Defesa de Eduardo Cunha quer anulação da delação da JBS
Os advogados alegam que não há provas sobre o suposto pagamento mensal com o objetivo de “comprar o silêncio” do ex-deputado
Alegando que não há provas sobre suposto pagamento mensal ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, a defesa do ex-deputado apresentou recurso nesta segunda-feira (29) solicitando a anulação do acordo de delação da JBS. O suposto valor pago seria para “comprar o silêncio” de Cunha.
Os advogados de Cunha também criticaram os “benefícios” concedidos pelo Ministério Público Federal (MPF) aos delatores Joesley e Wesley, que conseguiram a permissão de morar em Nova York. “Não tem a menor razoabilidade, tampouco proporcionalidade, esse grupo de delatores se beneficiar com tamanha generosidade, ante a quantidade e complexidade dos supostos crimes apresentados”, justificou a defesa.
Eduardo Cunha foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, a cumprir mais de 15 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção passiva. Ele teria recebido mais de 1, 3 milhão de francos suíços em propina por um contrato de exploração da Petrobras em um campo de petróleo no Benin, localizado na África.
Em fevereiro deste ano, em depoimento a Moro, Cunha chegou a dizer que a Lava Jato é seletiva onde corruptores internacionais são poupados. “Gostaria também de dizer que estamos com um processo político aqui e que empresas estrangeiras, queria protestar, são poupadas de responsabilização e empresas brasileiras pagam bilhões no exterior além da perda de mercado”, disparou.