Delcídio do Amaral: “Já reconheci o erro que cometi”
O ex-senador também disse, em entrevista nesta segunda (14), que a Operação Lava Jato tem que responsabilizar todos que protagonizaram o que aconteceu no país
Durante entrevista concedida a uma rádio, o ex-senador Delcídio do Amaral falou sobre o governo Lula, eleição nos Estados Unidos e sobre delação premiada. Ele disse reconhecer seu “erro”. “Eu vejo algumas pessoas noticiarem que eu fui pressionada. Nada. Eu tomei a decisão sobre a colaboração [ delação premiada] na primeira semana. No primeiro dia, talvez. Quando eu não tinha entendido porque tinha ocorrido a minha prisão, já reconheci o erro que cometi. Na verdade, havia uma grande articulação”, disse.
“Eu mesmo disse aos procuradores e aos delegados da Policia Federal que se estou atrapalhando vou tratar de desatrapalhar. Agora, assumindo uma postura muito clara. Fiz uma colaboração muito focada. Ficar atacando os outros que já estão sofrendo por causa disso e que fizeram muitas coisas a mando dos que estavam pousando de éticos, com aquele discurso hipócrita, desse eu jamais falaria porque o objetivo para que a Lava Jato tenha efeito é que, como a gente diz no Pantanal, que ela valha de mamando a caducando. Ou seja, tem que pegar, tem que responsabilizar a todas as pessoas que, de certa maneira, protagonizaram o que aconteceu no Brasil nos últimos anos”, acrescentou sobre a delação.
Delcídio também disse que não é político de carreira. “Quando percebi as notícias, entendi um pouco o que estava ocorrendo e, de certa maneira, teve uma postura no sentido de me desqualificar, eu que tenho história. Eu não sou político de carreira, eu sou engenheiro. Eu trabalhei nas maiores empresas do Brasil e em algumas das maiores empresas do mundo. Tudo o que conquistei na vida foi trabalhando duro, suando a camisa. Passei pela Petrobras, por Eletrobrás, fui ministro do presidente Itamar, ou seja, eu tenho uma história de vida como executivo e engenheiro”.
Sobre o cenário atual no país, Delcídio declarou que a economia ainda vai continuar “sofrendo” muito. “O Brasil está andando de lado, pelo menos, são as perspectivas de que o país vai pela lateral até 2018. Vemos os grandes números da economia que não se vislumbram grandes alterações nos próximos meses. Acho que agora também nós temos um fator complicador que é esse novo cenário que se apresenta com a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos que, independente do discurso político, vai ser um presidente protecionista. (...) É um governo olhando, principalmente, os interesses dos americanos”.
Questionado em que momento o país começou a “derrocar” ele pontuou que “foi pós-Mensalão. Quando vem o Mensalão, o Governo Lula teve que se rearrumar internamente. Ele começa a compartilhar o governo, especialmente, com o PMDB. Ele escolhe o PMDB como seu parceiro principal e, consequentemente, a Petrobras passa a ter um papel fundamental sob o ponto de vista político (...). Do ponto de vista de sustentação do governo. Ali, que começa os primeiros passos”, contou.