista.
Além de governadora, Janaína Paschoal afirmou ter sido convidada para concorrer a outros cargos como deputada, senadora, vice-presidente e até presidente. “Eu sei, é inusitado, mas aconteceu”, salientou.
De acordo com ela, as propostas vieram de vários partidos, mas no fim do prazo para filiações que habilitariam a participação no pleito em outubro ela decidiu ingressar no PSL.
"Muitas pessoas já ligadas à sigla me recomendaram. Com exceção de um ou outro ponto, o estatuto do partido confere com o que eu penso. Não há notícias de escândalos de corrupção envolvendo a sigla, ou seus membros. [...] Eu não me filiei pensando em sair candidata ao cargo A, ou B. Eu me filiei com o intuito de ter a possibilidade", explicou a jurista.
Ponderando que havia “muitas questões que, para quem não é do mundo político, assustam muito”, Janaina relatou ainda que durante as reuniões que teve com os presidentes dos partidos ela conseguiu compreender muitos detalhes e reforçou a tese de apoio a candidaturas avulsas, sem ligações com os partidos.
“Esses últimos dias foram muito importantes para eu compreender (um pouco) como isso tudo funciona. Sem desmerecer os partidos, depois desse curso intensivo, eu sou ainda mais favorável às candidaturas avulsas. As pessoas se voluntariam, livremente, e o povo decide. Entendo que seria um avanço, em termos de democracia, o STF [Supremo Tribunal Federal] autorizar essas candidaturas avulsas”, argumentou.