Dilma mostrará o que está por trás do golpe, diz Lindbergh

Senadores aliados da presidente afastada têm a esperança de que o depoimento dela na segunda-feira possa conquistar os votos necessários para evitar o impeachment

por Dulce Mesquita sab, 27/08/2016 - 14:26
Edilson Rodrigues/Agência Senado Nós depositamos todas as esperanças na segunda-feira, disse o senador petista Lindbergh Farias Edilson Rodrigues/Agência Senado

Mesmo afirmando que as oitivas das testemunhas tenham sido importantes para comprovar a inocência da presidente afastada Dilma Rousseff, a defesa da petista acredita que é o depoimento dela que será fundamental pra reverter votos e garantir a rejeição do impeachment no Senado. O julgamento terá o desfecho na próxima semana.

“O grande dia é a segunda-feira. Nós depositamos todas as esperanças na segunda-feira. Eu acho que vai ser um dia em que o Brasil vai parar. Eu acho que a presidente pode mostrar ao país que está sendo vítima de uma injustiça, que não há crime de responsabilidade”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-PB), que confirmou que ela pretende responder a cada pergunta dos senadores, inclusive daqueles que são ex-ministros da gestão dela. “Ela também irá mostrar o que está por trás do golpe a que está sendo vítima”.

Dilma falará aos senadores na segunda-feira (29), com sessão marcada para as 9h. Inicialmente, ela poderá fazer um pronunciamento de 30 minutos – com tempo prorrogável de acordo com a avaliação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski -, para em seguida responder aos questionamentos dos senadores, da acusação e da defesa. Até o momento, 44 senadores já se inscreveram para fazer perguntas a presidente.

“A presidente Dilma virá ao Senado para mostrar que está sendo acusada injustamente, com pretextos que estão absolutamente demonstrados no processo. Acredito que ela deve não só fundamentar a sua exposição demonstrando a injustiça da situação, mas como, qualquer pessoa, mostrar a sua indignação diante de uma injustiça”, disse o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, que frisou que ela não deverá “perder o tom de uma chefe de Estado”.

Acusação

Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) minimizou a possibilidade de Dilma cometer os senadores a favor do impeachment que não é culpada. “Será um momento importante, um momento derradeiro da defesa. Queremos que ela tenha oportunidade dessa última defesa, porque até aqui a defesa não foi feita. Até o presente momento, o que se viu são desculpas, justificativas, e desculpa não é defesa”, disparou.

A advogada Janaína Paschoal, uma das elaboradoras da denúncia que deu início ao processo, diz que a acusação não precisa de artifícios para provar o dolo da presidente. “Estratégia precisa quem não está falando a verdade. Como a gente trabalha com a verdade, não tem estratégia. O interrogatório é um momento da defesa, então não tem esse espaço [para embate]. É um ato diferente dos demais atos do processo”, considerou.

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